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É estranho parar pra pensar sobre minha vida.

Tudo aconteceu rapidamente e eu nem me lembro das sensações que trouxe cada momento.

Exceto as sensações físicas.
Que eu tenho tido diariamente com o Nate,e bem,isso foi uma coisa meio que boa.

Ele ter aparecido na minha vida foi uma coisa boa. Acho eu.

Ter quase 21 anos,um emprego maravilhoso e não ter um namorado,é uma vergonha na minha família ou assim. Minhas avós e tias do Texas sonharam durante a infância em me ver casada,mal sabe elas que eu só fodo com um cara.

E que esse cara não namora.

Não irá se casar.

E o pior de tudo,esse cara não é alguém que elas receitariam pra mim.

O Nate Maloley sempre tem um lugar para ir,um baseado pra fumar,amigos pra se divertir e mais tatuagens pra fazer.
E eu sou só uma louca do Texas que veio pra cá estudar.

Me apaixonei por ele mesmo sabendo que não posso te-lo.

Pensar na vida me decepciona um pouco, por conta disso tudo.

E agora tenho que me conformar e viver,

"Abre a porra da porta!" O Nate grita pela décima vez,que merda.

"Não!" Eu grito de volta e fico de costas para a porta.

"Caralho! Qual é o seu problema, Mar?"

"Você! Merda, Nate! São três da manhã,vai embora e me deixa em paz."

Eu não ouço nenhum ruído do lado de fora por segundos,e logo vejo a fechadura ser aberta,a droga da chave reserva!

"Lembrei da chave reserva!" Ele sorri desafiante ao entrar e passar por mim, "Vou dormir aqui."
O cheiro de vodka com maconha exala da sua boca.

Ando pisando forte no chão,sempre é assim, ele bebe, fica chapado e vem pra cá. Subo no degrau para pegar um copo de leite na geladeira e ele me olha fazê-lo,

"Vai me ignorar?" Ele pergunta,é óbvio que sim.

"Que ótimo,quantos anos você tem mesmo?!" Eu olho fixamente pra ele no sofá e bebo um gole de leite,"O leite está bom não é?"

Continuo à fitar  sua cara de babaca,eu não entendo como ele pode ser bonito mesmo sendo um filho da puta.

"...O leite que sai do meu pau é bom também!" Eu engulo e me engasgo instantaneamente dando risada.

"Idiota." rio

Amo essas provocações sujas,e coloco o copo na pia,Nate se levanta do sofá e tira o casaco que é jogado pra poltrona.

Estou exausta,mas perdi o sono assim que a campainha tocou.

Saio da pequena cozinha do meu apartamento e vou pro quarto,tentando definitivamente ignorar a presença do Maloley aqui,ou vai dar merda.

Passo pela porta tropeçando no lençol,eu levantei tão assustada que sai arrastando tudo.

E a culpa é mais uma vez dele.

Tiro um livro didático para terminar os testes que tenho pra entregar daqui a sete horas,a aula de terapia está me dando uma trabalheira danada ao contrário do nome do curso,deito-me na cama e começo a fazer.

"Oh merda?" Ouço Nate tropeçar no Francis,"Gato idiota!"

"Não fale assim com ele." Saio da cama e pego meu gato no colo,ele é tão grande que os pêlos cobrem meus braços. Levo para a cama comigo,Nate faz uma cara feia,

conflicthingOnde histórias criam vida. Descubra agora