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Atropelo nos meus próprios pés assim que entro no apartamento,graças a deus é sexta feira.

As luzes estão apagadas e eu passo os dedos no interruptor e as acendo,a sala e a cozinha estão vazias,apenas o Francis se encontra deitado esparramado no sofá.

Eu ando até ele tirando os saltos,um alívio bom pra caramba invade meus tornozelos e calcanhares,devia ser crime federal ter que trabalhar de salto. Me jogo ao lado do Francis.

Ele se acomoda entre minha cabeça e meu pescoço,ouço ele ronronar alto e claro.

É um som tão calmo.

Que eu quase durmo,

"Vou me juntar a você." Escuto o Nate entrar e fechar a porta.

Ele está vestindo uma calça de moletom que é o dobro do seu tamanho e fica bem larga na cintura dele. Observo seu cabelo amarrado grosseiramente no alto da cabeça e ele  se deita em cima de mim do sofá.

Com a cabeça abaixo dos meus seios.

"Como está?" Ele me pergunta,sua cabeça meio que vibra perto do meu umbigo.

"Cansada. E você?"

"Entediado."

"O que fez hoje?" perguntei. Talvez ele não responda,talvez sim.

"Encontrei um amigo e fui trabalhar."

"O que você faz,Nate?" Me empolgo,já que ele respondeu a primeira pergunta espero que responda a próxima.

Ele levanta a cabeça e olha para mim,
"Por que quer saber?" Um sorriso.

Acho que sorriu para não soar grosseiro. Mas foi.

"Digo,você está interessada mesmo?" Ele me observa.

"Se não quiser contar. Não se dê o trabalho." bufo e ele se ergue totalmente,ficando em cima de mim por inteiro.

Apenas uns dez centímetros separam nossas cabeças,de um possível beijo.

"Mas eu queria saber. Nós não falamos muito da sua vida." completo,e olho nos olhos dele.

Nate sabe mais sobre mim,do que o contrário.

"Okay,Marsha." Ele revira os olhos. "Eu te digo o que eu faço quando não estou com você."

"Okay." Sorrio meio animada.

"Quando não estou com você,eu vejo suas fotos e me mastur..."

"Sem graça!" rio cortando suas palavras.

"Agora é sério,"Ele ri insano da minha cara, "Eu sou cantor." diz me olhando.

"Cantor?" rio um pouco,"Tipo,Justin Bieber?"

"Porra,não!" Ele ri,é um som tão engraçado e fofo. E eu continuo embaixo dele,achando aquilo perfeito.

"Então como?"

"Um rapper." Ele da de ombros.

"Como Ty Dolla Sing,ou Wiz Khalifa?"

O Nate franzi as sombrancelhas  enquanto eu faço a comparação.

"É,meio que por aí mesmo." a gente ri um pouquinho e ele me fita. "Gosta de rap,não gosta?"

"Acho que sim,não escuto muito." digo e mordo meu lábio.

"Bom,vai ter que escutar agora."

Ele me beija carinhoso,e eu dou espaço para que sua língua entre na minha boca. As mãos dele entram na minha blusa e eu estremeço por dentro. É bom eu parar ele,ou vamos começar uma coisa que vai ser difícil de terminar...

"Melhor nós assistirmos aquele filme.." interrompo o beijo e ele se decepciona.

"Tá."

Levantamos e ele liga a TV, estou me sentindo tão bem depois de saber um pouco sobre ele.

Um rapper.

Como eu poderia imaginar?

Certo que entre tem o mesmo estilo, e não larga um baseado. Mas nunca pensei que aquela voz rouca e ao mesmo tempo sexy fosse um utensílio musical.

Meu deus.

Me sento no sofá ao lado do Nate e ele pega o pote de pipoca caramelizada do meu colo.

Acho que não tivemos um momento assim até hoje,

"Queimou a pipoca?" Ele pergunta olhando para o pote.

"Não,por quê?"

"Achei que sim,tem cara de quem não sabe cozinhar.."

"Não é uma obrigação aprender a cozinhar." Eu falo,pego o pote de pipoca da mão dele e enfio uma porção na boca.

"Eu sei que não. Mas acho que não sabe."

"Eu sei."

"Marsha Morgan não é um nome para alguém que manja de cozinha.Parece algo relacionado a veículo,'Marcha'!"

"Nate Maloley não é nome de rapper. Soa como um idiota que banca de fodão!"
rosno e rio um pouco.

"Não sabemos nada um do outro..." Eu falo e o filme começa.

"Temos muito tempo para descobrir." O Nate sorri e eu olho para a tv.

A barra de informações na tela sobre o filme indica o gênero e a sinopse,eu leio atentamente o texto e o título.
Como eu era antes de você

"Romance? Sério?" Nate reclama e eu assinto.

"Sim,qual é o problema?"

"Os clichês."

"Cala a boca e assiste." Rolo meus olhos e volto a atenção no filme.









Uma hora depois eu sinto a vontade de dormir, mas é tão triste e intenso o enredo do filme que eu não consigo apenas sair e deixar de ver o final. Ouvi falar desse filme milhões e vezes no trabalho e não tinha ideia de como ele era bom.

Uma garota maluca e esperta, em um emprego com um cara rude e bonito. É bem familiar.

Realmente gostei.

"Que merda,vamos ver outra coisa?"

Meu amigo de benefícios reclama e eu o entrego o controle quando o filme acaba..

"Eu gostei." falo me levantando e levando o pote de pipoca para o balcão.

"Claro que gostou." ele me segue até o quarto.

"Tenho a impressão de que não entendeu o filme..." Tento provocar o Nate e passo pela porta.

"Atá. Um cara rico e tetraplégico que esnoba uma caipira. Quem não entende isso?"

Eu tiro minha calça e blusa,tudo e jogado no cesto de roupas e eu me deito na cama.

"Eles se apaixonaram. O cara não esnobava ela." sorrio

"Pra mim é a mesma coisa. Se ela fosse esperta,deixaria ele se foder sozinho naquela cama."

"Insensível." falo e penso que ele realmente não liga para os sentimentos de alguém.

"Nem tanto." Ele fala puxando a camisa por cima da cabeça.

Seus músculos se retraem quando ele sente o frio,e logo se deita na cama,do meu lado.

Sinto os pés dele escostarem nos meus. Estão quentes,e os meus uma temperatura oposta.
Mas mesmo assim ele os abraça com os pés e esquenta. Eu acharia isso fofo se não se trata-se do Maloley e seus joguinhos para obter uma transa.

"Quer relaxar?" ouço a voz dele no meu ouvido falar baixo e manhoso.

"Sim." eu digo no mesmo tom baixo. "Mas com um bom sono."

conflicthingOnde histórias criam vida. Descubra agora