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Marsha POV

Eu sei que ele ainda está na porta.

Nate é tão insistente, será que ele não entende que acabou? Não existe mais nada que mude o que ele fez comigo.   Pode voltar ao passado, mudar suas ações e resolver o quebra cabeça. Tudo ia fluir do mesmo modo.

Um rio não deixa de seguir o curso se jogamos uma pedra.

E ele veio aqui, tão presunçoso e curioso sobre minha saída com o Shawn. Ciúmes claro em seus olhos e tenso. Me entrevistando. Causei ciúmes mútuos dentro dele com as respostas, nada foi por quê eu quis, ainda teve aquela merda de zíper que não abria, e ele simplesmente se aproveitou disso pra me beijar.
Eu confesso que o beijei de volta.
Estava sentindo a falta dele e de como todo incendiava só por estar com ele.

Estou pirando, ficando louca. Colapso mental.

Mas não vou deixar outra coisa assim acontecer. Eu juro que não.

Entender o que ele queria, eu não entendi. Mas fui firme até quando podia ser, e respondi as perguntas.
Passo minhas mãos na maçaneta e fechadura me certificando de que ele não pode entrar e ando até a cozinha.

Bebo um gole de café e vou para meu quarto dormir.

Na manhã seguinte eu corro para a cozinha e faço panquecas, dou uma posição de merda para a ressaca e a deixo de lado para não me importar com a enxaqueca. Meu prato é cheio por uma pilha de panqueca e melaço e eu volto para o meu quarto.

Pego meu notebook e procuro filmes para me distrair, um domingo à mais na minha vida de californiana.

Olho meu celular, estou a espera de uma ligação ou mensagem, o que seja, mas tem que ser do Shawn. Ele é uma pessoa boa e pode me tirar dos pensamentos sobre o Nate. Preciso de uma coisa pra me afastar dos meus problemas..






















Nate POV

Eu tinha acabado de chegar em casa, eram umas dez da manhã e a única coisa que me fazia acordar dos delírios sobre a Marsha, eram os assuntos da minha mãe.

Ela estava usando uma camisola clara, e de cabelo despenteado, suas mais trêmulas segurando os comprimidos e o copo de água. Tá aí o porquê de eu não apresentar minha família para a Marsha quando eu podia fazer.

Somos todos problemáticos. Uma depressiva, uma drogada e um cafajeste de merda.

Saímos de uma caçamba de lixo,eu suponho, tive vergonha de mostrar a Marsha minha realidade, ela é tão bonita, clara e de família boa. Por que ficaria comigo após ver minha mãe e irmã?

Isso não importa mais...

"Vou te ajudar," eu falo para minha mãe e seguro suas mãos. Há cinco comprimidos de diferentes cores na palma dela.

Pego todos eles e de um em um faço a engolir.

Minha mãe tosse um pouco a cada gole de água e logo acabam-se os comprimidos.

"A senhora quer alguma coisa?" Olho nas bolsas e olheiras profundas que ela tem e ela nega com a cabeça.

"Vai sair de novo?" Ela chora.

"Não... Hoje não." Respiro,"Acho que não." abraço ela e logo a vejo descer a escada.

Continuo meu caminho de antes para meu quarto,não tenho nada para fazer e o tédio está me consumindo. Parece que quando eu fodi com a Lea na festa do Sammy tudo foi perdido.

Antes, eu tinha festas e boates para cantar e ir com os garotos a shows improvisados. Antes, eu tinha a Marsha e uma porção de coisas para irrita-la e rir de suas reações.
E depois,tudo escapou da minha vida.

Apresentações canceladas. Perdi a Marsha.

Tudo o que me resta é a maconha e a presença da Lea de vez em quando. Além da minha mãe e a Jenna para cuidar...

O que será que a Marsha está fazendo agora?

Talvez lendo um de seus livros enormes de ciências humanas,me lembro que toda vez que eu olhava aqueles livros, pareciam conter milhões de páginas inacabáveis. Ela odiava que alguém tocasse em seus livros.Enchia a boca para falar de Freud,Karl Marx e todos os loucos filosóficos.

E eu apenas escutava. Suas ideias,sonhos,propostas. Era um mundo bem diferente do meu e não havia chances de ser comparado ao o que eu vivo. Nunca disse nada a ela sobre mim,por que não fazia sentido.

Ela queria muitas coisas. E eu era só um detalhe mísero que a impedia disso.

Talvez tenha sido melhor mesmo ter acabado.

Rolo meus pensamentos para fora de mim e pego o isqueiro na cômoda,assim com meu baseado. Acendo-o e fujo da realidade...

Meu celular toca em cima da escrivaninha e eu o pego. Sem ver o nome eu já o atendo,
"Hey," eu digo entusiasmado,mas a voz do outro lado não é a de quem eu esperava.

"Skate,irmão por que não apareceu mais na produtora?" O Gilinsky resmunga do outro lado.

Ele é um dos cantores a ser produzido pela mesma produtora que eu.
Nos conhecemos no ano passado e nos tornamos colegas.
Minha mãe sempre me disse pare ter muitos amigos e viver rodeado deles. Mas acontece que eu não confio em todo mundo e suporto poucos humanos.

"Eu.. não tive tempo." digo,mentindo claramente para mim mesmo.

"Okay,vê se aparace hoje." Ele fala sério e desliga.

Levanto e puxo uma calça do cesto próximo ao guarda roupa e rolo ela em minhas pernas tropeçando um pouco. Logo estou pronto para sair e faço meu caminho dentro de casa. A Jenna se encontra no sofá,seus olhos tem bolsas de olheiras e eu passo por ela ignorando seu aspecto destruído.

Antes que eu possa pegar nas chaves para abrir a porta ela me chama,

"O que é?" rolo meu olhos.

"Tem como me emprestar dinheiro? Estou uma merda preciso de incentivo para aguentar a semana."

Eu olho para minha irmã,é óbvio que quer dinheiro para suas merdas.

"Eu não tenho Jenna." digo entre dentes e abro a porta.

"Não tem? Ou não quer emprestar?" Ela ri.

"Os dois."

"Okay,obrigada por não me ajudar!"

"Devia arrumar um emprego e deixar de ser uma viciada." sorrio em sarcasmo e saio de casa.

Até o momento em que eu chego na produtora eu deixo de pensar na minha vida amorosa conflitante e ando para dentro dela.

O prédio não é muito grande e isso facilita a minha circulação dentro dele para que eu chegue mais rápido.











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