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Nate POV

Eu estou esperando a enfermeira na sala de espera,e minha irmã está no meu carro.Minha mãe já foi atendida e levada para a sala de emergência.

Minha primeira vez num hospital está sendo essa.

Eu nunca precisei de ver algum médico,exceto em prontos socorros quando eu era menor de idade,e mesmo assim,foram poucas vezes. Sou muito resistente a doenças. Mas, uma visita a um hospital de verdade,e está sendo hoje.

E não é uma visita como aos parques de diversões,é um acompanhamento. Logo de cara o médico disse que minha mãe estava mal,e seu quadro de depressão piorou comparado aos laudos anteriores. Eles disseram que ela estava sendo maltratada por alguém,que tenho certeza ser a Jenna. Porra,vou matar essa menina.

Se algo acontecer com a minha mãe eu estou fodido. E a Jenna também.

As horas parecem não passar desde que cheguei,e para mim satisfação a enfermeira finalmente vem até mim,

"Maloley?" Ela pergunta e eu me levanto.

"Sou eu." digo para a moça de estatura mediana. "Como minha mãe está?"

Ela sorri,"Ela está bem agora. Tomou alguns comprimidos e conversou conosco no clínico geral. O senhor pode leva-la agora mesmo se quiser."

Eu sorrio aliviado,
"Mas e o desmaio?Os hematomas?"

Pergunto e ela cruza os braços,
"Colocamos uma pomada em todas as marcas e constatamos que tudo aquilo é falta de ferro e cálcio."

"Ah."

"Tens que levar sua mãe para uma terapia ocupacional,para que ela possa se recuperar mais da doença. Quem cuida dela em casa?" A mulher loira me pergunta.

"Minha irmã,e eu." falo.

Ela coloca as mãos dentro dos bolsos enormes do avental e puxa um papel e uma caneta. Uma espécie de endereço é escrita nele e ela me entrega,

"Este é um lugar ótima para terapia e psicanálise. Existem grupos de apoio neste lugar também,isso pode ser tornar uma atividade para sua mãe." Ela explica e eu guardo o papel no bolso.

"Okay,enfim,vamos busca-la." Eu peço.

A enfermeira me leva a sala branca e limpa onde minha mãe está sentada numa maca. Ela sorri quando me vê e desce cuidadosamente da cama.

"Está tudo bem com a senhora?" pergunto,eu abraço minha mãe e ela faz o mesmo comigo.

"Oh querido,claro,foi apenas uma vertigem forte." Ela respira cansada e sorridente.

"Já que você diz," eu rio, "Vamos embora."

A enfermeira me ajuda a levar minha mãe até o carro no estacionamento de ambulâncias e me despeço dela. A Jenna abre as portas para que nós possamos entrar,e ela sorri para nossa mãe falsamente. Tenho a vontade de esganar minha irmã.

"Está tudo bem com você,mãe?" Ela pergunta,como se estivesse se importando...

"Não graças a você." Eu falo e ligo o motor.

Eu volto pra casa com a minha mãe e a idiota da Jenna,coloco as coisas dela no chão e a ajudo a subir as escadas para lavar até o quarto. Uso meus braços para arruma-la na cama e vejo se está confortável. Amasso o travesseiro ao redor do pescoço dela e deixo um beijo em sua testa.

Eu nunca imaginei ver minha mãe nesse estado. Cresci vendo-a feliz e sorridente na nossa casa em Los Angeles,era a casa pequena e sobrevivemos com o salario dela menor ainda. Meu pai não ajudava em merda nenhuma,na verdade,nós não víamos muito ele,por que,ele sempre estava bêbado e fora de casa comendo alguma puta por aí. E minha mãe aguentou firme.

Depois veio a Jenna,e meu pai quase ficou em casa por conta disso.

Quase.

Mas ele resolveu morar na rua com suas prostitutas preferidas.

E nossa mãe aguentou firme,muito firme. E hoje ela pensa que a morte dele é culpa dela. E não é.

Ele morreu pela própria causa,estava devendo coisas no bar e não tinha colhões para pagar. Aquele escroto não tinha o direito de preocupar minha mãe com as merdas dele,não tinha o direito de fazer isso com ela.

Acabou morrendo por que era um merda.

E eu não me importo com ele,não mais agora. No momento,vou tentar ser o oposto do que ele foi...

Saio do quarto,fechando a porta quando percebo minha mãe fechar os olhos para dormir.

Volto para o andar de baixo e procuro o papel com o endereço do consultório particular para que eu faça a inscrição dela nos grupos de apoio,e também nas consultas de terapia.

O endereço não é longe,acho que já passei por lá,mas não lembro agora...

Meu celular toca no mesmo lugar onde estava o papelzinho e eu o pego para atender,

"Hey," minha voz sai rouca e eu ignoro o fato da Jenna estar chorando no sofá. "Quem é?"

"Maloley? Hey,bro,é o Gilinsky."

"E ai.." eu falo para o ele.

"Liguei pra saber como vai funcionar a nova música. Tem alguma ideia para a letra?" Ele pergunta entusiasmado,eu não faço ideia do que responder.

"Ainda não,cara,eu posso te ligar depois? Não estou com cabeça para isso agora.." eu digo calmamente e é bom ele dizer que sim.

"Okay,man. Até depois bro!" Ele se despede e eu desligo o celular.

O show na boate é daqui a semanas,antecedentes do natal. Tenho bastante tempo para pensar em uma letra. Tenho que cuidar da minha mãe primeiro.

Me irrito com o som da Jenna chorando enquanto vê TV,

"Porra! Da pra calar a sua boca?!" Eu grito para ela e minha irmã olha para mim.

Eu estou ao ponto de enforcar seu pescoço, como se fosse abrir uma garrafa de coca cola.

"Não,não dá." Ela diz baixo e eu a ignoro.

Por que ela está chorando?

Eu que devia estar chorando. Merda. Ela está maltratando nossa mãe,o mínimo que devia fazer era calar a boca e não me irritar mais.

Olho novamente para o papel decorando o endereço e subo para o meu quarto,na esperança de fumar a única maconha que sobrou.

Jenna é praticamente uma das piores pessoas na história,não? Ainda tem muito mais sobre ela,e sobre o nosso Shawn 👀
Ele não é o mocinho como é na vida real...
Chega de spoiler.
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Beijão,vrá
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