Daniel POV

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Hoje chegaram os parentes de Elisa e a casa dela está uma bagunça. As mulheres começaram a arrumar toda a festa e dá para ouvir elas tagarelando da minha casa. Minha mãe obviamente se juntou a elas.

Elisa logo veio para minha casa para fugir do tumulto. Ela gosta de conversar e gosta da família dela, mas ela disse que precisava de um tempo longe. Então, agora estamos no parque.

Eu já não posso aproveitar muito bem a vista, mas ainda posso sentir o ar fresco e o cheiro das folhas de árvore, o que é bastante bom. Elisa me guia e eu uso também minha bengala. Vamos o caminho todo conversando sobre a influência de Santo Agostinho em Lutero.

Amanhã vai ser um dia especial. Eu preparei uma surpresa para Elisa para depois da festa dela e mal posso esperar para chegar a hora.

Então voltamos para casa e vamos ver como está o andamento da arrumação da festa.

- Olá meus amores! - A avó de Elisa exclama e vem na nossa direção depositando um beijo em cada uma de nossas bochechas e nos dando um grande abraço. Essa mulher é carinhosa assim. Para ela toda hora é uma boa hora para um abraço e um beijo, e todo momento é apropriado para dizer "Eu te amo". Ela na verdade é bastante parecida com Elisa.

- Olá vovó. Amo você. - Elisa fala.

- Também amo você minha princesa. - Ela diz abraçando ela mais uma vez.

- Oi dona Nanda, estava com saudade. - Eu digo quando ela vem mais uma vez na minha direção.

- Meu querido, eu também estava com saudades. - Ela diz me apertando forte. - Sua mãe me contou sobre seus olhos. - Ela fala baixinho, mais triste. - Eu sinto muito meu amor, mas eu prometo que tudo vai ficar bem.

- Obrigada dona Nanda.

- Eu amo você meu amorzinho. - Ela diz segurando meu rosto em suas mãos. - Eu sei que já deve ter ouvido isso, mas eu não me preocupo em repetir, porque é verdade: Você é perfeito. E mesmo quando for cego ainda será perfeito.

As palavras carinhosas dela aqueceram meu coração.

- Eu amo você também dona Nanda.

- Quando era pequena, sua mãe vivia lá em casa junto com Rachel, ela era para mim como se fosse uma outra filha. Quando você nasceu, foi a mesma coisa, estava sempre por perto e é como se fosse um dos meus netos.

- Obrigada, você também é para mim como se da família. Até mais do que muita gente que é realmente parente de sangue.

As tias de Elisa que estavam cumprimentando ela vieram então na minha direção.

- É você, meu sobrinho de coração? - Karem falou me abraçando.

- Estávamos com saudades. - Diana fala.

- Eu também estava com saudades. Que bom que vieram.

- Você está tão lindo. - Tia Karen falou.

- Elisa tem sorte. - Tia Di comentou.

- Eu sei tia. - Elisa respondeu entrelaçando nossos dedos.

- Eu diria que eu é quem sou sortudo. - Eu corrijo.

- Acho que os dois são. - Tia Di fala.

Nossas mães chegam também e vem até nós.

Quando eu abraço tia Rachel eu posso perceber que ela está bem mais magra.

- Eu te amo tia Rachel. - Eu falo beijando a cabeça dela e passando a mão pelos cabelos dela. Eu não sei bem quantas vezes mais eu vou poder fazer isso.

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