Capítulo 11 - Sobre Meninos, Velhos e Lobos

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Nota temporária do autor: esse capítulo da semana está quentíssimo. Façam bom proveito.
 Se gosta de OOT, não se esqueça de votar nos capítulos da história. E comentar o que está achando.

Connor #11

Já se passaram um mês e 12 dias desde a redução de Abim. Então, estamos há mais de um mês treinando com os cotonos e usando nossas Energias com a supervisão de Hann, tanto no quartel como na colina.

Eloise ainda precisa de muito esforço para conseguir abrir fendas. Ela diz não gosta muito da sensação que o brilho causa.

Leonardo consegue alçar pequenos voos, tanto para cima quanto para os lados. Também já levanta alguns objetos de peso considerável. Pedi para que ele testasse em mim. E sim, voar é realmente mágico.

Abim conseguiu reduzir em 50% o tempo que levava para metalizar algum objeto ou parte do corpo. Depois que ele sofreu o que aprendemos ser um Desmaio por Energecemia (quando a Energia se esgota por uso extenso), suas habilidades ficaram mais rápidas.

Até mesmo Yasuko teve que se submeter ao treino. No caso dela, em vez de copiar os movimentos dos bonecos, precisa não ser acertada por eles.

Falo por todos quando digo que a cada dia, nos sentimos ainda mais secundários. E as aulas da semana foram essenciais para isso.

O capitão Ontonovio, quando não se perde no meio das informações, nos ensinou todo o conteúdo necessário para se tornar um explorador básico da segunda Terra. Também contava de suas missões, quando jovem. Histórias alucinantes. Nem parecia ser do mesmo gordinho atrapalhado que é o nosso professor de Geografia de Terra Dois.

O capitão Raium faltou uma ou duas aulas, mas foi com suas lições em sala que aprendemos que a Energia é controlada de dentro para fora, da teoria para a prática, e não do contrário. Só em saber disso, dezenas de recrutas ganharam o controle sobre suas Energias.

Em Criaturação, a aula sobre as espécies secundarias. A capitã-professora Lupis, dos furões, trouxe filhotes dos mais variados animais fantásticos, e claro que contou por onde habitam. Em conjunto com a ordem de nunca perturbar um animal quando esse estiver em seu habitat, a não ser que permita aproximação ou se para proteger outra vida.

Em uma dessas aulas, procurei saber o porquê dos coçadores serem tão hostis. E por mais curioso que pareça, nem mesmo a professora Lupis sabia responder. A ordem era sempre correr ao se deparar com um.

Em Floragem, a capitã Tottonieta forçou que cada um de nós a plantasse uma muda no jardim maior de Halcandor. Ao final do ano, se essa planta já não estivesse florando, o responsável pelos seus cuidados seria automaticamente reprovado. Tínhamos que nos lembrar de passar para regar sempre que demorava para chover. Os alimentos da cozinham vinham, em boa parte, desse jardim.

Nem tudo era maravilha. Não havia nada que fizesse com que a aula do capitão Águia se tornasse só um pouco menos chata. Entre um sermão e outro, ele nos entupia de conteúdo sobre guerra para lermos e depois explicarmos na frente de todos o que absorvemos daquilo.

A aula de Lógica do capitão Donalto era, de longe, a que eu mais gostava. Ele criou um código escrito só para que os recrutas do primeiro ano pudessem conversar secretamente entre si. Também, em uma das aulas, montou um tabuleiro de trisco humano.

O momento mais constrangedor de todos, definitivamente, foi um durante a aula das capitãs gêmeas Laurian e El-vi. Elas pediram que dois voluntários fossem até a frente da sala e cederam autorização para ficarem sem o fardamento. As capitãs demonstraram, nos corpos dos alunos, quais partes deveríamos tomar cuidado para proteger em uma batalha.

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