Capítulo 7 - Festa estranha, com gente esquisita

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Yasuko #7

Já que eu terminei o capítulo anterior e também começaria esse, nem precisava interromper, não é mesmo? O Abim falou pra caramba e quando é comigo você meio que corta... Tudo bem, você deve ser o mesmo tipo de leitor que sou. Que sempre quando está em um capítulo, já anseia pela página que abrirá o próximo. Entendo.

A semana passou e conhecemos o restante das aulas do primeiro ano.

No dia do broto, começava com a aula de Floragem, abordando a flora de Terra Dois, da professora Totonietta Marin, uma mulher gordinha, alta e de tranças verdes.

Ainda em broto, pela tarde, era a aula de Missões 1. A temática dessa era de cunho inteiramente militar, o capitão-professor responsável era um coroa ignorante que ficou a tarde toda nos explicando sobre estratégias de guerra, capitão Frantus "Águia" Erlo. Ele era um velhote acabado e que não tinha o braço esquerdo. Os boatos que ouvimos foi que ele havia perdido o braço em missão e por isso decidiu apenas lecionar em classe.

O capitão Águia também nos entregou o "ratador" individual do discente.

Era o brinco estranho que os veteranos usavam. Servia para comunicação e localização. Os ratadores foram criados pela Unidade de Controle para que funcionassem através da Energia. A única instrução que acompanhou a entrega dos ratadores foi a obrigação de usá-los sempre que saíssemos em missão.

O dia da folha começava por Lógica 1, uma derivada das ciências exatas de Terra Um, mas arquitetada para abordar soluções reais para problemas reais. Lógica 1 era ministrada pelo capitão Donalto Piotres. Um homem loiro, com o cabelo até a cintura e rosto fino. Se não me falassem que era homem, eu iria confundi-lo com uma jovem moça europeia.

Encerrando o dia da folha, havia a aula de Estudo do Corpo, a qual já se explica pelo nome, das capitãs Laurian e El-vi, gêmeas siamesas. De frente para nós, Laurian era a dona da cabeça da esquerda, e El-vi da cabeça direita.

No dia do vigor, hoje, o horário estava marcando para a disciplina de Treino com o capitão responsável pelo time, da manhã até o anoitecer.

Todos os capitães que se inscreveram para assumir um time surgiam na porta do Caldeirão. Recebiam as continências dos recrutas e os levavam para fora de Halcandor. Estavam indo realizar suas primeiras missões em equipe.

Nos deixamos contagiar pela felicidade que alguns recrutas manifestavam.

A partir de hoje, eles seriam um time, cuidariam um do outro não só por obrigação, mas pelo espírito de união. Um antigo mestre, que me ensinava Taekwondo quando criança, me falava que a união é algo tão importante que a vitória só existe por causa dela.

O Caldeirão começava a ficar vazio. Passamos a ser os únicos aguardando, ainda que esperançosos, pelo nosso capitão.

Foi em vão. Ele não deu as caras. Apareceria, talvez, só mesmo amanhã. Na manhã de colheita. Nos deixando sozinhos, sem aula, sem conhecer muita gente, e o pior de tudo, sem nada para fazer.

— Não acredito que o cara não vai aparecer nem mesmo para se apresentar... Já não basta sermos os excluídos por aqui, eles tiveram que nos escalar para ficar com um capitão irresponsável — Connor resmungou na tentativa de diminuir a decepção.

— Por que diabos ele adiou a nossa primeira aula de treino para amanhã? — Eloise também se queixava. — Demos azar... Bem que os alunos de Alderian nos falaram.

— Não sei como vamos acordar cedo depois da festa... — Leonardo se questionava.

Eu precisava logo ser direta e revelar que não estava muito a fim de ir a essa festa. Só do Leonardo ter lembrado já me causava uma certa aflição.

Os Outros TerráqueosOnde histórias criam vida. Descubra agora