Capítulo 2 - Força é do Star Wars, aqui é Energia

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Léo #2

Estava quase tirando o sutiã daquela namorada linda que meu subconsciente havia decidido me presentear quando ouço.

– Shhhh... você fala demais – voz de mulher.

– Estamos em Terra Um, não conseguirão nos ver ou ouvir com facilidade daqui – um homem retrucou–.

– É! Inclusive podemos quebrar algumas normas já que estamos aqui. Vai ser divertido – disse outro homem.

– Devo amarrá-lo? – mais uma mulher.

– Calma calma calma, pessoal, a atmosfera desse lugar está deixando vocês agitados. Vou acordá-lo... ei, primário, acorda! – uma terceira voz de mulher surgia bem em cima de mim.

Nesse momento, meu nervosismo fazia a namorada do sonho virar poeira. As vozes, definitivamente não eram da minha cabeça. Eu, que ainda estava cochilando, acordei totalmente. Enquanto me endireitava pela cama e abria os olhos para descobrir o que ocorria, tomei o maior susto da minha vida – depois da levitação de ontem.

Cinco estranhos, dois homens e três mulheres, estavam no meu quarto.

A mulher que pediu aos demais por calma estava com as pernas cruzadas por cima de mim. Sentada bem no lugar onde ninguém deveria sentar quando um cara virgem acorda pela manhã, se você sabe do que estou falando... Ela ainda deu dois tapinhas na minha bochecha para espantar o restante do sono, que já nem existia mais.

– Olá olá olá, eu sou Queiquei. E você deve ser Leonardo, ou apenas Léo.

Não seriam ladrões. Ladrões nunca iriam me acordar desse jeito. Além do mais, pareciam que estavam vestidos para uma festa fantasia. Aparentavam ter entre 22 e 25 anos. Todos vestiam uma roupa cinza apertada, com lycra e couro. Nos joelhos e cotovelos haviam partes de algum material rígido preto. As ombreiras eram largas e deviam pesar bastante. Pareciam personal trainers de alguma academia do passado (se isso já existiu).

Também usavam um tipo de piercing preto e grosso na cartilagem da orelha. Um deles estava rodando na minha cadeira do computador, uma outra folheava meus mangás. O casal restante apenas me olhava com risos no canto da boca. Quanto a que estava em cima de mim, se quisesse me machucar, já teria o feito.

– Quem são vocês?

– Somos de Terra Dois, viemos resgatá-los. Como já disse, me chamo Queiquei. O que está rodopiando na sua cadeira é Lik-Zum, mas pode chamá-lo apenas de Lik. A que está bisbilhotando esses seus livrinhos para colorir é a Beiluce. E esses dois em pé aqui do lado são Armina e Donar, são irmãos gêmeos. A minha Energia me faz ser um pouco elétrica demais, mas não repara. Eu gosto de estudar sobre plantas. O Lik não parece, mas é legal. A Bei...

– Queiquei, pare. Não temos tempo para falar sobre nós agora. Precisamos concluir a missão que nos foi ordenada.

A garota chamada Armina interrompeu bruscamente a que estava por cima de mim, que agora já abandonava a minha cama. Enquanto isso, eu recuava as pernas e o lençol para mais perto de mim.

– Precisamos que você use esse objeto comunicador para fazer contato com os outros quatro primários – o cara de nome Donar apontava para o meu celular na mesa enquanto falava isso.

Eu não fazia ideia porque estavam se referindo a mim e a essas outras pessoas como primários. Toda essa situação estava sem pé nem cabeça. Eu precisava me situar em caráter de urgência.

– Esperem, como entraram? O que querem? Não ligarei para ninguém enquanto não me explicarem porque estão aqui e quem são. Não sei o que é Terra Dois, muito menos onde esse lugar fica – levantei o tom de voz conforme me posicionava, mas por dentro estava me borrando de nervosismo.

Os Outros TerráqueosOnde histórias criam vida. Descubra agora