Capítulo 5

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Camila points of view

Amassei a carta de raiva ao perceber que Lauren era a autora de toda essa idiotice, como ela podia ser capaz de me sequestrar para me obrigar a ir embora da cidade? Mas se ela pensa que eu iria desistir assim tão fácil é porque ela não me conhece, e porque ela não sabe que durante toda minha vida eu tive que lutar e ser forte e não seria aquela babaquice que iria me impedir de ficar na cidade.

Peguei um celular que estava na mesma mesa que a carta e tentei ligar para Ally, mas o aparelho estava bloqueado para fazer qualquer outra ligação a não ser para o número que estava na discagem rápida, joguei o celular na parede que na mesma hora se quebrou todo, levei a mão até a cintura para pegar meu celular que estava preso na barra da minha saia mas o mesmo estava desligado.

Eu não iria ficar ali parada, se Lauren pensa que eu iria me entregar e ficar aqui trancada aela estava enganada, muito enganada. Comecei a procurar alguma outra saída, alguma janela, porta ou passagem para sair daquela sala, mas desisti nos primeiros 10 minutos, pois estava muito escuro e mesmo se eu continuasse eu não iria encontrar nada. Me sentei no sofá empoeirado apoiando minha cabeça no encosto e assim fiquei durante toda a noite, que parecia passar como uma lesma de tão lenta.

Depois do que me pareceu uma eternidade os primeiros raios de sol começaram a penetrar na sala pelas pequenas frestas da porta, me levantei e olhei ao redor da sala para ver se havia alguma passagem ou abertura para que eu saísse logo daquele lugar imundo, mas não havia nada.

– Droga! – Dei um chute na estante velha que estava ali e isso faz com que algumas coisas que estavam amontoadas ali desmoronassem.

Assim que as coisas caíram raios de sol iluminaram mais a sala, sorri com a ideia de ter uma janela ali atrás, arrastei a estante com certa dificuldade e uma janela grande com os vidros embasados de poeira apareceu na minha frente.

Agora tudo o que eu tinha que fazer era quebrar aqueles vidros e eu estaria livre, peguei um livro que tinha caido da estante e joguei contra a janela, fazendo a mesma quebrar-se na mesma hora, tirei alguns pedaços de vidro com a mão mesmo e arrastei a mesa para perto da janela para poder subir e pular para o outro lado.

A janela dava para um beco estreito e grande, atravessei todo o beco e sai em uma ruazinha que ficava perto do local onde aconteceu a festa ontem, pensei em Ally e imaginei que essa hora ela já estaria em cada então fui direto para a pousada.

Assim que cheguei a meu quarto fui direto para o banho, eu me sentia suja e cansada por ter passado a noite trancada naquela sala imunda. Liguei o chuveiro e entrei de baixo deixando que a água fizesse uma massagem no meu pescoço. Enquanto a minha tensão ia passando a raiva tomava conta de mim, raiva por Lauren ser tão estúpida a ponto de mandar me sequestrar e me trancar em uma sala para que eu ficasse com medo e saísse da cidade, mas se ela quer jogar sujo eu jogarei junto com ela e eu não iria me render até aquela garota repugnante implorar pelo meu perdão.

Depois de alguns minutos sai do banheiro enrolada em meu roupão velho e me joguei na cama, eu tinha que pensar em como me vingar de Lauren Jauregui, mas eu estava tão cansada que apaguei e pela primeira vez em muito tempo eu não tive pesadelos.

Acordei meio zonza sem saber quanto tempo havia dormido, peguei meu celular que estava carregando e vi que eram seis horas da tarde, me sentei na cama e logo a sensação de estomago vazio me inundou. Fui até minhas malas - que eu ainda não havia tido coragem de arrumar no guarda-roupa - vesti uma roupa e sai para comer algo. Eu não estava afim de ir ao mallita, pois sabia que Lauren poderia estar ali e eu ainda não estava em condições para encontrá-la, então fui para outro bar que ficava a duas ruas da pousada e que eu sabia que lá eu não encontraria ninguém da escola e onde eu poderia pensar em como fazer Lauren pagar pelo que ela me fez.

Amor e Mistérios (Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora