A nova vida de Manu

Mudança

Era por volta das duas e meia da tarde quando finalmente saímos da piscina e, meio a contragosto, concordei em ir á praia com o pessoal.

Os meninos estavam jogando futebol, e as meninas estavam sentadas na areia em baixo do guarda-sol.

-Gente, vamos dar um mergulho? Estou morrendo de calor!! - Diz Clara abanando-se com uma das mãos.

- Vamos!! - Diz Anne, fazendo todas se levantarem e caminharem até o mar.

- Você não vem filha? - Diz a minha mãe percebendo que eu ainda estava sentada.

- Não mãe, estou bem aqui. Pode ir com as meninas. - Digo tirando o celular do bolso.

- Você realmente ficou traumatizada com o seu afogamento, não foi? - Diz a minha mãe preocupada enquanto sentava ao meu lado.

- Sim. - Digo, soltando um suspiro logo em seguida.

- Filha, eu sei que o que aconteceu com você foi terrível e recente, e que também eu poderia ter te perdido. - Diz a dona Clara com os olhos marejados ao lembrar do momento em que tinha lhe contado do ocorrido. - Mas você tem que aprender que passou, e agradecer a Deus por aquele garoto ter te salvado, Lucas não é mesmo? - Diz a minha mãe pedindo confirmação dos fatos que acabou de contar. Afirmo com a cabeça fazendo-a continuar. - Então, esse medo que você está sentindo pode te impedir de fazer coisas boas, como aproveitar essa tarde maravilhosa numa praia daqui do Brasil com a sua mãe e seus amigos, e com um quase namorado. - Diz ela fazendo-me arregalar os olhos.

- Como a senhora sabe? - Pergunto surpresa, pois todos os pouco momentos em que passei com o Miguel aconteceram quando ela e os meus amigos estavam distraídos ou não estavam por perto.

- Eu sei quando a minha filha está apaixonada por alguém. - Diz ela chegando mais perto. - E também sei quando o amor é recíproco. - Ela sussurra mesmo com todos longe. - Manuela, o Miguel realmente te ama, eu consigo ver nos olhos dele, não o perca minha filha. Lembra do que eu falei agora a pouco sobre medos? Esse medo que você ainda sente em entrar num relacionamento, pode fazer com que você perca o amor da sua vida. - Diz a minha mãe dando uma piscadela e se levantando.

Ela estava certa, eu precisava vencer esse medo. Porém, eu acho que estávamos nos referindo mais ao medo de entrar em um relacionamento do que o medo de entrar na água. Todavia, decidi que venceria os dois.

Depois de me levantar, ajeito-me para ficar "apresentável" e vou em direção ao mar, onde o Miguel e os meninos já faziam companhia ás meninas.

- Miguel!! - Grito.

- Oi! - Diz ele no mesmo tom.

- Pode parecer cedo para você, mas eu quero que saiba que eu te amo. - Digo já me arrependendo, pois eu estava bem próximo dele. E vendo surgir um largo sorriso em seu rosto com um pouco de surpresa.

- Eu também te amo. - Diz Miguel.

Então eu senti as borboletas na barriga acompanhada com as batidas forte do meu coração, acho que até o Miguel escutou.
Porém, isso não o impediu de me
puxar para mais perto fazendo com que os nossos corpos se encaixassem perfeitamente, e tocando delicadamente os seus lábios nos meus.

- Até que enfim assumiram alguma coisa!! Só falta o pedido de namoro não é Miguel? - Grita Clara em meio aos berros e aplausos dos nossos amigo.

Ele apenas sorriu e se aproximou novamente, dando-me um selinho. O nível de vergonha e felicidade que estava sentindo naquele momento estava absurdamente alto, fazendo com que Miguel percebesse.

- Não precisa ter vergonha. - Ele sussurra próximo a minha orelha, fazendo com que todo o meu corpo se arrepiasse e as minhas pernas ficassem bambas.