Johnnie
Continuamos caminhando, em alguns momentos eu parava e apenas observava a maneira como ela sorria, andava, ela ia de menina à mulher em segundos. Era isso que me impressionava, ora brinca, ri, ora sabe seduzir apenas olhando, sem dizer uma palavra sequer.
Minha cabeça entra em parafuso, sempre que estou próximo a ela. Não sei explicar o que sinto, é uma sensação boa, um vontade de congelar o tempo, só pra não perder o momento.
O movimento do parque já está bem pouco, quase não se vê ninguém pelos arredores.
— Vem aqui comigo! — chamei. — Quero te mostrar uma coisa.
Ela aceitou, dobramos a esquerda, que dava acesso a uma enorme pedra e saímos andando por entre as árvores. Mais a frente tinha um lugar que aprecio muito. É uma parte de mim. É um lugar... meu!
— Que lugar é esse que você está indo? — perguntou meio desconfiada. — Nunca andei por essa parte.
— Calma! Já estamos chegando e te garanto que isso não é um sequestro. — ri.
— Ah, que bom que não é um sequestro, porque eu já estava até ligando para a Polícia. — brincou.
— Agora é só escalar essa pedra e já estamos onde queria te trazer.
Subi primeiro e depois ajudei-la a subir. Por já ser acostumado a vir aqui, tive mais facilidade, pelo menos a falta de vindas aqui, não me enferrujou. A pedra é enorme e mais ou menos plana na parte de cima.
— Uau. É muito bonita a vista daqui. — levou a mão à boca.
— Achei que você fosse gostar. Da pra ver muita coisa daqui de cima. — comecei a apontar para alguns lugares. — Olhando daqui, a visão do lago fica bem mais bonita, concorda?
— Com certeza! Esse lugar era totalmente desconhecido para mim, até hoje.
— Quando criança, meu pai gostava de me trazer aqui.
— Ah! E você sempre vem por aqui?
— Não! — um bolo começou a se formar na minha garganta. — Desde que ele morreu, evito vir aqui em cima. Sei lá, quando estou aqui, lembro o quanto estou sozinho.
— Desculpa. Não pensei que esse lugar te trouxesse essas lembranças.
— Sem problemas. Você não tem culpa em perguntar por algo que não sabe. Na verdade, ninguém sabe que venho aqui. A não ser a Marta, e agora você.
— E por que você me trouxe aqui? — perguntou receosa.
Quando ia começar a responder, me interrompeu.
— Caso não queira mais falar sobre isso, eu entendo. E novamente desculpas por parecer tão inconveniente.
— Não! Eu quero falar, quero tirar pra fora um pouco do que sinto. Só preciso de alguém que queira me ouvir.
— Então, tá esperando o quê pra começar? Sou todo ouvidos. — sentou-se.
Tentei esboçar um leve sorriso. Estava realmente precisando de alguém prestativo. E ela se tornou minha âncora nesse exato momento.
Acompanhando seu movimento também sentei, ficamos bem próximos.
— Peço que não se incomode por esse divã pouco macio. — riu. Mas eu não conseguia fazer o mesmo.
— Ei, o que foi? — ela parecia preocupada. — Você ficou quieto, com um olhar distante. O que está acontecendo? Se eu puder ajudar... tô aqui.
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Escolhas
Romance"Tudo nessa vida depende de escolhas. Posso escolher entre ir a pé ou de ônibus para o mercado; se como um chocolate ao invés de uma maçã. A única coisa que infelizmente não temos essa opção, é por quem se apaixonar. Johnnie era apenas um colega de...