+TWO+

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- Já estás vestida?

Ele pergunta do outro lado da porta, já que eu havia trancado a mesma.

- Só um minuto!

Disse enquanto ajeitava a camisola. Eu havia escondido meu telemóvel entre minhas calças e minha anca, bem na frente pois eu rezava que ele não me tocasse lá.

Abri a porta.
Os seus olhos puxados caíram em mim. Ele estava bem bonito, apesar de sua personalidade tão suja e medíocre.

- Vamos ao parque. E ah, podemos ir jantar fora também.

Eu apenas assenti encarando meus pés se contorcendo.
Não sei porquê, mas ele me fazia arrepios pela espinha e bichinhos na barriga ao mesmo tempo.

- Sabes as regras não é?

Regra 1: Não escondas.

- Sim.

Regra 2: Não mintas.

- Então tudo bem.. vai buscar um casaco.

Regra 3: Não fales com mais ninguém.

- Estou pronta.

Regra 4: Não olhes para mais ninguém.

- Vamos então.

Regra 5: Não fujas.

Estas eram as regras principais, em caso de saída.
Também havia regras para dentro do apartamento, mas não acho necessário ditar, pelo menos não agora.

_____________

Estávamos passeando pelo parque, estava escuro e frio.
Eu não entendia.

Ele se sentiu em banco de madeira, e dando espaço para eu me sentar, batia com a mão levemente no lugar.

Eu obedeci.

- Me conta um pouco. Sobre sua vida.

- Já sabes de tudo.

Ele riu.

- Não sobre sua infância.

Arrepiei com essa palavra. Infância.

- Sabes que não tenho irmãos, apenas adotados.

- Quantos eram? Ah, tens três irmãos adotados, uma menina e 2 meninos.

- É.

- E tens pais divorciados.

Eu apenas assenti, encarando as árvores à minha frente.

- Mas não é essa a minha dúvida. Você na universidade era bem.. solitária. Foi até bem fácil te pegar.

Eu não queria falar sobre aquilo. Mas eu tinha que falar.

- É. Eu tenho uma amiga, mas ela se mudou faz algum tempo.

Era melhor não pronunciar seu nome. Sabe se lá o que ele poderia fazer com ela. Com Lee Young.

- Mais nenhuma?E aquelas da sua turma que você falava?

- É... elas não são meu tipo.

Ele me encarava.

Eu começei a mexer nas minha mãos. Porque ele estava sendo tão simpático?

Não é que ele seja anti pático, ele apenas não costuma ser sincero, tudo o que ele diz é bem sarcástico e num tom doentio, mas aquela frase parecia bem sincera.

- Mas vamos jantar, nao quero você morta à fome.

___________

O restaurante era bem chic.
Ele tinha dinheiro, já que devido ao seu curso, podia ganhar dinheiro muito fácil.

- O que desejam?

A atendente bastante atraente diz para Ele.

- Queremos camarão da especialidade da casa. Ambos.

Ele não olhou para ela por um segundo.

- Claro. Deseja beber alguma coisa?

Ela diz se inclinando para Ele.
Ela estava a atirar-se à Ele!!

- Pode ser vinho da casa.

Eu não bebo vinho e aquilo estava me incomodando.

- Mais alguma coisa, senhor?

Ela diz mordendo o lábio inferior.

- Não queremos mais nada, pode ir.
Eu pronunciei involuntariamente.

Ele sorriu , não sei se de mim ou da cara de indignada da assistente.

Ela finalmente foi embora.

- Posso ir à casa de banho? Tenho dores de barriga.

O seu sorriso desfez-se.

- Pode.

Eu me levantei , no momento em que entrei na casa de banho, tirei o telemovel da cintura.

Quem eu iria ligar?

Minha mãe ? Não mesmo.

Meu pai? Piorou.

Meus irmãos ? Bem.. não era uma má ideia mas eles contariam à mãe.

Lee young. Apesar de ela estar longe, ela sempre sabe o que fazer.

Chamada:
- Lee, me ajuda.

- Credo, porque tanta agitação menina?

- Isto não é brincadeira Lee!

- Tá , que foi? Você não me fala à meses e quer minha ajuda?

- É por isso mesmo. Eu não falo contigo porque me fodi.

- O que fizeste desta vez?

- Me sequestraram.

- ...  você bebeu?

- Não Lee por amor de Deus me ajuda, ele me magoa às vezes e não me deixa sair de casa.

Eu estava a chorar.

- Tá, calma... é sério isso?

- Claro que é sério.

- Tá calma. Me diz onde estás, como ou quem ele é e se estás magoada.

- Não estou muito magoada, ele é um rapaz da universidade e estamos num restaurante.

- Liga para a polícia.

- Eu .. eu não o quero entregar.

- COMO NÃO? És burras? Ele te sequestrou. Isso é crime.

- Eu sei mas, ele é bom rapaz. Só teve uma vida difícil.

Ela calou-se só ouvia a sua respiração, é um longo suspiro.

- Tá eu vou te resgatar. Deixa o localizado do telemovel ligado pelo amor de Deus.

- Tá. Rápido por favor!

•Psycho• >> JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora