+FORTY Pt.1+

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- Lee? Algum problema?
Mantínhamos contacto frequentemente por mensagem para economizar e por ser mais eficiente, tinha até mandado mensagem a noite anterior. Daí suspeitar a chamada, era atípico da minha confidente.

- Eu ia visitar Jungkook hoje mas, quando falei com a recepcionista, ela disse que não havia Jeon Jungkook nenhum na área dos cuidados intensivos internado.

Silêncio. Apenas as respirações compassadas dos ao meu redor, dispersados e distantes. Cada vez mais distantes.

- Como assim não há? Ele está em coma induzido.
Digo, mais focada para mim própria do que para o exterior.

- Supostamente teve alta.

Alta?
Os dedos contorceram, por momentos pensando em desabar consigo mesmos e com a moldura.
Olhei para Namjoon que mantinha a cabeça baixa, numa posição imprópria, vergando sobre uma folha rascunhada. Brilhava sobreposta na superfície plana e escura.
Após para Seokjin, que mostrava um sorriso amigável, um pouco piedoso, um dos cantos da boca fora pressionado e erguido.

- Lee... falamos mais tarde. Obrigado.

Desliguei a conexão antes da mesma sinalizar despedida apropriada, ou sequer processar qualquer uma.
Talvez fosse automática, o ser humano é acostumado com despedidas.

Olhei para Jimin, um pouco rabujado, de pés com pontas viradas ao oposto e mãos armazenadas nos bolsos frontais das calças negras.
Hoseok parecia um pouco receoso, com olhos arregalados encarando todo o compartimento, ansioso de qualquer ação minha ou deles.

- Jungkook acordou, esta manhã.
Namjoon murmura, olhando para o papel mas a caneta nem movia.

- Com a ajuda do Jin e do Namjoon hyung fomos capazes de retirar dos cuidados intensivos.
Disse Hoseok.

- Ligamos para ti, mas ninguém atendeu a chamada.

Jimin cuspe, tentando fazer a minha consciência pesar. Quase não aguento com ela. As pernas tremem-me e os joelhos falham-me os seus propósitos.
Mais um pedregulho numa montanha.

- Mas se ele teve alta... onde está?
Perguntei, quase inaudível.

- Decidimos trazê-lo para um ambiente mais familiar, para cuidar dele.

Seokjin caminha até ao quarto lateral, quase nunca lá entrava, era o compartimento mais frio pro estar longe da lareira. Preferia dormir no sofá ou, se Yoongi chegasse antes e devido ao seu cavalheirismo e gentileza, eu dormia no chão, bem perto do calor.

E lá estava ele, deitado na cama de casal, ainda pálido mas os seus lábios estavam rosados. Vestuário grosso de ternura, no qual notei um aquecedor portátil ligado perto de si.
À cabeceira pequena estavam vários medicamentos, para além de água purificada e uma máquina para a respiração. Existia também uma medidor de tensão e soro, no qual não estava injectado no seu pulso, felizmente.

- Não foi fácil mas após algumas trocas de palavras com as pessoas certas, um estratagema já à muito planificado por Namjoon e uns documentos clandestinamente impressos tornaram isto possível.
O mais velho explica.

- O diretor assinou a folha sem sequer ler, confiando totalmente nas palavras do Jin hyung. "É uma alta em atraso que necessita ser autorizada".
Hoseok imita a voz de Jin por fim, já ao lado da cama. Ria.

Jimin encostava contra o suporte de madeira de um dos beliches, de braços cruzados. Encarava o amigo com o olhar perdido.

- E como está ele?

•Psycho• >> JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora