His Diary- Page 60&63

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Página 60             01/01/201?

Diário,
Hoje olhei para ele. O seu sorriso iluminou a minha noite, contando com os fogos de artifício.

Um dia assim necessita ser lembrado, mesmo que eu saiba que seja o nosso último.

Ah, eu até que gostava dele. Mas tal como todos, me abandonará.

Solidão.

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Página 63                  13/01/201?

Diário,

Reencontrei ele. Estava ligeiramente diferente, sentado na sua secretária.

Eu chamei "Jimin", ele me olhou mas ele apenas olhou para a janela.

Fiz um novo amigo.

Esperança.


+Bónus

(Página deslocada)

Diário,
Eu ouvi ela chorar, como sempre. Mas desta vez, algo estava diferente.

Eu realmente não queria escrever sobre isto, passados todos estes anos, mas tenho de me manter sano.
Na altura, fiquei em choque, não me atrevi a sair do meu esconderijo.
Lembro de tapar a boca, segurando a respiração com a minha mão direita. À esquerda cabia a função de segurar o meu corpo encolhido de desabar sob a força da gravidade.

Ela berrou, e senti falta da minha mãe, lembro perfeitamente.
Algo estava de errado, nesse dia. Os seus berros eram diferentes, mais agonizantes.
Ela gritou para eu ficar quieto e não sair por nada. Eu obedeci.
Se eu tivesse me movido.
Não sei o que faria, provavelmente morreria com ela, mas mesmo assim faria a ação certa.

De repente, ela já não gritava nem soluçava, mas ainda se contorcia. Ainda gemia fracamente, os sapatos envernizados daquele homem batendo contra o seu frágil corpo. Ouço os passos se distanciarem e espreito.
Muitas vezes a imagem me assombra, ainda hoje.

Sangue, havia bastante. A sua pele branca como o cal, os lábios roxos, mórbidos, apenas as faces ligeiramente rosadas e as lágrimas a davam como viva. Seu braço tremia e sua boca abria e fechava, não procurando por ar, apenas atordoada, como se estivesse sobre qualquer anestesia. Espalhada no chão, parecendo a criatura mais inútil do mundo que não era, sendo na realidade s minha única fé no ser humano.
Do seu nariz escorria o líquido vermelho, já escuro; a sua respiração me fazia hiperventilar só de ouvir, e então nossos olhos se cruzam.
Ela levanta o dedo indicador, mostrando nódoas no seu pulso, e leva aos lábios, aponta em seguida para mim e leva de encontro ao olho esquerdo. Entendi o recado e ela sorriu para mim, pela última vez.

Assim que ia desabar em lágrimas na sua frente, ouvi os passos vindos da cozinha e mais uma vez, segui as suas ordens. Vejo agora que ela já tinha desistido de si, mas não de mim.
Escondi me mais uma vez, quieto, e ouvi a lâmina traçar a sua pele. Não é um som agradável. Arrepia, não sou capaz de explicar.
Como a matança de um porco, se agarrando à vida, ouvi a lâmina acabar com os seus gemidos. Espetou, e espetou, e espetou, e espetou, e espetou. Tinha um som próprio, a faca em contacto com o ser humano. Era algo que fazemos todos os dias e no entanto, nunca nos apercebemos do seu som, do quão bizarro é.
Qualquer supermercado, publicidade, repletos de animais que passaram pela mesma tortura da minha irmã e nada nos provem. Não há culpa, não há remorsos.

Somos todos doentes.
Mas talvez aquele homem seja acima da média; ouvi sangue pingar, como um jato, talvez atingindo uma artéria. Mas eu na altura nem associaria o nome ao som.
Era uma criança. E assim vi ela ser assassinada. Parou de respirar, ficou um silêncio total, além da respiração ofegante daquele lobo e seus olhos negros perdidos.
Só esperei a minha mãe chegar. Atrevi e olhei uma última vez.

Eu confiei nela e por isso a perdi.

(AVISO: algumas paginas do diário Dele não estão presentes devido à violência, ensentivo a maus tratos e violência doméstica, psicopatia, atos elícitos sexuais, palavreado forte, e ambiente impróprios e sensíveis para alguns leitores.)

•Psycho• >> JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora