+THIRTY_NINE+

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- Onde está ela?

O irmão mais velho dava passadas constantes, penteando o cabelo para trás ora uma, ora duas, ora três vezes antes de parar de pontas perpendiculares entre si.

Seokjin encolheu os ombros em pura ingenuidade.
- Ela tinha acompanhado a Sra Jeon até ao exterior do hospital se me recordo.

Temos de a encontrar, Jimin pensava de si para si, relembrando as suas tendências masoquistas.
Ela pode se magoar.

Namjoon simula algo similar a um suspiro mas cortante.
- Não precisaremos de procurar mais.

Supostamente, Namjoon teria contactado o policial na esperança de este o ajudar a localiza-lá apenas para descobrir que, para sua surpresa e do resto dos meninos, ela estivera com ele o tempo todo.

Jimin reagiu simultaneamente, uma quase bipolaridade.
Primeiro, o alívio. Após, a confusão. Inércia e para finalizar fúria.

- Não acredito nisto.
Diz ele, acompanhado por Hoseok que, rapaz sentimental e preocupado que se tornara, viera propositadamente de para ter notícias de Jungkook e consequentemente da irmã do amigo. No entanto, as suas interpretações eram diferentes. A afirmação de Hoseok era puro choque e curiosidade, já que a última vez que conviveu com eles, o policial e a princesa tiveram um grande tumulto e aparente nunca mais se teriam contactado após. Jimin, pelo aposto, estava raivoso. Queria manter a irmã longe de Taehyung, sabia que problemas se avizinhavam. Sem contar com o facto de ela não avisar que não ia comer a casa, tinha ele trazido uma refeição a escaldar vinda de um dos melhores restaurantes da cidade a seu ver. Estava de momento a aquecer no forno, ainda completa.

Min estava, como sempre, no sofá. E não disfarçou o desgosto ao saber que iria almoçar tardiamente.

📱⏳⌛️

Com um deslize desleixado, a não de Taehyung tocou no meu ombro.

- Está entregue.
Declarou ele. Encontrávamo-nos à entrada da universidade. Ele no entanto iria para a esquadra, cumprir o seu dever e distintivo.

- Parece que sim.
Disse e após, por pura simpatia e modos sócias, agradeci novamente a estadia, desta vez em particular.

- Sempre que quiser, estarei ao dispor.
Diz ele e com isso seguiu o seu dia, sem antes olhar pelo retrovisor polido a jovem que se desvanecia.

- Deja vu.
Escapuliu entre os seus dentes.

Ao invés de atender às classes, dirigi-me ao famoso caminho de terra. Abrindo pequenos buracos em sítios próprios de sensibilidade, atacados pela humidade e natureza.
Quando viu a casa, parou, observou uns segundos, tendo então colocado os seus pés em pedregulhos sorteados no solo ou pequenas pedras cuspidas, consequentemente acertadas, 'pontapeadas' sem destino a rede alguma. No entanto, um golo se formou, uma pedra acertou numa vaga e improvisada baliza.
O sapato acastanhado de pele de Min Yoongi.

A sua pele flácida, parecendo tingida com detergente, contrastou extravagantemente com o seu redor ruborizo, robusto e de certa forma florido, apesar de não ser Primavera. Ainda.

Encarou o seu sapato esquerdo, e lentamente me encarou. Não havia qualquer expressividade, expressividade típica dele.
Observou o meu rosto silenciosamente durante uns
números demorados e desconfortáveis segundos. Observou então o quadro com bordado na minha mão e juro notar um certo devaneio. Após passou por mim, como se de repente não passasse do ar que ele respira ou o vento que o rodeia.
Pensava ter sido fornecida com o milagroso dom da transparecia física quando ouço pelas costas:

- Estão à sua espera.
Quando olhei para trás, já os seus cabelos lisos viraram pequenas lascas e paus de madeira como os presentes perto da entrada da casinha, cobertos com um enorme plástico preto para proteger da humidade e ter maior qualidade ao aquecer na lareira.

Abri a porta sem bater, naturalmente. Nem para entrar nem para fechar. Ela parecia com vida própria.

Estavam todos presentes. Menos as óbvias três ausências.
Jimin para as suas passadas e revira os calcanhares na minha direção, ia cuspir restos de vocábulos que permaneciam na ponta da língua mas travou-a, enrolando e engolindo, ao reparar na minha face e no quadro segurado sobre os meus dedos.

"Olhei para um quadro emoldurado. Fora feito com bordado e lã.

'You travel the world
And world travels you
In constant movement
Why can't I see that?'

'Você viaja o mundo
E o mundo viaja em você
Em movimento constante
Porque não consigo ver isso?'

Dizia em letras vermelhas costuradas."Capítulo Twenty_Five.

Os olhos de Jimin encaravam fixamente a moldura em pura paralisia. Os olhos arregalados, num mundo utópico, distante, pretérito.

Recebo uma chamada inesperada de Lee.

•Psycho• >> JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora