+THIRTY_FOUR+

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A profecia de Gênesis 3:15 foi dirigida à serpente que mentira a Eva, ao sugerir-lhe que ela não morreria pela sua desobediência, mas que se tornaria independente, uma deusa. A serpente apresentou assim Jeová como mentiroso e insinuou que os humanos poderiam melhorar sua sorte por rejeitar a governança suprema Dele. [...]
Quanto ao termo "serpente", será que se aplica apenas a uma serpente literal? De modo algum! Revelação identifica para nós a infame criatura espiritual que falou por intermédio daquela serpente. Foi "o grande dragão, a serpente original, o chamado Diabo e Satanás, que está desencaminhando toda a terra habitada", que "seduziu Eva pela sua astúcia". — Revelação 12:9; 2 Coríntios 11:3.

Do livro "Revelação Seu Grandioso Clímax Está Próximo"

A Eva era eu, com certeza. Mas seria Jungkook a serpente? Mas quem seria Ele? No termo literal seria Deus, no entanto, no meu termo quem seria? O seu pai?
Nesse caso não faria sentido: Jungkook me persuadindo a desobedecer o seu pai. Não, de maneira alguma.

A não ser.
A serpente ser o seu pai me opondo a Jungkook. A Ele.

- O pai dele é a serpente? Jungkook é Ele. Ah, não sei.

Taehyung fica tenso, e Yoongi estala a língua. Jin estava leva a mão ao meu ombro, como se me confortando pelo esforço. Ou preparando previamente para o desconforto. A sua pena por mim.

Após ficar sentada na berma da estrada durante vários minutos em pleno choque, os meninos me trouxeram. Apenas Namjoon tinha ido com Jungkook na ambulância, os restantes ficaram para interrogatório local.
Ninguém necessitou ir à esquadra, Taehyung tinha tratado de tudo: as armas que o nosso grupo possuía tinham milagrosamente uma carta legal que autorizava a sua possessão, para caça; o único homem realmente morto apenas por nós, tinha sido Kim Taehyung escondido atrás de galhos o tempo todo.
Aliás, mesmo que tivessem algum mandato contra nós, a gente tinha acabado de ajudar a polícia de Seoul a prender um dos maiores mafiosos da cidade, então penso que deixariam passar esta. Desviariam os olhos, a face e depois as costas ao problema.

Infelizmente eu não posso virar costas. E chorei silenciosamente no carro ao voltar para o "esconderijo".
O carro de Jungkook, mas não era ele a conduzi-lo. Os cabelos menta a substituir os cabelos negros no lugar do condutor, os alaranjados no banco do passageiro. Atrás, notava pelo reflexo do vidro Hoseok a me observar, não compreendia a expressão: uma mistura de pena, triste e culpa.

Neste momento, já havíamos chegado ao doce lar dos meninos. Nunca me pareceu tão monótono como agora.
Taehyung me implorou para ler aquele excerto e eu estaria um passo à frente de saber a história entre Taehyung e Jungkook.

-  Não é bem assim.
Hoseok sorri amarelo.

- Eu sou Eva, isso sei.
Digo com certeza. Era a única rapariga na sua vida amorosa. Ou era?

Os olhos de Hoseok entristecem, se for isso possível.

- Não, princesa. Não és a Eva. Quer dizer, poderás ser, mas não é essa a interpretação a que deves chegar.

- Então?!
Pergunto, o calor se alastrando e fervendo pelo meu corpo, das entranhas para fora.
Eles se afastam um pouco, sentindo o calor irradiar. O perigo, inexistente. São homens mais velhos, mais fortes, e mais que habituados a perigo. As suas infâncias, os seus resgates, as suas infiltrações, os seus confrontos com mafiosos. Tudo por pura amizade, revolta e amor. E sobretudo, lealdade.
Confiança. Não sei até que ponto confia Jungkook neles, mas o contrário está bem explícito. Apesar do perigo, da sua tóxica companhia, eles continuam o seguindo, ajudando. Até Taehyung, que poderia o por numa cela neste preciso momento, se recusou. Porquê? Não sei, mas saberei em breve.
Parece que não sou tão diferente dos seis meninos como pensava.

•Psycho• >> JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora