Não existem palavras para descrever. Simplesmente não existe tal coragem. Apenas a insanidade o colocaria em causa.
Apenas Jungkook o faria.
Jungkook para à entrada. Ouço a sola dos seus sapatos negros envernizados baterem arduamente contra o chão saloio de madeira espessa.
Nesse momento, reparei na minha situação: ajoelhada perante Jimin completamente estendido no chão, chorando contra o seu peito e, consequentemente, manchando a sua camisa.- Melhor vir para fora.
Diz ele abafado. A sua camisa cobria metade da sua face, e eu apenas via claramente seus olhos. Talvez nem isso visse claramente, não sei se pelas lágrimas ou se pelos seus cabelos longos e negros.Inspirei com certa dificuldade, provocando um ruído como se estivesse me faltando o ar. Isso era porque estava, realmente.
- O QUE VOCÊ FEZ JEON JUNGKOOK?
Gritei, levantando o meu corpo todo. Me dirigi a ele, na entrada e lhe vários murros no peito. Claro que, para ele, seria o equivalente a uma massagem corporal. Tossi.- Eu disse: para fora.
Ele disse firme e friamente.
Nem esperou nenhum tipo de reação compulsiva; me agarrou e puxou para fora da casa, fechando a porta em seguida.Eu deixei o meu corpo perder as forças ali mesmo, nos três degraus de cimento na entrada. As minhas vias respiratórias começaram a funcionar normalmente novamente.
Jungkook caminhou até uma das janelas frontais da casa, no qual penso ser a da sala de estar, e a abriu, isto enquanto eu limpava os vestígios de lágrimas.- Vamos.
Disse ele por fim, com um movimento suave com a cabeça. Olhei incrédula.- Isso é alguma comédia?
Engoli a seco. Ele suspira pesadamente, como que se irritado com a situação.- Nunca confia em mim.
Diz num murmúrio, me olhando sem emoção aparente. Não entendi se era uma pergunta retórica ou uma afirmação sem fundamento.
- E devo eu confiar? Não sei Jungkook. Acabei de ver meus amigos, e melhor, seus amigos praticamente mortos dentro de sua casa e vem me falando de confiança?!
Ele ri, completamente sem graça alguma. Apenas por ironia.
- Mortos? Tsh.
Franzi a testa, em duvida.Decide então atravessar até a parte traseira da casa, segundos depois volta á rua principal. Parecia estar a arejar a casa. A tosse cessou, de facto.
Caminhou até ao fim da rua, seguindo reto. O segui hesitante, sempre olhando para trás.
No final do tráfego havia um espaço em terra, do lado direito, no qual alguns carros estavam estacionados. Jungkook tira algo do bolso e os faróis do carros ligam e desligam. Abre a porta do carro e me olha.O sol nasce ao amanhecer, e com ele nasce uma nova esperança. Talvez, tudo isto tivesse uma explicação. Os olhos de Jungkook mo diziam.
Ele esperou eu entrar voluntariamente e fechamos as portas. Abri a janela, deixando uma fissura arejar o veículo devido ao cheiro a suor e madeiras exóticas.
Jungkook coloca as chaves na sua entrada ligando o motor e suspira, encarando o volante forrado de pele.- Monóxido de carbono.
Explicitou, por fim. Não esperou a minha resposta. E arrancamos.Talvez esteja com alucinações, mas tenho quase a certeza que ouvi o som mórbido de sirenes chegando no virar da esquina. Sirenes de ambulâncias.
Tudo não passara, naquele momento e naquela noite, de luzes vermelhas ao fundo do túnel.
🚑🌡🌡🚑
"FARMÁCIA"
Dizia o letreiro piscando a luzes chamativas quando Jungkook me acordou. Abri a porta do lugar do passageiro e esbugalhei os olhos. Me espreguicei.
O sol já empurrava a lua com a sua luminosidade cegante. A lua, monótona, não se assemelha ao sentimento de esperança e felicidade trazido pela grande estrela.
Franzi os olhos, colocando a mão na minha frente. Estava me habituando à escuridão mais clara.Olhei para as nuvens acizentadas e depois para Jungkook, que entrara no estabelecimento com uma velocidade incrível.
Abri a porta de metal e um sino ecoa. Ele conversava com a farmacêutica, nos seus vinte anos. De facto, bonita.- Concordo.
Ele afirma, sorrindo. Nunca o vi sorrir assim para mim.- Estava a pensar...Você está livre de-
- Annyeonghaseyo.
Digo politicamente. A menina olha para mim exaltada e sorri. Eu paro ao lado de Jungkook.- Deseja algo?
Ela se pronuncia. Rodeio o meu braço no de Jungkook. Ela segue o movimento.- Penso que não, ajumma. Obrigado.
O sorriso dela desvanece. A sua boca abre mas a língua se enrola. Ouço um estalar.- Então é tudo?
Inspira ela, olhando para Jungkook amigavelmente. Estende uma saca de plástico branca.- Sim. 15 000,00 won, por favor.
Ele retira a carteira de couro e entrega o respectivo valor educadamente.- Volte sempre.
Ela sorri para ele.- Claro.
Respondo eu. Ironia é a minha linguagem materna.A campainha toca novamente e Jungkook me entrega a saca. Tinha apenas alguns antibióticos para dores e um inalador de pó bufomix.
- Isso é para mim?
Ele concorda, ligando o carro.- Poderia falar comigo. Mas se quiser ficar a falar com a farmaceuticazinha, tudo bem. Após que a conversa dela é bem mais interessante.
Ele ri.
- Quer dizer, a ajumma?
Ele diz, contendo o riso involuntário.- Para mim é considerada velha.
- Sim, vinte anos. Já está na reforma.
Revirei os olhos, camuflando o riso que escapou dos meus lábios.
- De qualquer forma, devíamos voltar para ver se os meninos estão bem.
- A intoxicação não durou nem meia hora. Aliás, eu estive a arejar.
Apertei o banco de pano discretamente.
- Jeon Jungkook. Para casa, já.
Os seus olhos negros me penetraram. E senti um calafrio.
Não sei se de incredulidade e fúria, mas ele me encarava com um persistência que poderia hipnotizar até Namjoon.- Vamos para casa. Mas não para a minha.
Liga a ignição, com destino marcado.
_______
N/A: Desafio do dia: conte quantas vezes repeti o pronome 'Ele'. Rsrsrsr
VOCÊ ESTÁ LENDO
•Psycho• >> JJK
FanfictionJá alguma vez foi o crush de um doentio psicopata obsessivo? Já alguma vez se sentiu seguida, observada? Já se sentiu sozinha? Já se sentiu... aprisionada? Fanfiction by: Ahn_Nana [Em Revisão] Todos os direitos reservados. AVISO: Está obra po...