•Psycho• >> JJK

+ELEVEN+

- Jungkook gostou de ti.

O meu coração quase saiu pela boca, não sei se pela confissão de YoonGi ou pelo facto de estarmos correndo.

- Eu-

- Isso não é bom.

Ele tinha uma expressão um pouco preocupante, mas com o passar do tempo a mesma mudava para... medo? Ele tem medo de Jungkook?

- Porque não é bom? YoonGi? Me responde. Eu acho que... Vou embora.

Ele para de correr e me agarra pelo pulso.

- Não! Menina me ouve direito.

- Não sou surda.

Ele suspira, suportando ambas as mãos nos meus ombros. Quase sem fôlego.

- Lembra quando disse que Jungkook andou comigo desde o fundamental? Ele se apaixonou.

- Vai me contar uma historinha de amor de um psicopata? Dispenso.

Me esquivei. Virei costa e segui meu caminho de volta à universidade.

- JIMIN ESTÁ ENVOLVIDO NISSO TAMBÉM.

Ele grita de longe, engulo a seco e viro novamente na sua direção.

- Não quero saber desse... canalha.

- Mas não quer saber do que pode, quero dizer, vai acontecer com você?

Encaro o solo. Estávamos num caminho de terra, e à sua volta continha uma variada vegetação. O esverdeado contrastava com o castanho escuro da estrada de terra que, infelizmente, sujava as minhas converse brancas de lama.

- Conta.

-  Na terceira série, Jungkook se apaixonou por uma menina da nossa sala, bem bonita. E como deves saber, beleza não é tudo. Ela não gostava dele, e ele não aceitou muito bem a rejeição. Eu até entendo, o mundo sempre o rejeitou. Mas isso não justifica o crime que ele cometeu.

- Cri-me? YoonGi, onde está a menina?

Pensando agora, aquela pergunta foi muito ridícula. Talvez eu não quisesse acreditar na doentia verdade.

- Neste momento, numa sepultura. Ele a matou.

Eu não sabia que sentimento demonstrar, pena ou tristeza ou revolta, tanto faz. Prefiro engolir o choque. O pior que se deve efetuar em qualquer circunstância é entrar em pânico.

- E... qual é o meu papel?

- O teu papel é a menina, não duvides de Jungkook. Apesar de achar que ele não te fará mal, aquela menina era uma cobra mesmo.

Eu riria naquele momento, mas decidi respeitar a pobre criança, e apenas demonstrar um sorriso fraco. YoonGi tentou melhorar o ambiente, só tentou.

- O que fazemos?

- Primeiro, vamos pôr isto a limpo. Vais contar tudo o que sabes. Depois decidimos o que fazer. Porque eu não sei você, mas ele está preso por tua causa, e eu como amigo não vou deixar ele apodrecendo. Com ou sem a sua ajuda.

- M-Mas ele mereceu!

- Ele não tem culpa de a família dele ser uma vergonha e ter passado por tudo aquilo, e sabes bem disso! Ele é como uma criança. Só tu o podes ensinar a viver.

Eu?

- Eu não sei o que vamos fazer... mas YoonGi, qual é? Não é como se entrássemos armados e tirássemos ele da cadeia à força, certo?

- Não, imagina.

Porque sinto uma certa ironia na atmosfera? E porque seu sorriso me perturbou?