Prólogo

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"Um dos padrões de beleza mais exigidos pela sociedade, se chama: Corpo perfeito.
Onde milhares de garotas e mulheres lutam duro para ter os quadris e cinturas finas para estarem mais próximas de um corpo modelo".

Loira, olhos azuis e uma boca sedutora que fazia qualquer homem derreter. Seus gestos eram simples mas que tinha um efeito impactante em quem os visse, sua simpatia fazia ela chegar em qualquer lugar e criar laços de amizade, sua voz era suave como a brisa do mar, seus cabelos longos e loiros voavam ao vento quando saía pelas ruas, seu sorriso era cativante e um olhar hipnotizante, e acima disso tudo e até mesmo de seu rosto angelical, estava o seu corpo.

Ária era o tipo de garota que poderia ser chamada de perfeita. Suas curvas marcadas nos vestidos que usava mostrara o quão seu corpo era perfeitamente modelado e que não precisava de exercícios ou qualquer tipo de profissional para ajuda-la a possuir isso, pois para infelicidade de muitas que a invejavam, tudo que havia nela, era natural.

Do outro lado da rua, não muito próxima a escola, estava Alice, o oposto de Ária. Muitos gostavam da sua companhia por ela ser extrovertida e ter uma paciência como nenhuma outra ali tinha. Mas a maioria das pessoas ao seu redor a julgavam, comparavam a sua irmã à ela. Mesmo sendo a mais nova acreditavam que Alice seria mais bonita que Ária e assim as irmãs Campos seriam o centro das atenções por onde passassem. Mas infelizmente, isso não aconteceu.

Sua barriga gelatinosa estava coberta por uma enorme blusa preta, para assim esconder as ondas que se formavam na mesma. Seus cabelos também loiros e longos porém presos em um rabo de cavalo voavam com a brisa que passava onde estava, sua calça era folgada, pois se apertasse mais um pouco, se sentiria presa em uma pequena e sufocante caixa.
Ao lado do ponto de ônibus onde estava, havia colegas que ela via todos os dias na escola, mas que nunca a considerariam como amiga ou até mesmo uma conhecida.
Em sua mão havia um X-bacon que comprara no caminho para o ponto de ônibus e o comeu enquanto esperava o mesmo chegar.

O ônibus parou e ela como sempre foi a última a subir, pois se incomodava de ouvir reclamações por sempre travar na porta de entrada do veículo.
E quando subiu, ouviu rumores e risadinhas horrivelmente audíveis aos seus sensíveis ouvidos, ela com a cabeça baixa se direcionou até o lugar que por pouco não havia seu nome – pois sempre sentara ali –, e sentou-se encostando a cabeça na janela.

Alice não tinha problemas psicológicos ou era anormal, não tinha dificuldade em matéria alguma, muito pelo contrário possuía a inteligência que a irmã não tinha e era divertida e super descontraída, não havia problemas drásticos para não gostar dela. Mas seu porte físico fazia as pessoas se afastarem da mesma. Alice era gorda. Não uma gorda que muitos elogiam como fofas, Alice era extremamente gorda. Suas enormes bochechas por pouco não permitiam ela de enxergar algo, seus olhos eram miúdos e verdes, seu corpo era o motivo de todo o bullying que sofria na escola, a chamavam de sem beleza, pois por ter um corpo como aquele não podia ser bonita.

Andando em passos lentos, ela se direcionou até a sala sendo a primeira a chegar, sentou-se no fundo e começou a organizar suas coisas.

— Alice! — uma voz alegre invadiu seus ouvidos.

Levantou os olhos e diante dela estava Jefferson, que comparado aos outros era seu único amigo, na realidade seu melhor amigo.

—Jeff! — sorriu para ele que correspondeu com outro.

Ele adentrou à sala e sentou-se ao seu lado, puxando um certo assunto que não interessava nem um pouco a ela. Jefferson sempre costumava saber como ia a amizade de Ária com Alice.

— Conversou com sua irmã? — ele estava ansioso pela sua resposta. 

— Claro que não. — respondeu o óbvio.

A Cópia ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora