O salto que Alice praticamente obrigou Caterina usar não foi tão favorável à ela. No início assim que saiu do carro depois de um trajeto em silêncio – Talvez por conta da timidez dos dois – Segurou firme assim que a porta foi aberta. Na realidade, suas pernas começaram a ficar bambas e ela simplesmente não conseguia sair do lugar.– Vamos Caterina, o restaurante não está muito movimentado – Júlio olhava para dentro do restaurante sem notar que Caterina não estava muito bem.
E lá continuava ela, parada segurando a porta do carro.
– Caterina ? – chamou Júlio – Vamos ?
Ela balançou a cabeça negativamente.
– Eu vou matar Alice – pensou.
– Algum problema ?
– Eu, eu estou com medo.
– Com medo ? – riu sem graça – Com medo de quê ?
– Não é nada demais, eu só não quero ir agora. – pensou um pouco – Tem muita gente lá dentro.
– Caterina não tem ninguém. Quer dizer, só dois casais.
– Eu estou com dor de barriga – praticamente gritou, fazendo o manobrista que se aproximava dar risada.
Júlio cruzou os braços e estreitou os olhos.
– Qual vai ser a próxima desculpa ? Se você não quer jantar comigo, tudo bem, eu te levo para casa.
– Não é isso.
– Então o que é ?
– Acho que estou gripada – fingiu uma tosse tão falsa que fez ela perder o ar.
– Caterina... – respirou fundo para não se estressar. – Eu vou ver se nossa mesa está pronta, enquanto isso fica aí. – saiu meio bravo e entrou deixando ela sozinha.
Quer dizer... Havia o manobrista risonho. Aparentava ser velho, mas sua cabeça nem era tão grisalha, talvez desse para perceber se ele não estivesse usando um chapéu e óculos de sol.
– Se ficar muito tempo aí, vai criar raiz – brincou ele.
– Hahahah – fingiu uma risada – Muito engraçadinho você.
Parou para observa-lo bem e do nada começou a rir.
– Estou cagado para ficar rindo de mim ?
– O que leva uma pessoa a usar chapéu e óculos de sol de noite, e ainda mais em um calor como esse ?
Ele abriu o casaco que usava e colocou as mãos na cintura sorrindo, revelando um dente de ouro bem próximo aos dentes da frente.
– Sou um manobrista chique.
– Ah claro!
– Qual é mesmo seu nome ?
– Me chamo Zeca, mas conhecido como Zeca das manobra.
– Por que um apelido tão ridículo ?
– Ridículo é esse sapato que você está usando.
Caterina tirou a prova que além de bom humorista, ele entendia de moda.
– Afinal, a senhorita vai sair daí ou não ? Preciso levar o carro.
– Eu estou com medo de cair – olhou para os pés – Não quero que ele veja minha queda.
– Você não vai cair Catanira.
– Caterina! – corrigiu.
– Tanto faz. Eu preciso que você saia daí.
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A Cópia Imperfeita
Teen FictionO desejo fixo pela magreza e a busca pelo corpo ideal são características fundamentais de quem possui anorexia, doença onde pessoas tendem a diminuir o peso, recusando-se a comer e alegando falta de apetite. Com Alice, não foi diferente, seu desejo...