Capítulo Onze

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Alice saiu empolgada da sala de aula. Ainda mais depois de sua missão ter sido completada com sucesso. Sim, ela havia surpreendido a todos, até os professores não reconheceram ela, e aquilo tudo estava ficando cada vez mais bom de ser aproveitado.
Do lado de fora Miguel a esperava ansioso, tinha algo para eles fazerem mais tarde que mudaria a rotina que ela sempre levava.

Assim que ela entrou no carro se abracaram.

– Tenho algo para te falar. – começou ele

– Diga.

– O que você acha, da gente ir em uma festa?

Alice arregalou os pequenos olhos verdes. Nunca havia ido a festas assim.

– Uma festa ?

– É, Alice. Uma festa.

– E o que tem lá ?

Dessa vez quem arregalou os olhos foi Miguel.

– Você nunca ouviu falar ?

– Claro que já. Mas preciso de explicações.

– É um lugar onde pessoas comem e dançam.

Alice olhou por alguns instantes para algum ponto como se estivesse imaginando o lugar. Não deu muito certo. Era ela lerda demais.

– Tenho pena dos seus alunos na suas aulas de teoria.

Miguel soltou uma gargalhada boa.

                               ×××

– Festa? De jeito nenhum Alice! – negou Marian enquanto passava o ferro em algumas roupas.

– Mas mãe... O miguel vai estar lá comigo.

– Alice, eu já disse que não.

– A senhora deixava Ária ir! – gritou.

– Ária era de maior, fazia suas próprias escolhas. Você é de menor, portanto​, você não vai. – encerrou a discussão.

Alice subiu as escadas pisando fundo. Subiu para o quarto e ligou para Miguel avisando que não poderia ir. Sua mãe era chata e não a liberava nem para festas que acontecia na rua da sua própria casa. Depois da morte de Ária, Marian se tornou mais protetora do que já era.
Alice sentou na cama com os braços cruzados. Passou pouco tempo ali, até uma lâmpada brilhar em cima da sua cabeça. Enquanto olhava para a janela formulou a ideia para por em prática.

E seu sair escondido ?

Não pensou na ordem de Marian e ligou para Miguel perguntando o horário. Ele disse que seria às sete horas que eles iriam e voltariam cedo, para poupar Marian de preocupações. Mas havia outro horário. O da meia noite.

Disse a ele que sua mãe havia deixado, e que ela esperaria por ele embaixo da árvore pouco antes do horário de ir. É claro que ela fugiria horas antes dele chegar ou a veria descendo da janela escondida e contaria a Marian. Miguel era muito certinho.

Desceu para o Jantar e como uma boa filha – quando quer algo – fez tudo para agradar sua mãe, até lavar a louça, ela lavou.

Quando ela terminou o último prato e foi pegar a vassoura para varrer o quintal. Caterina veio com suas diretas.

– Tem alguma coisa errada com você – disse comendo uma colher de brigadeiro e fez Marian olhar para Alice.

Se os olhos de Alice fossem metralhadoras, Caterina já estaria cheia de buracos por todo corpo.

A Cópia ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora