Seus olhos brilharam ao ler aquele nome; uma palavra simples mas que traria um prejuízo. Mas para Alice, aquilo não tinha importância, somente queria emagrecer e fazer as pessoas notarem ela de forma diferente. Poderia parecer meio egoísta, mas ninguém olhava para Alice quando Ária estava próxima. Ninguém falava ou até mesmo acenava para ela. Ela era o tipo "garota invisível".Desligou o computador e foi dormir. Mas seus pensamentos estavam focados naquilo ou no que ela poderia fazer para que o processo fosse mais rápido que o seu sono acabou sumindo. Tornou a ligar o computador e pesquisar sobre o assunto.
Com um caderno ela anotou as coisas que viu em tutorias de meninas anoréxicas. Elas davam dicas variadas, tanto de exercícios como de alimentação.
A caneta percorria o caderno com variadas formas de possuir o corpo que ela tanto sonhava.Mas o problema era... Alice estava cavando a própria cova e não sabia.
A luz forte do computador fez ela fechar os olhos e adormecer ali mesmo.
Na manhã seguinte Marian acordou ela, Alice olhou analisando-a, sua mãe estava com um olhar cansado, olheiras de quem não dormiu e chorou a noite toda e mesmo assim, ainda forçava um sorriso.
– Está tudo bem querida - disse não querendo preocupar a filha, coisas típicas de mãe.
Alice forçou um sorriso também.
– Se arrume para ir para escola... Precisamos ser fortes.
Sem pensar duas vezes Alice foi ao banheiro tomar um banho frio para suportar o dia que ela passaria. A cidade era pequena, os boatos corriam rápidos e a língua das pessoas não tinha tamanho.
Era o último dia de aula antes das férias, um excelente dia para as pessoas pararem para olhar ela e reparar no seu estado, para que pouco tempo depois ficassem surpresos com o resultado da dedicação dela.
Colocou o uniforme escolar e fez o seu rabo de cavalo, colocando a mochila nas costas e partindo para escola.
Quando pisou o pé na entrada, foi como se o tempo parasse e todos olhassem em sua direção sem se mover. Ela continuou andando vendo algumas caras tristes que faziam para ela. Abaixou a cabeça envergonhada, ninguém olhava para ela e agora a escola toda lhe encarava.
Na entrada da sala Jefferson estava no fundo e acenou para ela apontando para o lugar que havia marcado.Max apareceu do nada e barrou Alice na entrada, seus olhos azuis foram diretos nos pequenos verdes dela.
– Eu sinto muito pela sua perda - fez uma cara tristonha
Alice não conseguiu falar nada, apenas ficou parada esperando que ele dissesse mais algo.
– Como está sua mãe ? – sua pergunta fez alice se surpreender, max não aparentava se importar muito com as pessoas, mas ela não podia julgar ele como um mostro sem sentimentos.
– Ela está se recuperando aos poucos, é um processo difícil.
– Entendo perfeitamente.
– Entende ? – arqueou uma das sombrancelhas
– Sim, eu perdi minha avó, ela era especial para mim e eu demorei para me recompor.
– É... – tentou dizer algo, mas não saiu nada
O sinal tocou e Alice teve de entrar. Sentou ao lado de Jefferson que antes sorria e agora sua cara estava emburrada.
O professor entrou na sala e sorriu abrindo a porta dando passagem para uma menina de olhos puxados e cabelos longos pretos.– Pessoal... Está é Taiga a nova aluna.
Alguns olharam e outros nem deram bola para ela. Havia uma cadeira vazia ao lado direito de Alice e ela acenou informando que estava vazia.
Quando ela sentou tentou ser o mais gentil possível.
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A Cópia Imperfeita
Teen FictionO desejo fixo pela magreza e a busca pelo corpo ideal são características fundamentais de quem possui anorexia, doença onde pessoas tendem a diminuir o peso, recusando-se a comer e alegando falta de apetite. Com Alice, não foi diferente, seu desejo...