Capítulo 6

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Capítulo 6

Henry

Ri em voz baixa enquanto fechava sua porta. Ela tinha ficado vermelha feito uma beterraba com o que falei. Saí e deixei ela processar minhas palavras. Ela corando fazia meu pau voltar à vida. Eu queria descobrir até onde ela ficava vermelha.

Logo antes de oito e meia, ela abriu a porta ao mesmo tempo que eu. Fomos para a reunião juntos, conversando casualmente. Era legal. Eu sentei ao seu lado na mesa, longe de onde normalmente sentava com Adam e Fred. Que se fodam, não tinha nenhuma regra sobre onde nos sentávamos, não é? Adam ergueu a sobrancelha quando entrou na sala e quase me fez me arrepender da minha decisão. Quase, mas não chegou a tanto, especialmente porque de tempos em tempos eu sentia um pouco do seu perfume. Meu pau começou a se animar. Eu precisava me controlar.

A reunião foi mais ou menos por minha conta hoje. Ingrid Walker estava me dando mais que uma dor de cabeça com suas cantadas. Fred achava hilário. Quando Adam agradeceu a Julia por estar tão bem com seus casos ela corou e sorriu timidamente, e quase gozei nas calças. Sem uma palavra, me levantei e saí, deixando todos sem saber o que tinha acontecido. Eu poderia falar o que acontecera. Eu estava com uma ereção gigante por causa daquela expressão da Srta. Carter. Não seria nada bom para mim ou para Julia se Fred visse isto. Então eu saí. Fim de história.

Como o covarde que sou, fiquei escondido no meu escritório e até mesmo fechei as cortinas pelo resto da semana. Sabia que estava saindo perdendo porque agora não a via entrando e saindo. Eu só não podia me distrair, estava ficando cada vez mais atrasado com minha papelada. Tudo o que conseguia pensar era nela, ela estava me matando e acho que eu gostava disto.

Fiquei arrasado quando tive que cancelar nossa reunião na quinta-feira. Estava ansioso por ela a semana toda. Agora precisava estar do outro lado da cidade em uma reunião com um juiz que não gostava de mim, porque me achava muito arrogante. Ele queria falar algumas coisas comigo antes do julgamento.

Quando Julia me mandou um email oferecendo sua ajuda de novo, quase fiz uma dança da vitória. Eu ia aceitar sua oferta dessa vez. Dois pares de olhos lendo os depoimentos eram melhores que um. Eu realmente não recusaria ajuda e era ainda mais doce que fosse ajuda da adorável Srta. Carter.

Seu escritório estava fechado e imaginei onde ela estava. Steph me contou que ela estava saindo então rapidamente a segui e mal consegui alcançá-la antes que entrasse no elevador.

Suas palavras, "marquei um almoço", perfuraram meu coração. Mas que merda? Eu não consegui evitar minha expressão de derrota. Parecia que eu a perdera antes de tê-la. Seu "volto em uma hora" não meu ofereceu nenhum consolo. Não esperei para vê-la entrar no elevador. Voltei para o escritório depressa e bati a porta. Os quadros na parede tremeram.

— Merda, merda, merda! — gritei, sem me importar com quem ouvisse.

Pela meia hora seguinte, andei de um lado para o outro, jogando canetas e pesos de papel na parede. Imagens dela com um homem sem rosto, rindo tocando seus braços, beijando, me assaltaram. O pensamento me deixou doente. Eu sabia que era patético, mas não conseguia fazer nada a respeito disto. Precisava sair daqui antes que ela voltasse toda felizinha. De repente senti como se realmente fosse passar mal.

Uma batida tímida na minha porta me fez parar.

— Quem é? Estou ocupado.

A porta se abriu lentamente e Steph colocou a cabeça para dentro.

— Está tudo bem aqui? Achei que tinha ouvido alguma coisa quebrar. — ela falou e então olhou ao redor. — Ah, eu ouvi mesmo. Henry, você está bem? — ela indicou o chão coberto de lixo do meu escritório.

— Só me deixe sozinho, Steph. Estou bem. Vou sair daqui a pouco e não volto hoje.

Ela se virou para sair mas gritei para que voltasse.

— Onde estão os documentos de Dolan? Pedi para que estivessem na minha mesa hoje de manhã? Não consegue fazer nada que peço?

Eu sabia que estava sendo totalmente intratável, Steph nunca tinha sido nada além de prestativa e sempre cumpria suas tarefas perfeitamente. De repente me lembrei que os documentos estavam na minha mesa mais cedo, como pedido, e agora estavam na minha pasta. Eu era um cuzão, o que podia fazer?

Ela gaguejou uma resposta. Eu a ignorei, pegando meu casaco e passando por ela antes de sair do escritório. A culpa me consumiu, era mais alguém com quem eu teria que me desculpar. O táxi me levou para casa, eu não tinha nenhuma reunião. Steph sabia disso, mas eu não podia ficar lá e ver Julia sabendo que ela tinha estado com outro homem no almoço. Puxei o cabelo, imaginando que merda ia fazer daqui para a frente. Uma ideia piscou mais ou menos uma hora depois.

Paris, aqui vou eu...

Tentação ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora