Capítulo 19

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Henry

Minha reunião com Connor Kenway estava demorando demais, especialmente agora que eu sabia que era ele quem havia mandado as flores para Julia. Cuzão. Ele ia ouvir quando nos encontrássemos, mais tarde. Meu dia não foi produtivo. Tudo o que fiz foi olhar através das minhas cortinas agora bem abertas, esperando ver Julia. Precisava resolver essa merda antes de ser chamado por Adam e Fred. Eu sabia que eles estavam começando a desconfiar, porque os encontrei encolhidos em um dos escritórios e discutindo em voz baixa. Acreditem, Fred não discutia, ele era tranquilo demais para discutir, então isso era no mínimo estranho. Adam, porém, era um filho da mãe esperto e, juntando isto com a habilidade de Fred de ler as pessoas, eu estava ficando nervoso.

— O que diabos vocês dois estão fazendo aqui, fofocando como um par de velhas? — perguntei, genuinamente curioso naquela primeira vez, sem nem pensar que pudesse ter algo a ver comigo.

— Ah, Henry, entre, estávamos apenas, hmm, discutindo sobre não deixar Julia substituí-lo em Paris. — Adam falou, não muito convincentemente.

— Estavam discutindo isto sem a minha presença? — perguntei, erguendo as sobrancelhas em surpresa.

Fred olhou para baixo, envergonhado, então eu soube que Paris não era o assunto. Merda, estavam falando de mim? Era melhor perguntar? Confrontá-los?

— Se acalme, Henry, não foi nada que não houvéssemos discutido antes.

— Não me pareceu ser nada. — argumentei, levantando a voz.

Entrei na sala e fechei a porta atrás de mim.

— Vamos lá, desembuchem, sobre o que estavam falando?

Eles trocaram um olhar e eu sabia que Fred estava querendo que Adam os encobrisse.

— BOM? Estou esperando! — gritei, fazendo Fred se encolher. Ele já tinha visto minha fúria em muitas ocasiões antes, e ela sempre fazia com que ele quisesse se esconder. Ele era tão jovial o tempo todo que qualquer tipo de confronto o deixava desconfortável. Não me leve a mal, sendo do tamanho que era, ele conseguia se virar, mas era o que eu chamaria de um gigante gentil.

— Henry, sente-se e acalme-se, caralho. — Adam resmungou de volta, acompanhando meu tom.

Relutantemente, me sentei e esperei que explicassem.

— Olha, estamos preocupados com você. Você está diferente. Nervoso e incomodado pra caralho. Fred disse que te ouviu gargalhando na recepção ontem. Henry, você não gargalha. Inferno, você não costuma nem rir no escritório. Sempre foi aquele que é o profissional perfeito, mas parece... Diferente.

— Diferente? Diferente como? Adam, por favor, explique. Com certeza não estou diferente só porque ri com Steph?

— Não, é mais que isso. Pelo amor de Deus, cara, é ótimo te ouvir rir, se divertir um pouco no trabalho, mas a questão é que VOCÊ, Henry Rogers, não age assim no escritório. Você é um homem que separa trabalho e diversão, sempre separou. Ouvir você rir aqui, isso nunca acontece.

— Isso é besteira, Adam! Porra, fico fora por algumas semanas na França e vocês acham que eu mudei?

— Sim, os sinais podem ser sutis, mas para Fred e eu, que o conhecemos como ninguém, estão claros. Só queremos saber o que está acontecendo.

— Nada está "acontecendo", como você falou. Então eu ri com a nossa recepcionista. É um crime? A porra do mundo parou de girar? Eu realmente não sei o que querem que eu diga. Sou eu, Henry Roger, o mesmo cara de sempre, talvez um pouco mais velho, um tanto mais sábio com certeza, mas ainda eu. Não sei o que mais dizer. — caí para trás na cadeira, derrotado.

Tentação ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora