Capítulo 12

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Capítulo 12

Henry

Já tinham se passado alguns dias desde que falara com Julia. Meus dedos coçavam para digitar seu número no meu celular em mais de uma ocasião, mas resisti. Em vez disto, me deixei miserável, insistindo que ficar longe dela era a melhor opção. Eu estava ainda mais rabugento que antes. Estava cansado de Paris e ainda mais cansado de Ingrid Walker e suas mãos. Eu só queria voltar para casa. Estava realmente me sentindo como uma criança petulante resmungando internamente.

— Adam, preciso voltar, mas as coisas ainda estão tensas aqui. Por favor, reconsidere deixar Julia assumir meu lugar aqui. Ela já disse que faria e me parece a solução perfeita, mesmo que seja temporário.

— Não, Henry, de forma nenhuma. Ela tem mais que a cota dela de casos aqui, e eles precisam da sua atenção sem lhe dar mais o que fazer na França. Olha, volte se precisar e veremos sobre alguém ir no seu lugar, se for realmente necessário.

— É claro que é necessário. Deus, Ingrid paga caro todo ano para nos ter à disposição. Nós realmente não queremos perder uma renda garantida deste tamanho a irritando. Acho que ela já está bem incomodada com minhas recusas.

— Ela ainda está querendo seu corpo, é? Tem certeza que o gigante  Henry não está interessado?

— É uma forma de falar. Estou com medo de entrar no elevador sozinho e ela avançar. Ela é persistente, tenho que admitir, e não, nem o grande nem o gigante Henry estão interessados. Puta merda, Adam, quem você pensa que sou?

— E não tem nenhuma chance de você transar com ela só para mantê-la de bom humor? — Adam riu.

— Nem fodendo e espero que esteja brincando! Olha, Adam, ver como ela trabalha a deixa ainda menos atraente do que eu já a achava. Ela e eu fazendo qualquer coisa é definitivamente não. Duvido que meu pau ao menos levantaria, então já chega.

Ele riu mais um pouco e então mudou de assunto.

— Então Julia está cuidando da sua papelada? Como isso está indo?

— Bem, eu acho. Ela me atualiza por email diariamente. Está fazendo um bom trabalho.

— Já superou seu chilique sobre ela?

— Que chilique? De que merda você está falando?

— Você sabe, o primeiro dia dela, sendo grosso e tudo mais na reunião.

— Ah, sim... Eu me desculpei, ela aceitou, seguimos em frente. Então o que estou perdendo daí? Baker está fazendo a parte dele? Pedi Julia para ficar no pé dele. Filho da puta preguiçoso.

— Não é responsabilidade de Julia garantir que Thomas esteja em dia, Henry. É nosso trabalho como sócios garantir que cada um faça sua parte. Ele não é preguiçoso, aliás. Só não é tão bom quanto Julia. Ela está basicamente superando todos nós desde que começou. Bom, todos menos você.

— É, achamos uma joia. Fez bem em notar seu potencial na entrevista. Ela me disse que não estava no seu contrato ficar de olho em Baker. Ela não tem medo de falar o que pensa.

— Henry Roger? É você mesmo? Quer dizer, você nunca elogia, mesmo quando a pessoa merece, então onde está o filho da puta rabugento que é meu sócio e amigo? Só porque está na alegre Paris não quer dizer que queremos que faça um transplante de personalidade. Por acaso amamos você como o filho da puta rabugento que conhecemos. — nós dois rimos com isso.

— É, Julia falou isso também. Olha, é melhor eu desligar. Não vou voltar a tempo da reunião de segunda-feira desta semana, então é videoconferência de novo, acho.

— Okay, vou avisar Fred. Olha, tente relaxar um pouco enquanto está aí, ver a paisagem.

— Certo.

Passei um fim de semana longo e solitário fazendo a coisa toda de turista. Era melhor que ficar sentado entediado na minha suíte. Percebi que não tinha ouvido nada de Julia desde sexta. Bom, era final de semana e era tinha direito de não trabalhar, mas eu esperara alguma coisa.

Conferi meu email várias vezes, mas não havia nada. Huh. De novo, meus dedos queriam digitar se número. Hesitei desta vez apenas para olhar para o relógio. Merda, já era tarde demais para ligar. Eu continuava me esquecendo das oito horas de diferença. Era pouco mais de dez da manhã aqui, o que queria dizer mais ou menos duas da manhã lá. Podia até ser domingo, mas mesmo que Julia tivesse saído à noite ela não estaria acordada até essa hora, e definitivamente não atenderia um telefonema de trabalho num domingo de madrugada. Deixei meu celular de lado, irritado.

Uma caminhada ao longo do Sena mais tarde não ajudou nada a melhorar meu humor. Eu sabia o que precisava para isto, e não era uma opção. Não podia me desviar da minha regra de não fraternização. Precisava deixar esse interesse de lado, ou o que quer que fosse, antes de voltar para os Estados Unidos. Se Fred ou Arthur notassem isto, eu estaria fodido. Completamente fodido, e com 'f' maiúsculo.

Estava mais que pronto quando chegou a hora da videoconferência começar, na manhã seguinte. Queria vê-la, seus olhos, seu cabelo, apenas ouvir sua voz. Me sentia um pouco mais seguro sobre ceder ao meu quase-incontrolável-interesse por Julia Carter enquanto estava aqui. Quando o monitor acendeu e a estática desapareceu, eu fiquei desapontado em ver que ela ainda não estava lá. Mas que porra? Ela sempre chegava cedo, já tinha notado isto nestas poucas semanas a observando. Eu sabia que ela era organizada e gostava de ser a primeira a chegar. Onde diabos ela estava?

Adam começou a reunião e ela ainda não estava lá. Eu mal conseguia me concentrar. Interrompi, sem me importar com o que pensariam a essa altura.

— Adam, onde está a Srta. Carter?

Cabeças se viraram para me encarar na tela. Stephanne tinha uma expressão quase confusa no rosto, Fred estava me olhando como se eu tivesse duas cabeças e Thomas, bem, sua boca estava aberta.

— Sim? — insisti, um pouco mais rigidamente do que queria.

— Ela teve uma reunião, Henry. Foi urgente, não podia ser evitada. Agora, podemos continuar, por favor? Temos muito o que cobrir nesta manhã. — Adam acrescentou.

Ela não estava lá, eu não ia vê-la. Merda, ela tinha planejado isso de propósito para me irritar? Não, não era possível, com certeza ela não fazia ideia do meu interesse. Ou eu estava errado? Puta merda, será que eu tinha sido óbvio? Ela estava me evitando? Com vergonha? Merda, merda, puta merda, como diabos resolvo isso?

O restante da reunião se seguiu sem nenhum envolvimento meu. Mal podia esperar para desligar e resolver as coisas aqui para poder voltar para casa. Ingrid que fosse se foder, eu ia voltar para casa e me entender com as consequências quando chegasse lá.

Talvez depois de ver Julia eu tivesse mais cabeça para pensar nisso tudo. Me convenci de que quando a visse de novo, tudo ia se acalmar e minha mente pararia de brincar comigo. Eu estaria em um lugar melhor para convencer Adam a deixar que ela viesse para Paris no meu lugar.

Sim, eu precisava voltar para casa... agora.

Tentação ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora