Capítulo 26

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Bom dia, amores!!!! Espero que gostem do capítulo ^^.

Capítulo 26

Julia

Como cheguei em casa, eu não fazia ideia. Os soluços e as lágrimas continuaram a vir muito depois que eu havia fechado a porta atrás de mim. Um banho quente não fez nada para melhorar meu humor. Uma garrafa de vinho só me deixou mais deprimida.

Quando sua mensagem chegou, eu quase ri. Então agora ele queria saber se eu estava bem. Maldito hipócrita babaca. Maldito filho da puta hipócrita babaca lindo e sexy.

Eu ia ignorar a mensagem seguinte, mas sorri quando vi de quem era. Connor queria saber como o encontro tinha sido. Mandei um emoji triste em resposta. Meu celular tocou segundos depois.

Pela hora seguinte, eu chorei, falei e solucei contando o episódio inteiro, com Connor dizendo todas as coisas certas na hora certa. Quando finalmente desligamos, eu implorei para que ele não falasse com Henry. Eu sabia, sem sombra de dúvida, que ele estaria se sentindo quase tão mal quanto eu. A única diferença era que a cabeça e o orgulho de Henry controlavam seu coração, ao contrário de mim.

Não eram não seis e meia da manhã quando entrei no prédio na manhã seguinte. As sobrancelhas de Carl se ergueram.

— Você dorme?

— Às vezes. — falei enquanto chamava o elevador para me levar para o piso executivo.

Eu precisava me preparar para o caso de Adam ceder e me deixar ir para Paris. Eu sabia que se isso acontecesse eu teria uma reunião desconfortável com Henry para que ele me desse os detalhes do caso. Aquilo era algo que eu não queria que acontecesse, mas só iria me preocupar quando a hora chegasse.

Evitá-lo seria difícil, mas tomei a decisão de ficar no meu escritório o dia todo. Tinha levado meu almoço e bastante água. Respondi os questionamentos de Stephanne o mais depressa e resumidamente possível. Quando Adam veio conversar, tive que parar de trabalhar e lhe dar toda a minha atenção, especialmente se queria convencê-lo de que me mandar para Paris era a decisão certa.

— Henry me disse que você falou com ele sobre Paris de novo. Você está bem, Julia?

— Sim, por quê?

— Você parece um pouco desanimada, exausta, na verdade. Não notei isto ontem.

— Fiquei acordada até tarde, tentando colocar tudo em dia.

— Tem certeza que está bem?

— Sim, obrigada. Então, acha que é possível me considerar como uma opção para Paris?

— Se você tem certeza e quiser ir pelos motivos certos, vou pensar a respeito.

— Os motivos certos? O caso de Ingrid Walker não é motivo o bastante? — perguntei, tentando evitar seu questionamento.

— Sim, é importante, Julia. Mas preciso ter certeza de que não está pedindo isto porque está tentando se afastar de algo ou alguém. — ele falou, me encarando atentamente.

Eu me senti começando a corar. Imaginei o quanto ele sabia ou pensava saber.

— Tenho certeza. Vou ter todos os meus casos prontos para serem passados para alguém amanhã, no fim do expediente. Ou é cedo demais?

— Não me surpreende que você tenha tudo pronto tão depressa, Julia. Você é muito eficiente. Vou sentir falta disto aqui se você for. Neste caso, precisa de uma reunião com Henry. Vamos ter que conferir sua agenda e ver quando ele tem meio dia livre. Também tenho que ver quem vai assumir seus casos enquanto estiver longe.

— Então, pode ser possível? — perguntei, hesitante, sem querer forçar minha sorte.

— Possível, sim, Julia. Mas enquanto tento organizar tudo gostaria que pensasse mais um pouco sobre isso. Você provavelmente vai ficar lá por alguns meses. E seus amigos e família?

— Meus amigos vão adorar me visitar em Paris. Minha família, bem, não somos próximos.

— E não tem mais ninguém?

— Não, ninguém.

— Okay então, vou falar com Henry no almoço e então creio que você irá para Paris, srta. Carter.

Eu queria sorrir, mas não conseguia. Em vez disso, as lágrimas se reuniram e começaram a cair pelo meu rosto. Felizmente, Adam já tinha ido e não havia ninguém para ver aquilo.

Trancada no silêncio do meu escritório, consegui adiantar bastante o trabalho. Quando Stephanne me ligou para avisar que tinha um visitante, uma olhada rápida no relógio me mostrou que já eram quase cinco horas.

Connor entrou saltitante no meu escritório e fiz uma careta com sua animação.

— O que te deixou saltitante assim, sr. Kenway?

— Nada demais, só estou feliz por vê-la, srta. Carter, apesar de que você está bem mal. Me desculpe, Julia, mas é a verdade.

Eu sabia que ele só estava sendo honesto e também sabia que eu estava um tanto quanto... desfeita.

Ele se sentou no meu sofá e deu um tapinha no espaço ao seu lado. Balancei a cabeça, sabendo que se fosse até lá iria perder a compostura que tinha erguido cuidadosamente e me dissolver em lágrimas de novo. Ele pareceu entender.

— Então, vai me deixar chutar a bunda dele hoje?

— Não, eu estou bem, Connor, sério. De qualquer forma, tenho boas notícias.

Ele pareceu duvidar.

— Boas notificas?

— Sim, boas notícias, para variar. Adam concordou em me deixar assumir Paris. Só preciso acertar meus casos em andamento, deixar tudo pronto para outra pessoa assumir, fazer uma reunião sobre o caso, e então vou partir.

— Uma reunião? Com Roger? Você não vai conseguir, Julia. Ele vai te fazer mudar de ideia.

— Não, ele não vai, vou conseguir, sim. Obrigada por acreditar em mim, aliás. Olhe, Henry sabe que não vou mudar de ideia sobre isso. Deixei bem claro noite passada, era tudo ou nada. Ele escolheu nada. Está feito.

— Então você vai partir e nem vai me dar a chance de ganhar seu coração? — ele parecia desapontado.

— Connor, por favor, não faça isso. Eu preciso fazer isso por mim mesma, colocar espaço entre Henry e eu. Me deixe esquecer que o amo primeiro, e então talvez eu esteja em condições de pensar em outras possibilidades.

— Você... Você o ama? — ele soou chocado e mais que um pouco triste.

— Sim. — olhei para a minha mesa, sem querer ver a dor no rosto de Connor.

Ele não merecia aquilo. Quer dizer, eu nunca pedi para ele se interessar por mim, eu não flertava bem, e ele sempre soube sobre Henry, sobre como era Henry que fazia meu coração disparar e minhas partes femininas queimarem.

— Uau, eu não fazia ideia de que era realmente tão sério. Estou me sentindo um verdadeiro idiota.

— Por quê?

— Bom, estou aqui tentando fazer você me ver como uma alternativa real e você está de coração partido. Foi mal, Julia, me desculpe.

— Connor, podemos ser só como antes, amigos, bons amigos? Olha, eu realmente gosto de você, nos damos bem. Só não estou disponível agora para qualquer coisa além de amizade. Talvez futuramente, mas agora, eu realmente não sei.

— Com certeza, Julia, eu não queria te pressionar. Só saiba que estou aqui e sou uma opção. É a única coisa que estou pedindo.

Conversamos confortavelmente por um bom tempo antes que ele fosse embora. Fiquei para trás, trabalhando para garantir que todos os meus casos estivessem em dia. Eu não apenas fechei minha porta, mas também a tranquei. Não queria nenhum visitante inesperado.



Tentação ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora