Capítulo 8

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N/A: Bom dia, amores! Mais um capítulo, eita Henry já está em Paris. O que acharam da Ingrid?

Boa leitura!!!!

Jull Evans

Capítulo 8

Henry

O voo foi horrível. Por ter sido de última hora, a primeira classe estava cheia e tive que me contentar com classe econômica. Estava sentado ao lado do francês mais desagradável do mundo. Ele falava o tempo todo, sobre qualquer coisa. Tinha alguma coisa que ele não soubesse? Aparentemente não. Ainda bem que fechei os olhos e dormi, mesmo que fosse um sono agitado que não me oferecesse escape dos olhos cor de chocolate de Julia e do seu sorriso letal.

Quando o avião pousou em uma Paris fria e molhada, eu estava mais que um pouco irritado. Essa reação extrema tinha sido a melhor coisa a se fazer? Eu nem sabia. Um motorista carregava um cartão com meu nome escrito orgulhosamente em tinta preta. Ele me mostrou onde o carro estava e se ofereceu para levar minhas malas. Eu o segui lentamente, não tinha a energia para me apressar. Queria uma cama, e a essa altura qualquer cama já ia ser o suficiente.

A suíte do meu hotel era simples mas elegante, e comecei a relaxar imediatamente. Sabia que minha ligação para Adam e Fred amanhã não seria fácil. Estava tentando evitar vir para cá há tanto tempo que eles com certeza imaginariam que estava escondendo alguma coisa.

Na verdade, foi muito mais fácil do que pensei. Adam até mesmo disse que estava surpreso que eu houvesse resistido por tanto tempo. Resistido? Não, Adam estava muito errado, pensei. Quando sugeriram que eu fizesse a reunião de segunda-feira através de uma videoconferência, quase gritei que não. Era cedo demais para vê-la. Não queria ver em seus olhos o prazer que ela experimentara durante o fim de semana. Ver uma Julia relaxada e apaixonada iria me destruir e eu precisava entender o motivo disto. Relutantemente, concordei em pensar no assunto, e a diferença no fuso horário era minha única vantagem.

Domingo me deu tempo para pensar na sugestão de Adam: poderia fazer isto? Vê-la de tão longe? Claro que poderia. Jesus, eu mal conhecia a garota e já estava ficando irritado comigo mesmo com toda essa melação. Mandei um email rápido, concordando em estar online às nove da manhã na segunda-feira.

Ingrid também ficou surpresa com minha aparição súbita. Consegui recusar seu convite para o jantar, mas prometi estar no seu escritório cedo na segunda-feira. Esperava que o jetlag tivesse passado até lá. Depois de uma caminhada ao longo do rio Sena, voltei para o hotel. Precisaria estar bem disposto para essa reunião. Alguém na sua organização estava tentando prejudicá-la e eu pretendia descobrir quem. Ela estava me pagando muito bem para resolver esta charada, e o mínimo que eu podia fazer depois de recusar seus avanços era descobrir quem era o traidor e levá-lo para o tribunal o mais depressa possível.

Quatro horas depois, eu tinha uma dor de cabeça tanto literalmente quanto figurativamente. Quem quer que fossem, eles eram bons. Todos os membros do conselho e diretores sênior pareciam estar com ela.

Todos pareciam se importar genuinamente com Ingrid e a companhia. Eu não tinha porra de ideia nenhuma a essa altura. Se eles não se mostrasse logo, poderia acabar preso aqui por algum tempo.

Enquanto as cinco horas da tarde se aproximavam, me preparei para a videoconferência. A sala de reuniões familiar de Roger, Stark e Parker apareceu, um pouco borrada inicialmente. A imagem clareou e lá estava ela. Julia parecia um pouco confusa e triste por me ver na tela. Tentei o máximo possível não encará-la. Merda, pensei que ficaria melhor por estar longe, mas só olhar para ela doía. Ela era tão bonita e eu percebi então que estava completamente fodido de todas as formas.

Eu podia jurar que ela se encolheu um pouco quando contei as horas. Ela estava quieta, muito mais quieta que o normal. Não havia nenhum desafio, nenhuma pergunta para que ela entendesse completamente. Nada. Tinha algo errado e eu queria perguntar o que era, ver se podia ajudar. Sua saída sem nem um olhar rápido realmente me preocupou. Me despedindo de Fred e Adam com a promessa de me manter em contato diariamente, desliguei e voltei para o meu escritório emprestado.

Pegando meu celular, eu hesitei. Isto seria pessoal demais e eu teria problemas para falar uma frase inteira. Não, um email era uma ideia melhor.

Eu mantive um tom relativamente formal, mas perguntei se ela estava bem. Queria que Julia soubesse que eu tinha notado a diferença nela. Será que ela me contaria se tivesse uma briga com seu amante? Eu duvidava muito. Porém, sua resposta seca me chocou. Merda, ou ela estava puta comigo ou algo estava muito errado. Ela nem mencionou me ver de novo, nem perguntou como eu estava. Também, por que perguntaria?

Eu encarei seu email na minha tela por um bom tempo. Queria pegar o celular e falar com ela diretamente. Comecei a discar duas vezes, só para perceber o que estava fazendo e desistir. Esta garota estava me deixando louco e eu estava longe demais para fazer qualquer coisa sobre isso.

Sem conseguir resistir, escrevi outro email para ela.

Para: JulianneCarter

De: HenryRoger

Então, Srta. Carter, seu email não fez nada para confirmar que você está bem. Cansada? Esteve fazendo jornada dupla no fim de semana?

Você normalmente fala bem mais nas nossas reuniões de segunda-feira. Eu notei isto, sabe.

Aquela oferta para um par de olhos extra ainda está de pé? Enquanto estou fora, apreciaria muito uma ajuda para ler qualquer documento que chegar para mim. Se ainda estiver disposta, posso falar com Steph para repassá-los para você. Te deveria um favor enorme se pudesse fazer isto. Não tenho ideia de quando vou voltar. As coisas estão tensas aqui e o traidor está bem escondido.

Sinta-se à vontade para me ligar se precisar ou quiser, mas se lembre das oito horas de diferença. Eu tento dormir à noite, às vezes.

Espero uma resposta em breve.

Henry

Desta vez tinha sido muito mais amigável e esperava conseguir uma resposta mais amigável também. Me sentei e esperei a resposta. Esperei e esperei. Talvez ela tivesse uma reunião. Um olhar rápido pela agenda online da firma me mostrou que ela não tinha nada. Uma hora depois, peguei o telefone antes de mudar de ideia e liguei para a empresa. Aquilo era besteira e eu precisava falar com ela antes de ficar louco.

— Steph, me passe para a Srta. Carter, por favor. — pedi.

— Ah, Henry, ela não está aqui. Ela saiu um tempo atrás, disse que ia voltar mais tarde. Tem algum recado para ela? Ou posso pedir para ela te ligar?

Mas que porra, onde diabos ela estava no horário de trabalho? Fumeguei silenciosamente, pensando na minha resposta.

— Por favor, diga que liguei, mas não peça para ela me ligar hoje. Tenho um jantar. Falo com você em breve, Steph. Obrigado.

Desliguei me sentindo desanimado e com raiva tanto de mim mesmo quanto de Julia. É claro que eu não tinha um jantar. Só estava sendo infantil dizendo aquilo. Mas, sério, ela estava fora do escritório durante o horário comercial? Era a primeira vez e eu estava furioso com isso. Não a culparia por uma hora aqui e ali, quer dizer, ela trabalhava mais que a maioria, mas porra, eu queria saber onde ela estava, com quem, e se ao menos tinha lido meu último email. Pelo visto teria que esperar.

Tentação ProibidaOnde histórias criam vida. Descubra agora