Capítulo 6

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Algumas semanas depois...

Tenho me esforçado bastante no trabalho, Hillary continuava em meus pensamentos 24hrs por dia, tentava de tudo para esquece-la, para não procura-la. Ela ligou algumas vezes em casa me procurando, já que eu não atendia o celular, mas deixei claro para dizerem que eu não estava. Sai algumas noites para me distrair um pouco, mas isso parece que virou doença, ver o rosto dela em outras pessoas virou doença, já estava enlouquecendo. Só então percebi o quanto Fábricio está certo, gosto realmente dela e estou tentando me convencer do contrário.

Eu estava sozinha em casa no meu dia de folga, Arthur estava quase para chegar do colégio, Fábricio e minha mãe estavam para chegar do trabalho, faltava apenas uma hora para que todos estivessem em casa novamente. Não fiz nada o dia todo, até tentei mas o tédio venceu me fazendo apenas ficar deitada ouvindo músicas o dia todo. Ao final de uma das músicas pude ouvir a campainha tocar várias vezes, imaginei que fosse ela, não queria atender, mas também poderia ser outra pessoa. Então vesti uma camiseta qualquer e fui até a sala para ver quem era. Meus olhos se arregalaram ao ver de quem se tratava pelo olho mágico, respirei fundo uma vez e me mantive firme antes de abrir a porta e ele me olhar surpreso.

- O que faz aqui? - Perguntei o fitando seriamente.

- Nossa Filha, você não mudou nada, continua linda e.... - Começou ele.

- Sem enrolação! - O cortei.- O que faz aqui?

- Posso entrar? - Perguntou sem jeito. Ele vestia uma camisa surrada, parecia velha, uma bermuda azul e um chinelo cheio de pó, parecia ter andado muito até chegar aqui. Ao seu lado havia uma pequena mala preta, talvez com algumas peças de roupas, não parecia meu pai, não aquele que vi sair daqui a última vez.

- Não, mamãe está para chegar e pode não gostar da sua presença. - Respondi após analisá-lo.

- Está bem, posso falar com você aqui mesmo... Imagino que ela esteja com raiva de mim pelo que fiz à vocês. - Murmurou passando uma das mãos na nuca.

- Não só ela né. - Alfinetei bloqueando a passagem da porta.- O que quer?

- Preciso de ajuda... Não tenho onde ficar e o único dinheiro que eu tinha eu gastei para vir até aqui. - Isso foi de cortar o coração, meu pai estava precisando de ajuda, mas ao lembrar do que ele fez algo bloqueou meu sentimento.

- Onde está sua nova esposa? - Perguntei o encarando.

- Ela tirou tudo o que eu tinha, me sugou até o último centavo e me deixou na miséria. - Respondeu de cabeça baixa, parecia envergonhado ao me revelar isso.- Agora vejo a burrada que fiz.

- E pretende fazer o que? Sabe que a mamãe não vai permitir que fique aqui. - Murmurei respirando fundo.

- Você não pode me ajudar? Eu só preciso de um dinheiro para passar a noite em alguma pousada. Amanhã irei começar a resolver minha vida. - Pediu me olhando com pesar. Ele fez merda sim, mas continua sendo meu pai, jamais o deixaria na rua.

- Fique aqui. - Pedi saindo em direção ao meu quarto.

Eu sempre tive minhas economias, estava juntando a grana para enfim poder comprar o meu carro e ter minhas coisas. Peguei um envelope e coloquei uma quantia dentro, logo voltei e o entreguei. Ele deu uma olhada e logo guardou no bolso, Eu sabia que teria que trabalhar dobrado para recuperar o dinheiro, mas como havia dito não podia deixá-lo na rua.

- Assim que der eu te devolvo. - disse sem jeito.

- Não esquenta, aproveita e dá um trato nesse cabelo e nessa barba para conseguir um bom emprego. - Sugeri.- Você precisa ir. - Eu queria abraça-lo, mas algo ainda me impedia de ter essa atitude.

Me Recuso a Desistir (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora