Fui para a cozinha, onde encontrei a maioria dos empregados arrumando as coisas para o café da manhã. Lá estava Yanna conversando com um dos mordomos, ela parecia dar rígidas instruções.
– É para servir o pão primeiro sempre, entendeu? S-E-M-P-R-E. – Dei um sorriso e desviei o olhar para os guardas sentados em fileira nas banquetas, conversando. Nada de Allen.
Estava tão concentrada em tentar achá-lo que quando Yanna berrou do meu lado, levei um susto.
– Você está procurando alguém, Mel? – Yanna pendeu a cabeça pro lado.
Fiz que não e me voltei para ela.
– Só estava tentando reconhecer os rosto. Sabe, gravar os nomes. – Mordi os lábios, esperando que ela acreditasse.
E ela acreditou.
– Ah, então era isso! – Sorriu.
Comecei a pensar seriamente sobre o que eu estava fazendo ali. A única pista que eu tinha era aquele cadeado e eu estava perdendo meu tempo pensando em um guarda que foi apenas gentil comigo?
Cerrei o punho. Aproveitei o reboliço diário para me aproximar do balcão onde havia encontrado o cadeado e examinar mais atentamente. Nada.
– Procurando mais alguma pista, Sherlock? – Acândia quem falou isso. Quase tive um infarto.
– Fale baixo... E sim, ainda procurando. – Foi quando me ocorreu uma ideia. – Acândia, tinha muita gente na cozinha na hora do ataque?
– Na verdade, não tinha ninguém.
Fiquei surpresa.
– Como não havia ninguém?
Ela entreabriu os lábios, como se não tivesse se perguntado isso até o momento.
– Não lembro. – Mexeu no avental, franzindo a testa. – Não sei, minha memória está meio confusa.
Tudo bem. Acândia já era meio velha, acho que é normal estar com uma memória tão curta.
Bufei. Sherlock não fracassaria desse jeito.
Queria estar sozinha pra conseguir ver melhor a cozinha. Podia ter deixado escapar alguma coisa. Assim, tive a brilhante ideia de esperar anoitecer para ver o que eu queria. Puxei a Yanna para o canto e falei:
– Não vou ir para a colônia cedo hoje. Vou ficar no palácio.
– Mel, você vai desrespeitar o toque de recolher? – Ela perguntou, incrédula. – O que você precisa pegar? Vamos enquanto há tempo e...
– Yanna, é aí que está o problema. Eu ainda não sei o que eu preciso encontrar.
Ela me olhou confusa e eu suspirei.
– Você confia em mim? – Ela fez que sim sem nem pensar. Apreciei aquele gesto. – Então você sabe que eu nunca faria mal a ninguém. A questão agora é: Você vem comigo?
Ela bufou e disse:
– Tudo bem. Mas depois você vai ter que me explicar que história é essa.
Sorri e a dei um abraço bem apertado nela.
É um pouco engraçado perceber o quão próxima eu já me sinto da Yanna, mesmo conhecendo ela pouco menos de dois dias.
É isso que acontece quando só tem os irmãos e alguns serventes como amigos...
Em torno das três horas, meus irmãos apareceram na cozinha. Os dois enrubesceram após todos os olhares se direcionarem para eles. Baixaram o olhar.
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Realeza Oculta
RomanceMeriya Avaglow provavelmente é a princesa mais azarada de todas as gerações da Família Real de Hallenfy. Após várias ameaças envolvendo a princesa, o rei e a rainha decidem escondê-la até que todos os traidores fossem capturados e presos. Meriya en...