Realeza Oculta

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– Vou ir buscar as espadas. – Allen disse e eu fiz que sim. – Você sabe onde esperar, não é?

– Na verdade, eu estava pensando em fazer essa aula no Salão Particular Real.

Allen me estranhou.

– Mas só a família real pode usar esse salão.

– Na verdade, eu sou meio amiga da família, então não tem problema.

Dou um sorriso bobo.

Na verdade, teria sim se eu não fosse a princesa. O Salão Particular era usado com uma frequência muito grande pela minha família. Normalmente, vamos para lá quando não queremos ser atrapalhados – poucos empregados tinham o direito de entrarem ali. E mesmo eles, precisavam de permissão.

Normalmente, quando conseguimos dar uma escapada do trabalho, fazíamos um piquenique ali mesmo.

Allen concordou lentamente, parecendo ter um conflito com si mesmo naquele momento.

– Está bem. Vamos pra lá.

Segui para o Salão e puxei uma cadeira para me sentar.

Tinha algumas coisas que ocupavam o espaço e que poderiam atrapalhar na hora da luta. Como eu não queria mais atrapalhar Acândia. – até porque eu duvidava que ela fosse me ajudar – Hoje cedo, eu empurrei tudo para os cantos, para conseguir mais espaço.

O Salão Particular não era tão grande quanto o Salão Principal ou o Salão de Baile. Mas em minha opinião, era muito mais aconchegante. Talvez seja por causa de todas as lembranças que tenho daqui, mas, mesmo assim, não deixa de ser um lugar gostoso de ficar.

Eu estava olhando para um vaso de flor que decorava a janela quando Allen voltou com as espadas e as pousou em uma das mesas afastadas no canto.

Allen fez questão de nos treinar com espadas, porque, de acordo com ele "é quase impossível que você esteja segurando uma arma quando for atacada, mas sempre há um taco ou um cabo de vassoura por perto" e isso me arrancou uma gargalhada. 

– Toda vez que você e Yanna aparecem vestidas com o uniforme de criadagem, fico me perguntando se o vestido não atrapalha na hora da luta.

– Um pouco – confessei. – Mas bem pouquinho.

– Você tropeça às vezes.

– Porque sou desastrada.

Ele me olhou de cima abaixo, com um ar divertido.

– Você? Desastrada? – Allen disse, incrédulo. Fiquei em silêncio. – É a mulher mais elegante que já andou pelos corredores desde castelo.

Minhas mãos começaram a formigar. Eu queria tanto segurar o rosto dele naquele momento.

E foi o que fiz.

– E você é o homem que essa mulher elegante quer que caminhe ao lado dela.

Ele agarrou minha cintura, me puxando para si.

– Isso foi um pedido de casamento?

Um pequeno sorriso brotou em meus lábios e dei de ombros.

No momento seguinte, estava imobilizando o braço dele.

– Não vale! – protestou, com uma expressão de dor. – Não tínhamos começado!

Revirei os olhos. Allen era um pouco competitivo as vezes.

– Você só está com medo que a sua pupila supere você! – Puxei mais o braço dele. Ele gemeu e depois riu.

Riu?