Realeza Oculta

~ 31 ~

Por quê? Por quê? POR QUÊ?

Por que ele faria algo assim? Não faz sentido! O que ele ganharia com tudo isso?

– Onde ele está? – perguntei baixinho.

– Ele está com Allen no Salão Particular. – Um deles me respondeu, aflito. 

– O Allen está aqui?! – ofeguei. Já era ruim o suficiente ser essa pessoa, agora ela estava com o meu homem?!

O que diabos eles estariam fazendo no Salão Particular? 

– Bem, sim. – Yanna deu de ombros. – Mas acho que foi bem esperto da parte dele levar Allen para lá. Ninguém entra nesse Salão sem permissão.

– Parece que Allen já resolveu os problemas com a mãe e achou melhor voltar. – Marcks explicou. – Não foi uma boa ideia, pelo que pareceu.

Não, não, não, não, não....

Que não seja verdade, que Allen não esteja nas mãos daquele homem.

Por favor, não. 

– Vou lá – Minha voz sai rouca. Yanna arregala os olhos.

– Sozinha?! Nem pense nisso!

– Tire todo mundo daqui, Yanna. Quero que você esvazie tudo. Kent, quero os guardas ao redor do salão particular. Quero que chame o esquadrão anti-bomba também.

Os dois saltaram assustados. 

– Meriya, se acalme, bombas de esquecimento não são perigosas desse jeito!

– Não estou falando da bomba de esquecimento. – falei, séria. – Estou falando de uma bomba explosiva mesmo. Suspeitamos que tem uma bomba em algum lugar. Vou tentar arrancar algo dele, pode ser tudo um mal entendido, certo?

Era no que eu deveria acreditar. Afinal, por que ele faria isso?    

– Talvez eu consiga convencê-lo – prossegui, impaciente por estar perdendo tempo.

Yanna e Kent se olharam e fizeram um sinal com a cabeça. Saí de lá correndo rumo ao Salão Particular. Às vezes, eu tropeçava sobre o vestido, mas nunca deixava de correr. 

Chego à porta do salão e ouço uma conversa abafada. Não perco tempo e entro, nervosa. 

Mal entro e me arrependo amargamente de ter entrado sem arma ou reforço. 

O general Falte apunhá-la Allen pela barriga, fazendo-o tontear e bater contra a parede, deslizando até o chão.

Sinto que quem levara uma facada fora eu.

– ALLEN! – Corri até ele e me joguei no chão, me ajoelhando ao seu lado. Coloquei a mão sobre o ferimento para estancar o sangue  – Ah, não. Não. Por favor, não. – Eu sussarrava baixinho.

Allen tosse um pouco e me olha, com o brilho dos olhos apagados, parecia um pouco confuso. Não sei se havia me reconhecido, não sei nem se estava me vendo. 

Mas isso não importava.

Me apressei em puxar um dos babados do vestido e rasgar para amarrar em Allen. Assim que termino, ele tenta se levantar mas eu o impeço. 

Olhei para o Falte, segurando firmemente o braço de Allen, e sei que meus olhos estão incendiados de raiva.

– Por quê?! 

O general limpava a faca ensanguentada com um pano. 

– Fará muito sentido quando eu lhe explicar, querida. – Ernest Falte deixou a faca de lado, em uma mesa qualquer e se levantou, vindo em minha direção.