Não sei o que está acontecendo.
Mary acabou de matar o general?
– Mary... – Allen diz baixinho. Mary se vira para ele, secando os olhos molhados.
Allen joga para ela o controle que pegara no começo de tudo.
– O controle da bomba... – Ela olha incrédula.
Ah, então tem uma bomba mesmo.
– Certa, temos o controle – Sou eu que estou falando, fingindo entender alguma coisa. – Mas não sabemos onde a bomba está.
– Na verdade, eu sei – Ela soluça e sai correndo da sala.
Allen e eu nos encaramos. Ele respira pesadamente.
– Eu vou... – Engoli o seco. Não era bem o melhor momento para falar sobre isso, mas... – Eu não...
Nesse momento, médicos entraram com uma maca e Yanna estava junto com eles, passando informações e comandos.
Um punhado de médicos também foram ao socorro de Falte – que na verdade não precisava de socorro, ele estava morto.
Em poucos segundos, Allen já estava sendo levado para fora do salão e o corpo de Falte também.
– Allen estava sangrando, então eu decidi chamar os médicos... – Yanna disse, sem graça. – Espero ter feito tudo certo. Eu...
Nesse momento, a agarrei forte, quase matando a mulher em meus braços.
– Obrigada... – Apertei ela, para controlar lágrimas.
♔♔♔
– Vocês nos devem algumas explicações. – Eu disse aos meus pais, enquanto os meus irmãos se reuniam ao meu lado para protestar também.
– Nosso tio estava vivo? – Alec pergunta.
– E nós só descobrimos que ele estava vivo quando ele morre! – Owen que fala isso.
– Por que Falte foi banido? – indaguei. – Por que nunca nos contaram isso?
Meus pais suspiraram desanimados e começaram a contar uma loooonga história. Cujo eu vou resumir, porque eles ficavam se alterando e corrigindo as ordens dos fatos.
Parece que Falte tinha sido banido porque tentara me assassinar quando eu era criança. Graças à Acândia que dedurou ele, eu fui salva. Talvez seja por isso que Acândia é tão apegada a mim ou que minha família sempre teve um enorme respeito por ela.
– Não contamos para vocês porque... Bem, não queríamos assustá-los.
Owen olhou para eles.
– Bem, adivinhem? Não funcionou. Estou assustado pra caralho!
– Owen! – Meus pais gritaram juntos, censurando o xingamento do meu irmão.
Alec desviou os olhos e eu também. Pra caralho expressava o tamanho do nosso medo igualmente.
Estava conversando com minha família na frente da enfermaria, quando Mary apareceu tranquila.
Olhei para ela.
– Achei a bomba – falou. – Ela está no Salão Principal. O que faz sentido, uma explosão lá e não seria uma surpresa que todo o castelo caíss...
Como se tivesse percebido alguma coisa, Mary abaixa a cabeça e sussurra um "sinto muito".
– Hã... Deixe as explicações para mais tarde – pedi. – Você já chamou o esquadrão anti-bomba?
– Já.
Yatto olhou para minha mãe e os dois saíram de mãos dadas, provavelmente indo falar com o esquadrão anti-bomba.
Olhei para os meus irmãos, esperando que nos dessem privacidade.
– Oh, não, nós vamos ficar. – Alec disse, na expectativa.
– Queremos ouvir a história dela. Ela deu um tiro no nosso tio psicopata – Owen respondeu, e eu tive vontade de socar ele. Não era momento para falar aquilo de um jeito engraçadinho.
Mary suspira, trêmula.
– Não se apresse, Mary – aconselhei, e lancei um olhar reprovador pros meus irmãos. – Conte o que você conseguir.
Ela fez que sim.
– Vou tentar ser bem rápida, pois é muita coisa para falar. Primeiramente, os invasores na verdade eram pessoas que estavam insatisfeitas com o governo, e todas, sem exceção, vinham de Suspy. Eu, era uma delas, mas eu juro que não sabia o que Falte era capaz de fazer para ter o poder e achei que suas intenções eram outras! Quando seu pai visitou Suspy, ele levou esperança para o povo e o exército de Falte diminuiu. Ficaram apenas os simpatizantes do general ainda. Falte me elogiava muito, tenho quase certeza que me via como uma pupila e acabou me ensinando uma ou duas maneiras de usar uma arma ou uma espada. Ironicamente ou não, já que com a situação vivida ele provavelmente se arrependera da situação. Eu realmente achei que a intenção dele era boa! Me arrependo muito, de verdade. Quando Yanna me pediu para sair, acabei arrancando os motivos da evacuação dela e segui para o Salão Particular. Ouvi a conversa de Falte... e...e... eu me senti.... tão traída. A sensação de se sentir traída é horrível.
É muita informação para um só dia...
Mary Kime se ajoelha e sussurra mais uma vez os pedidos de desculpas.
Suspiro de exaustão e me apoio na parede. Os meninos estão trocando cochichos. Chega de brigar, chega de ação por hoje. Já tive aventura suficiente pra uma vida inteira. Ela espera alguma reação de minha parte. Me ajoelhei de frente para Mary e a abracei. Ah, Deus, estou tão sentimental esses tempos.
– Obrigada... – sussurro para que apenas ela ouvisse. – Você salvou minha vida, a de Allen, provavelmente de toda minha família e de toda Hallenfy. Eu sou muito grata.
Ela não conseguiu controlar a emoção e me abraçou mais forte.
Respiro fundo, pela primeira vez no dia, me sentindo leve.
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Realeza Oculta
RomanceMeriya Avaglow provavelmente é a princesa mais azarada de todas as gerações da Família Real de Hallenfy. Após várias ameaças envolvendo a princesa, o rei e a rainha decidem escondê-la até que todos os traidores fossem capturados e presos. Meriya en...