Capítulo 30

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Depois de um banho longo e demorado eu sai do banheiro. Rafael estava sentado na cama me olhando, mas eu não sei muita atenção para ele. Quando cheguei na cozinha para fazer o jantar, a minha sogra já estava fazendo. Ela me olhou de cima a baixo e Noah estava olhando para os brinquedos.

— O que a senhora está fazendo?

— O jantar.

— A senhora chama isso de janta?

— O que disse?

— Que o Noah não suporta sopa de brócolis... Acho que ninguém suporta.

(Eu amo).

— Se ficar fazendo as vontades dele, o menino vai ficar mimado e isso não é bom para a criança e nem para os pais — ela disse não me dando muita atenção. Na minha cabeça eu estava colocando fodo nela.

— Enfim, Noah olha o que eu comprei para você.

— Leve de volta!

— Como é que é?

Rafael entrou na cozinha olhando para a sua mãe para mim. Seu pai entrou logo atrás brotando do inferno. Esse velho gosta mesmo de me assustar, quando não é em uma rua escura, ele brota do nada quando as luzes da casa estão desligada.

— Diego, esses bonecos contem partes pequenas que podem ser engolidas pelo menino. E esse ursinhos de pelúcias juntam acaro e poeira, isso podre prejudicá-lo.

— Minha senhora, sem querer ser grosso, eu limpo essa casa todos os dias.

— Claro, já que não trabalha.

— Mãe...

— Não! Deixa ela falar, deixa ela colocar todo esse veneno pra fora. Eu vivi a minha toda sendo forte com isso, não vai ser agora que uma... Uma senhora igual a sua mãe vai me derrubar com palavras.

— Você não é forte como pensa...

— Mas eu também não sou um fraco. Vamos Marisa, coloca pra fora, mostra para eles como você me odeia.

Ela estava segurando o pano de prato e eu percebi que ela estava apertando-o. Seus olhos verdes penetrantes estavam me encarado como fosse duas pedras de gelos prontas para me congelar.

— Quer saber? Ele está certo. Esse menino não é o certo para você Rafael! Olha só para ele, ainda é uma criança, ele não trabalha, ele não faz questão nenhuma de arrumar um emprego, fica sempre as suas custas e faz faculdade de gastronomia... Acha mesmo que isso vai te dar algum dinheiro? Algum futuro digino? — ela perguntou aquilo diretamente pra mim.

"Acha que isso é uma profissão que preste? Acha que isso vai te dar um futuro de verdade? Não, a unica coisa que você está fazendo é gastar o meu dinheiro. É só isso para que você presta."     

As palavras do meu me vieram a cabeça.

— Quando você me disse que era bissexual... Eu... Eu pensei que sua vida estava acabada — ela disse olhando para o Rafael que tinha os olhos arregalados e estava totalmente petrificado. — Mas então veio o Noah... Ele pode ser a sua salvação e não esse inútil que não faz nada da vida e só sabe atrapalhar.

Eu abri um enorme sorriso. Naquele momento eu percebi que as palavras não em afetavam mais, não como antes.

— Senhora... CALA ESSA BOCA! — ela me olhou com os olhos arregalados. — Cala essa boca por que você não está falando com seus cachorrinhos adestrados, você está falando comigo, o futuro marido do seu filho, o dono dessa casa. Então você me deve o devido respeito, caso o contrario e me esqueço quem você é te coloco daqui pra fora pela janela. Eu não me importo com o que saia da sua boca, que é só merda. Fico me perguntando como uma mulher tão fina assim pode ser tão baixa, tão... Quer saber? Eu cansei de você aqui, vai embora, agora.

Diego no País das Maravilhas!Onde histórias criam vida. Descubra agora