Capítulo 6

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— Calma Diego... Respira, tudo vai dar certo.

Eu disse respirando fundo e saindo do meu quarto sem deixar que as enfermeiras me vissem. Fui andando lentamente e olhando para os lados, quando estava prestes a entrar no elevador, ele abriu e Rafael saiu de lá.

— Onde você pensa que vai?

— Eu não vou...

Eu disse me virando e voltando para o quarto.

— Estava pensando em fugir?

— Claro que não...

Entrei no quarto e me joguei na cama ligando a TV. Fiquei procurando algum canal que estava passando algum desenho. Rafael se sentou ao meu lado e ficou me olhando e eu já estava me acostumando com isso.

— Está me olhando de mais.

— Desculpa, é que eu não acredito que você estava fugindo.

— Rafael! Eu não estava fugindo, estava epenas conhecendo o hospital.

Ele concordou comigo e disse que não ia falar mais nada. 

— Então, vamos?

— Graças a Deus — eu disse me levantando e saindo do quarto.

Rafael como estava como meu responsável, teve que assinar vários papeis. Fiquei olhando para a criança que estava sorrindo pra mim, mais uma vez achando que eu sou palhaço ou dentista.

— Isso aqui não é propagando da Oral-B, some da minha frente.

O garoto arregalou os olhos e saiu correndo, me encostei na parede e fiquei esperando ele terminar de fazer o que tinha que fazer. 

— E ai, vamos?

— Deus existe.

Eu disse entrando no elevador o mais rápido possível. Quando Rafael e eu chegamos na entrada do hospital, ficamos nos olhando e ele mais uma vez sorriu pra mim, também estava começando a me acostumar com isso.

— Bom, obrigado por tudo. Depois me manda a conta do hospital.

Eu disse me virando e me afastando.

— Ei, espera.

— O que foi agora?

— Para onde você vai?

— Pra minha casa!

Ele ficou parado me olhando como se quisesse me alar alguma, mas ai sim caiu a ficha.

— Ahhhhhhhhhhhhh... Bem lembrado, vou virar sem teto.

Mais uma vez eu disse virando as costas e ele segurou me braço me arrastando de volta para a entrada do hospital. Rafael me jogou dentro do seu carro e entrou ao meu lado, eu não falei nada por que ele estava um pouco revoltado com a vida.

— Tudo bom? — eu perguntei e ele me ignorou.

Revirei meus olhos e fiquei prestando atenção no caminho que não foi muito longo. Logo já estávamos na frente da sua casa, na verdade era um apartamento o que é super bom já que eu adoro altura.

Rafael me arrastou para a dentro do seu AP e quando chegamos, ele ficou me olhando de um jeito meio bizarro. É agora que as pessoas mostram suas verdadeiras faces e prendem os outros dentro de um calabouço ou algo do tipo.

— Então... O que achou? — ele ficou me olhando.

— Gostei, é aconchegante.

— Espero conseguir comprar um maior o ano que vem, já que eu vou terminar a faculdade e quem sabe conseguir ser efetivado no trabalho. Eu morei com o Samuel no ano passado, mas ai resolvemos ter nosso próprio espaço...

Diego no País das Maravilhas!Onde histórias criam vida. Descubra agora