Capítulo 41

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Eu estava sentando na cadeira enquanto estava cuidando das contas do Restaurante, salários, gastos e esse tipo de coisa, tudo coisas que me deixam de cabelo branco, quando Noah abriu a porta  da sala com uma cara péssima.

Eu dei um gole do meu café e não dei a minima atenção á ele.

Noah se sentou na minha frente de cabeça baixa, mas ainda sim nem liguei para a sua maldita existência.

— Me perdoa...

— Estou trabalhando.

— Pai por favor...

— Não sou seu pai!

Ele fungou e secou as lágrimas.

— Me perdoa por favor... Eu estou passando por um momento difícil...

— E acha que isso te da o direito de descontar nas pessoas, ninguém aqui é culpado pelo seu sofrimento, apenas você mesmo. Olha Noah, eu realmente não quero falar contigo, estou cheio de problemas e tenho que trabalhar... Alguém tem.

Eu me levanto, mas ele se coloca na minha frente e me abraça.

— Por favor... Eu só tenho você e meu pai... Sem vocês eu não sou nada. Michelangelo não está mais comigo, eu perdi o meu amigo... Não quero perder você também. 

Eu me afastei dele.

— Só me responde uma coisa? Por que você tem essa enorme vontade de ser aceito? Por que sempre precisa da maldita opinião dos outros para poder dormir em paz? Noah, desse jeito você vai morrer sozinho, por que ninguém mais vai querer ficar ao seu lado. Isso que você está fazendo está desenvolvendo um nojo tão grande que todos estão indo embora... E sabe esses que estão do seu lado agora? Então, ninguém vai ficar do seu lado quando você cair por que eles não são seus amigos, eles são estão sugando de você toda essa "popularidade" e quando isso acabar... Você vai se lembrar das minhas palavras.

Eu deixei ele sozinho e decidi ir para o restaurante. Tinha que ocupar minha cabeça de alguma forma. Quando cheguei já vi que o movimento estava cheio e agradeci a Deus por isso, então foquei no meu trabalho até acabar o expediente.

Quando voltei para a casa vi que estava tudo escuro, então fui tomar um banho.

Assim que me deitei na cama Rafael abriu os olhos, percebi que seus olhos estavam vermelhos e inchados.

— Estava chorando amor?

— Noah está passando dos limites... Hoje ele chegou bêbado e tivemos outra discussão... Não sei mais o que eu faço.

Eu deitei a sua cabeça em meu peitoral e ele me abraçou com força.

— Quando ele chegou aqui foi o dia mais incrível da minha vida...  Quando eu descobri que tinha um filho eu não poderia ter ficado mais feliz, mas hoje eu me pergunto... Onde foi que eu errei? Dei de tudo para ele, nunca o faltou nada... Dei amor, carinho... 

— Talvez esse tenha sido o problema — eu disse passando a mão em seus cabelos.

— Como assim?

— Nós sempre demos de tudo para o Noah, sempre cedemos aos seus caprichos... Talvez tenha sido isso a estragá-lo. E além disso as pessoas na rua também devem ter ajudado ele, Noah sempre se achou melhor que todos... Acho que ambos somos os culpados disso.  

Ele ficou em silêncio e continuei passando a mão em seus cabelos.

— Se ele continuar assim eu vou mandá-lo para o Brasil para morar com a mãe dele...

Diego no País das Maravilhas!Onde histórias criam vida. Descubra agora