Coração blindado

Sinopse

Meu nome é Victória Johnson, com apenas sete anos de idade deixei minha família biológica, por conta de um acidente que ocorreu em minha casa e fui morar com uma família amiga da minha mãe, a quem os considero "tios". Lá eu passei nove anos, no começo tudo era perfeito, era tratada bem por toda a família, mas tudo isso mudou a partir do momento em que meu tio começou a me olhar diferente, me elogiando com frequência... Eu me sentia constrangida, porém não abria a boca para reclamar, pois ele não passava de fazer apenas bons elógios.
Comecei a ser tratada mal, de forma arrogante, por toda a família me senti mal por isso, pois do nada, uma convivência tão agradável, tornou-se em uma grande merda. Sofrendo na casa de meus tios, resolvi ir morar com Carlos, um homem cinco anos mais velho que eu... Estava tão perdida de amor por ele que não pensei muito antes de fazer a primeira besteira da minha vida ao me "casar" com dezasseis anos de idade. Nos primeiros meses de convivência, era apenas rosas e maravilhas, mas depois, meu "príncipe encantado" virou um ogro que só queria sexo todos os dias, em todas a horas que ele decidia. Fui agredida, fui assediada durante três anos, mas as pessoas cansam e eu como todo ser humano, cansei também!
Deixei a pessoa que dizia ser meu dono e fui morar sozinha. Foi mais um recomeço em minha vida, comecei minha faculdade em direito, tudo ia bem, mas Carlos não me deixava em paz. Estava realmente farta dessa vida neste lugar, esperei apenas pelo encerramento da minha faculdade. Recebi um convite da minha amiga para ir morar com ela em seu apartamento e assim o fiz.
Peguei todas a minhas coisas de valor, entrei em meu carro e saí estrada a fora.

Com mais de uma hora de viagem, várias coisas se passaram em minha cabeça, desde a minha infancia, sem saber notícias da minha família, dos meus irmãos... Todo meu sofrimento na casa de uma família que se dizia carinhosa, com um homem que dizia me amar... Lágrimas encheram meus olhos, tentei controlar, mas era algo impossível, o escuro da noite pediu ajuda para minhas lágrimas e elas o obedeceu, acabei perdendo o controle e sofrendo um grave acidente.
[···]

Acordei em uma sala de hospital, olhei para a porta assim que percebi que alguém estava a entrar.

-Vejo que já acordou! -Um homem que identifiquei como médico por estar com um jaleco branco. Não pude deixar de reparar em sua beleza que era de molhar a calcinha.

-A quanto tempo estou aqui? -Pergunto o olhando se aproximar.

-dois dias, mas você teve sorte, não obteve nenhum ferimento grave, passou muito tempo dormindo apenas por conta do sedativo.

-Quando terei alta? -Estava meia impaciente, talvez estressada, não sei.

-Em breve. -Diz e vira as costas. -Enfermeiros vão te observar, só tente descansar, okay? -Assinto mesmo sabendo que ele não iria ver.
O doutor saiu do quarto e eu fiquei apenas olhando o teto.
Seria esse um novo recomeço para mim?