[1] - Engarrafados

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ABSORTA ENTRE OS ALGORITMOS E A MÚSICA POP, Giulia rabiscava os últimos cálculos do dever de matemática quando o celular vibrou ao seu lado

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ABSORTA ENTRE OS ALGORITMOS E A MÚSICA POP, Giulia rabiscava os últimos cálculos do dever de matemática quando o celular vibrou ao seu lado. A tela acendeu-se, roubando sua atenção das contas. Era uma mensagem de Enzo.

As íris avelã transbordaram com a mesma apreensão que se apossou do seu coração. Era como se uma mão de dedos esqueléticos (como as dos Dementadores que ela vira nos filmes de Harry Potter) segurasse seu coração em um aperto firme, sugando toda e qualquer felicidade que Giulia sentia. Um suspiro escapou dos seus pulmões, a ansiedade criando nós em seu estômago. A brilhante notificação do celular dizia:

Giulia mordiscou o interior da bochecha e mirou por mais um instante a tela do celular

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Giulia mordiscou o interior da bochecha e mirou por mais um instante a tela do celular. Essa era a primeira mensagem que Enzo mandava em duas semanas. Sabia que ambos haviam andado ocupados nos últimos dias com todas as provas finais caindo sobre suas cabeças como uma chuva de canivetes. Ela mesma não havia tentado contatá-lo. No entanto, isso não impediu que o terror retorcesse suas feições em uma careta. Sentia como se tivesse recebido um comunicado sobre a destruição mundial, ao invés de um pedido do namorado para que o encontrasse.

Talvez aquele não fosse o fim do mundo, mas ainda trazia um presságio ruim sobre o que aconteceria.

Eles não tinham discutido recentemente, pelo menos não que Giulia soubesse. As últimas mensagens que trocaram eram inocentes e breves comentários sobre a mais recente obsessão dos dois: Mindhunter. A mente de Giulia já pulava para conclusões precipitadas. Aquilo só podia significar uma coisa...

A pequena vela que ainda crepitava esperançosa em si ameaçou apagar-se ao mais breve suspiro.

Um olhar rápido para o relógio rosa choque sobre o criado mudo lhe indicou que eram 18h30. A cacofonia de panelas sendo retiradas do armário e talheres das gavetas ganhava espaço na cozinha ao passo em que sua mãe começava a fazer torta de amora para o jantar.

Resignada, Giulia atravessou o quarto e o corredor em direção à cozinha.

- Mama - ela chamou sua mãe que, no momento, se ocupava em medir xícaras de farinha. - Posso sair agora? Já fiz todas as minhas tarefas.

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