Melissa
Acordei com algo me cutucando entre as pernas e um grade braço sobre minha cintura, quem diria, Arthur dormindo de conchinha, era incrível como me sentia mais segura em seus braços.
Entretanto eu tinha que sair dali antes que alguém entrasse naquele quarto e visse a cena. Tentei me livrar de seu braço com cuidado, mas foi sem sucesso, até que ele se mexeu.
- É incrível como você gosta de fugir de mim - Ele falou próximo a minha orelha.
- Ei, você já estava acordado ? E eu aqui tentando ser cuidadosa para não te acordar - Sentei na cama e virei para olhar ele.
- Estava aproveitando o momento, enquanto você não me atacava como sempre faz - Ele riu.
- Bobo mesmo - Demos risada - É hoje o rodeio né ?
- É sim, você vai ? - Ele perguntou.
- Acho que não, não curto muito, na verdade faz anos que não vou em um.
- Então, mais um motivo para você ir e me ver ganhar - Ele tentou me animar.
- Nossa, desculpa aí campeão, talvez eu dê uma voltinha por lá - Falei levantando da cama.
- Promete ? - Ele saiu de baixo da coberta e foi aí que eu me toquei, ele estava sem camisa, apenas com um short.
- Filha, chegamos, cadê você - Um grito veio lá de baixo.
- Arthur querido, cadê você ? - Foi a vez da Dani gritar.
- E agora ? O que a gente faz ? Se eles pegarem a gente assim estamos fritos - Eu falei desesperada andando de um lado para o outro.
- Faz assim, deita na cama e finge que tá dormindo, vou correndo para o meu quarto me trocar - Falando isso, saiu apressado pela porta.
Minutos depois ouvi passos se aproximarem, será que Arthur conseguiu chegar a tempo ? A porta se abriu e eu fechei os olhos.
- Bom dia dorminhoca - Senti o colchão afundar e fingi que acordei sonolenta.
- Bom dia papai - Cocei meus olhos e abri vagarosamente, mereço um prêmio de atriz.
- Como passaram a noite ? Tudo tranquilo ? - Ele perguntou.
- Foi tudo bem pai.
- E porque você está dormindo aqui ? - Ele disse curioso.
- Tem uma barata no meu quarto ou tinha, mas enfim, não ia dormir lá com ela - Ele soltou um risada.
- Só você mesma, bom, vou atrás dos afazeres da fazenda, até o almoço - Ele deu um beijo em minha cabeça e saiu pela porta.
Ótimo, não desconfiou de nada, arrumei o quarto e deixei como ele estava antes. Levei minhas coisas para o meu, peguei meu celular vendo que tinha várias mensagens e ligações do Fred, então liguei pra ele.
Ligação on
- Olá amore da minha vida - Falei animada.
- O que é isso ? A senhora some, é abduzida e aparece só agora ? Eu estava preocupado, você não largava o celular um minuto, podia pelo menos dar um sinal de vida - Nossa, diante desse surto, eu já sei que ele está de TPM, isso mesmo, tensão pós macho - Eu estou perdido, vem me buscar - Choramingou.
- Ei, calminha, respira, primeiramente, o que aconteceu e como assim vem me buscar ?
- EU QUERIA TE FAZER UMA SUPRESA, MAS EU ESTOU PERDIDO NESSE FIM DE MUNDO QUE VOCÊ CHAMA DE CIDADE - Ele começou a gritar, ele nervoso era uma das coisas mais engraçadas que eu já vi - Aaaa olha por onde anda seu ríspido, grosso - Ele gritou com algum carro que passou - Eu quero ir embora.
- Fred, calma, que drama é esse, onde você está que vou te buscar ?
- Sentando na beira da estrada, na saída da cidade - Que ? Essa cena eu precisava ver.
- Logo eu chego aí, beijo - Desliguei o telefone com ele aos berros.
Preciso achar o Arthur, ele tem que me levar, vou até a cozinha vendo ele comendo uma fatia de bolo e mexendo no celular.
- Arthur, será que você poderia me levar na cidade ? Buscar um amigo meu ?
- Agora não dá, tô ocupado - Não deu importância.
- Por favor - Ele continuava vidrado no celular - Se você me levar eu prometo ir ao rodeio hoje.
Ele me encarou por breves segundos, depois se levantou e tirou a chaves do bolso. Sem falar nada fomos até o carro e pegamos a estrada.
- Por que você quer tanto que eu vá nesse rodeio, nem tem haver comigo, esse não é meu mundo.
- Por que é importante pra mim é sempre bom ter pessoas que gostamos ao nosso lado - Olhei pra ele surpresa, o mesmo continuou fitando a estrada.
- Nossa, achei que você me odiasse - Provoquei ele e o mesmo balançou a cabeça.
- Talvez eu goste um pouquinho só de você, qual é a desse seu amigo aí ? - Perguntou com um tom incomodado.
- Você já vai descobrir - Falei quando o avistei de longe sentado na beira da estrada em cima da mala - Para ali - Indiquei pra ele e assim o fez.
Desci do carro e fui ao encontro daquela escândalosa, que veio correndo em minha direção.
- Ainda bem que você chegou, não aguentava mais ser devorado por esses bichos, e esse sol ? - Ele me abraçou e começou a missa de reclamações.
- Esse é seu amigo ? - Arthur chegou atrás de nós completamente surpreso.
O Fred virou pra ele, abaixou seu óculos até o nariz e o olhou de cima a baixo.
- Isso mesmo, Frederico prazer, mas para os íntimos é Fred e para você que eu nem conheço abro uma exceção - Esticou a mão, que cena cômica senhor, os olhos arregalados do Arthur diante daquela cantada, ele com certeza não imaginava.
- Prazer - Arthur apertou a mão dele e me olhou lançando um sorriso.
- Vamos para o carro, estou derretendo - Falei e eles concordaram.
- Então Arthur, o que você faz da vida ? Conte-me mais sobre o que você gosta - A última frase foi com um tom malicioso, dei muita risada vendo a cara do Arthur de envergonhado.
- Eu ajudo a cuidar da fazenda e monto em touros, sou competidor - Ele respondeu.
- Nossa, que diferente, acho que nunca peguei um peão - Ele falou pensativo e dessa vez nem o Arthur conseguiu segurar a risada.
- Nossa Melissa, porque não me falou que tinha amigos gatos - Ele falou indignado.
- A gente não é amigo, somos irmãos né Mel - Arthur provocou.
- É mentira Fred - Falei mas o mesmo me interrompeu.
- Para tudo - Ele falou alto - Como eu não percebi antes, sua Safadaaa, é o filho da sua boadrasta que você dá uns pegas.
Arthur começou a rir alto com o tom de voz que o Fred fez de indignação e como se não fosse piorar, ele piorou.
- Menina, fica tranquila que ele é todo seu, juro não dar mais em cima dele, Arthur, ela só finge que te odeia - Desgraçado, minha vontade é matar ele, se eu pudesse fazia um buraco e me tacava agora mesmo nele.
- Eu sei, no fundo ela me ama - Falou com um sorriso travesso nos lábios e olhou pra mim.
- Só nos seus sonhos amor, agora já chega vocês dois, vamos logo Frederico - Desci do carro e bati a porta, já havíamos chegado.
- Bipolaridade, a gente se vê por aí - Ele brincou e eu revirei os olhos.
Ele pegou sua mala e adentramos na casa, estou literalmente soltando fogo, não sou obrigada e agora o Arthur vai achar o que de mim.
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A Garota do Campo (EM REVISÃO)
Подростковая литератураMelissa é uma garota mimada, tem 18 anos, é dona de uma personalidade forte e sempre teve tudo o que deseja, perdeu sua mãe ainda pequena, o que fez com que ela fosse para São Paulo morar com sua tia. Depois de anos sem voltar para a fazenda em que...