Capitulo 42

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Depois de mais um tempo com meu pai, o mesmo anunciou que precisava voltar para a fazenda, resolvi ficar e tentar esfriar a cabeça que estava fritando, o choque de realidade me atingiu sem piedade.

Fui até uma árvore enorme, ela fazia uma grande sombra, soltei o Apólo e deitei na grama fresca. Já fazia um bom tempo que me encontrava aqui, pensativa. Ouvi um barulho de automóvel, mas não dei muita importância, minha mente trabalhava constantemente tentando pensar em possíveis soluções para todos os problemas.

Arthur chegou, bagunçou minha vida e meu coração diz que ele deve permanecer nela. Meu pai, homem que sempre me inspirou independente de tudo e  agora está sendo enganado por aqueles que o amam, mas a questão é, qual seria a melhor opção? A verdade é que, nenhuma das soluções são boas.

- Melissa ? - Uma voz me tirou do transe, aquela maldita voz que me arrepiava da cabeça aos pés, meu nome saia particularmente mais bonito da boca dele.

- Estou aqui - Sentei na grama e o vi saindo de trás da árvore onde tinha estacionado a camionete.

- Seu pai mandou eu vir atrás de você, ele quer almoçar mais cedo, seu voo vai sair daqui uma hora - Ele veio até meu lado estendeu a mão para me ajudar a levantar.

- Arthur, precisamos conversar - Falei pegando sua mão e levantando. Ele me olhou sério.

- O que foi dessa vez ? - Ele disse receoso.

- Conversei com meu pai - Ele abriu um leve sorriso - Mas não consegui contar para ele sobre nós.

- Você sabe que uma hora eles vão ter que saber né ? Por mim eu contaria agora, contar agora e depois vai dar na mesma, eles vão surtar do mesmo jeito. Se alguém quiser impedir, a gente dá um jeito, o importante é estarmos juntos e isso pra mim basta. Você sabe que eu abro mão das minhas coisas por você, mas você abriria por mim ?

- Arthur, eu quero sim ficar com você, quero mesmo e estou disposta a correr esse risco. E se a gente fizer um acordo ? Eu conto para o meu pai e você conta para a sua mãe ? - A parte difícil ficou para mim, como sempre, mas não tinha como fugir se queríamos levar adiante.

- Ok, mas quando ? Eu sinceramente não aguento mais esconder isso deles - Falou impaciente.

- O casamento é daqui duas semanas, podíamos contar depois que eles voltarem da lua de mel, assim aproveitamos uma semana só nossa, o que acha ? - Falei jogando meus braços em volta de seu pescoço com um sorriso malicioso.

- Mas quando eles voltarem, você já vai estar para ir embora - Ele disse.

- E se eu dissesse que não vou mais embora ? - Ele abriu um sorriso.

- Ótimo, porque não ia deixar você ir embora de qualquer jeito - Dei um beijo calmo nele.

- Ótimo - Demos risada e ele pegou na minha mãe me puxando em direção a camionete.

- Que foi ? - Ele virou para me olhar quando parei de andar.

- O Apólo, não posso deixar ele sozinho, estão de olho em nós, não podemos ser vistos juntos Arthur.

Ele bufou.

- Vai dirigindo então que eu vou com o Apólo.

- Eu não sei dirigir amorzinho - Falei irônica, prefiro ir de cavalo mesmo.

- Então você vai aprender, só que mais tarde, agora vai logo, vou te acompanhar.

- Eu ein, pode ir na frente, não preciso de ninguém me vigiando - Revirei os olhos.

- Aqui é uma área perigosa, tem vários caçadores e animais nocivos - Revirei os olhos.

- Eu sei me cuidar baby, nocivos, tipo cobra ? - Perguntei.

- Sim - Ele respondeu.

- Acredite, não tenho medo de cobras - Sorri com o olhar malicioso e ele entendeu e começou a rir - Acho elas bem bonitas, principalmente quando estão prestes a dar o bote.

Ele começou a rir sem parar e eu também. Meu amigo querido, Frederico adorava ser picado por uma cobra. Isso me fez rir mais ainda.

- E se eu te falasse que tem uma cobra pertinho de você, pronta para dar o bote, o que você faria ? - Ele ergueu uma de suas sobrancelhas.

- A vítima está atrasada, então vai ter que fugir, suponho que a cobra vai ficar com fome, então ela vai ter que ir comer também. Agora já chega né, vamos logo antes que o Tonho vai ficar bravo.

- É tonta mesmo - Ele deu risada - Mas eu ainda acho que...

- A noite a gente termina a conversa no meu quarto beleza ? Agora só vamos - Fui até o Apólo e subi no mesmo.

Arthur foi até a camionete e deu partida na mesma e assim, demos início à volta para casa.

A Garota do Campo (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora