Capítulo 8: Lembre-se do momento pt.5 (e)

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"Então deixa eu ver se eu entendi," disse Michael, colocando a garrafa de cerveja de volta na mesinha de centro e se virando para encarar Tyler. Eles, junto com Mark, estavam jogados no sofá da sala de estar, cercados de caixas vazias de pizza e garrafas de cerveja e latas de refrigerante. "Ele basicamente acabou largando o emprego dele para tocar uma música com vocês, e depois quase mijaram nele?"

"Sim, isso resume bastante tudo," Tyler acenou, tomando um gole da coca.

Ela sexta de noite, seis dias depois do show com Josh, e seis dias desde que Tyler o deixara do lado de fora de sua casa sem explicações. Eles não se falaram desde então, e por mais que a culpa o estivesse comendo vivo, Tyler não conseguia quebrar o silêncio. O forçaria a reconhecer do que ele tinha feito na calçada, e ele sabia que não poderia deixar essa barragem se romper - ela estava retendo coisas demais.

"Cara," Michael respondeu, chacoalhando a cabeça. "Eu meio que queria estar lá pra isso, para ser honesto."

Mark virou os olhos. "Ah, claro, ai você poderia ser mijado," ele disse.

"Não, eu teria acabado com todos aqueles caras com uma mão só," ele argumentou, e Tyler fechou os olhos, ignorando o resto da discussão amigável.

Uma pequena voz em sua cabeça, que estava se tornando mais alta enquanto a semana passava, continuava o lembrando que isso, o que ele estava fazendo com Josh, era injusto em milhares de formas diferentes. Ele sabia que se ele não começasse a ser honesto consigo mesmo, e não se entendesse logo, não tinha motivos para Josh continuar por perto. Ele era a última pessoa no mundo que merecia sentir o peso da confusão de Tyler.

Tudo isso estava tão vastamente aprofundado na selva de território inexplorado que Tyler nem sabia por onde começar, e ainda assim,  ao mesmo tempo, ele estava certo de que assim que ele cruzasse a linha, não haveria volta. Tinham certos momentos - como ver Josh tocar uma de suas músicas, pulando no banquinho com a cabeça jogada para trás - que fazia com que fosse impossível não querer invadir esse território e nunca voltar atrás. Mas tinha muito a se perder, muitas incertezas...

Tyler foi sacudido de seus pensamentos por uma mão gentil em seu ombro por de trás do sofá, e ele se virou para ver Chris de pé atrás dele.

"E aí, cara," Chris disse calmamente, acenando para Tyler de dentro da ilha da cozinha. "Você pode vir aqui rapidinho?"

Tyler lançou um olhar para seus outros amigos no sofá, que deram de ombros inutilmente, antes de ir até Chris.

Ele se dirigiu para a ilha. "Que foi?"

"Tá bem," começou Chris, se apoiando sobre o balcão oposto. "Primeiramente, eu já conversei com Nick sobre isso, e ele tá de boa, então não se preocupe com isso. Mas eu queria te dizer antes que você ouvisse dele."

Tyler acenou, os olhos arregalados. O que estava acontecendo?

"Meu chefe me chamou pra conversar ontem," Chris começou. "Ele me disse que ele queria me tornar gerente assistente, que é uma grande coisa."

"Isso é ótimo!"Tyler começou a dizer, mas Chris o cortou.

"Então, eu finalmente vou poder levar essa pelo time, e sair da banda," ele finalmente disse, sorrindo triste para Tyler.

"O que?" Tyler  arranhou. "Isso - Chris! Do que você tá falando? Você não tem que-"

Mas Chris sacudiu a cabeça, o interrompendo.

"Tyler, eu me sinto muito grato por ter te ajudado a iniciar esse projeto, de verdade. Mas eu sou velho o suficiente pra saber quando dar um passo para trás e deixar as coisas acontecerem como devem. Vocês me ultrapassaram. Nós dois sabemos o que precisa acontecer se twenty one pilots vai tão longe quanto merece ir."

Dreamers at Best - TRADUZIDA PORTUGUÊS BROnde histórias criam vida. Descubra agora