Épilogo

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A chegada de Filipe, Fabrício e Leopoldo veio dar ainda mais viveza ao prazer que reinava na gruta*. O projeto de casamento de Augusto e D. Carolina não podia ser um mistério para eles, tendo sido como foi, elaborado por Filipe, de acordo com o pai do noivo, que fizera a proposta, e com o velho amigo, que ainda no dia antecedente viera concluir os ajustes com a Sra. D. Ana; e, portanto, o tempo que se gastaria em explicações passou-se em abraços.

– Muito bem! muito bem! disse por fim Filipe; quem pôs o fogo ao pé da pólvora fui eu, que obriguei Augusto a vir passar o dia de Sant'Ana conosco.

– Então estás arrependido?...

– Não, por certo, apesar de me roubares minha irmã. Finalmente para este tesouro sempre teria de haver um ladrão; ainda bem que foste tu que o ganhaste.

– Mas, meu maninho, ele perdeu ganhando...

– Como?...

– Estamos no dia 20 de agosto:** um mês!

– É verdade! um mês! exclamou Filipe.

– Um mês!... gritaram Fabrício e Leopoldo.

– Eu não entendo isto! disse a Sra. D. Ana.

– Minha boa avó, acudiu a noiva, isto quer dizer que finalmente está presa a borboleta.

– Minha boa avó, exclamou Filipe, isto quer dizer que Augusto deve-me um romance.

– Já está pronto, respondeu o noivo.

– Como se intitula?

– A Moreninha.

FIM

Legenda:

* "veio dar ainda mais viveza ao prazer que reinava na gruta". – e seguindo os padrões românticos de fuga para a natureza, a história é encerrada ainda em um ambiente com antecedentes de amores, natureza e final feliz, típico de autores do Romantismo.

**  Observe que a ação dos personagens e a narrativa ocorre em tempo linear, ou seja, trinta dias, este é o período no qual a aposta foi válida. Ela foi firmada em 20 de julho de 1844, uma segunda-feira, e terminou no dia do pedido de casamento, 20 de agosto do mesmo ano.

A moreninha- Joaquim Manuel de MacedoOnde histórias criam vida. Descubra agora