Bob tinha dez anos e uma mania peculiar. Todos os dias seu pai o levava para casa após a aula, o garoto saltava logo do carro, antes mesmo de estacionar, para chegar primeiro à porta. A residência em que moravam era daquelas construções bem antigas, passada através de gerações.
A porta da entrada principal era de madeira envernizada, grande e imponente. Bob adorava o som que ela fazia quando lhe desferia três batidas quase rítmicas sobre a madeira. Toc toc toc. Obviamente, ninguém abriria, pois apenas os dois moravam ali. Mas o pai, achando graça, sempre entrava na brincadeira e perguntava bem alto: "Quem é?", e os dois riam prazerosamente.
Certo dia, Bob saltou do carro sorridente e desferiu as três batidas costumeiras. Contudo, antes mesmo que seu pai abrisse a boca para entrar na brincadeira, outras três batidas soaram alto na madeira, retribuídas pelo lado de dentro. Toc toc toc. Batidas fortes, a ponto da porta estremecer. O riso morreu na garganta do pai. O sorriso congelou no rosto do filho. Como já era de se esperar, não havia ninguém na casa.
Após esse dia, Bob nunca mais bateu na porta.
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Taquicardia e outros sintomas do medo
HororRespiração ofegante, frequência cardíaca cada vez mais elevada, boca seca e amarga, calafrios por todo o corpo, pelos eriçados, pernas que parecem pesar toneladas. Às vezes, o medo causa um pico de adrenalina que lhe permite correr para longe. Contu...