Capítulo 5

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"- Sei bem a educação que você dá pra sua filha Caroline..."

Eu ainda não havia acordado 100%. Era como estar presa na linha que separa sonho de realidade.

Meus olhos abrem um pouco, deixando apenas a luz do ambiente entrar.

"Ele vivia a provocando e de uma forma pacifica e madura, Isa sempre relevou."

Uma luz dificultava ainda mais. Pareciam ser as lâmpadas do teto.

Eu podia ouvir Melli mesmo ela parecendo falar baixo.

" Mas o que ele pôde ter dito que irritou tanto minha filha?"

Impossível não sorrir ao ouvir a voz de minha mãe. Ela nem havia me tocado, ou falado comigo, mas eu já me sentia segura, me sentia revigorada.

" Foi tudo muito rápido Caroline... Mas dessa vez ele queria mesmo magoar Isa."

"E pelo jeito conseguiu..."

A conversa foi ficando cada vez mais nítida. Meus sentidos ainda despertavam devagar.

- Como?

- Sim Marli, não foi isso que ele buscou? Foi o que conseguiu... - A voz de mamãe estava dura.

- Esse não é o caso aqui Caroline! - Melli se altera, mas ainda sussurrava - Eu tenho responsabilidade sobre ele. Como você acha que a mãe de Isaque ira reagir ao saber que Isa quase deformou o rosto de seu filho, a base de socos?

- Me desculpe, mas Isaque sempre maltratou Isa. Mesmo sendo uma menina doce e madura, uma hora ela iria explodir.

- Então o que ela fez não foi errado? - Melli agia sarcástica. - Então quando alguém encher muito você, é justificável quebrar a cara da pessoa?

- Claro que não Marli. - A discussão começava. - Você sabe que não foi isso que eu quis dizer...

- Eu sei Caroline, mas Isa sabe?

- O quê?

- SIM Caroline! Isa sabe? Será que ela aprendeu alguma coisa hoje de manhã?

- Não venha distorcer minhas palavras! - O bate boca somente se alastrava. Com apenas os olhos abertos, eu observava as luzes no teto.

- Eu só quero que entenda a gravidade do problema aqui. Isa atacou gravemente Isaque. Não foi apenas uma briga de criança. Isa estava fora de controle...

- Eu sei Marli, caramba! - Mamãe falava indignada. - Mas o que você quer que eu faça?

- Que converse com ela...

- Marli eu sei bem como cuidar da minha filha...

- Mas não é o que parece!

- Mamãe... - Tão baixa minha voz que eu sabia que ela não iria escutar. Elas estavam brigando por minha culpa. A dor não tinha acabado. Minha incrível capacidade de fazer as coisas desandarem continuava viva.

- Marli obrigada por tudo que fez por mim e por Isa. Eu realmente sinto muito pelo ocorrido, mas deixe que de minha filha, eu cuido.

- Mamãe... - Consigo falar mais alto, sabendo que ainda não era o suficiente.

- Certo Caroline. - Melli desce a voz.

- Mamãe... - Tento me levantar.

- Isa! - Ouço ela gritar. - Filha fique deitada.

Outras Proporções de Dor - Ato 1Onde histórias criam vida. Descubra agora