Capítulo 13

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Hospital Geral, 23:44. Sexta-feira.

-Ai meu Deus ela acordou... Isa... Isa? Queridinha sou eu, Marli... Isa...

Hospital Geral, 01:20, sábado.

- Ela tem se recuperado muito rápido.

- Que ótimo. Será que eu posso...

- Sinto muito garoto, mas ela precisa descansar.

Hospital Geral, 09:15, sábado.

- Mas Melli, será que ela está bem?

- O médico disse que o ferimento na cabeça foi apenas superficial...

- Então Cesar, isso significa que podemos ficar com ela um pouco?

- Não é tão simples. O médico prefere deixar ela descansar. Afinal se passou apenas uma noite Isaque, fique calmo.

- Mas eu queria apenas...

Hospital Geral, 16:05, sábado.

- Olha, ela vai abrir os olhos!

- Ela continua dormindo Isaque, não precisa ter pressa pra acordá-la.

- Eu vi os olhos dela tentarem abrir, eu vi sim. Talvez ela precise de ajuda.

- Calma Isaque!

- Doutor, por favor!

- Isaque se acalme.

- Não! Doutor ela não consegue abrir os olhos, alguma coisa está acontecendo.

- Isaque saia de perto da porta!

- Não! Me solta Cesar! Me solta!

- Ai meu Deus...

- Fica sentada Marli! Deixa que eu cuido disso.

- Por favor, acalme seu filho senhor.

- Ele não é meu pai! Isaa! Isaa! Estamos aqui!

- Segura ele César! Isaque por favor filho, fique calmo...

- Isaaa! ISAAA!

Hospital Geral, 17:03. Sábado.

Boca seca, olhos pesados, corpo gelado e duro como uma estrutura de gesso. Tudo ainda estava escuro. Meus olhos abriam lentamente. Pareciam estar grudados.

- Querido... Querido, olha lá... – A familiar voz de Melli sussurrava.

- Ai caramba... – Demorei alguns instantes pra decifrar aquela voz. – Ela acordou! – Mesmo falando tão baixo, era impossível não o reconhecer.

- Calma Isaque, não toque nela.

- Isa... Pode me ouvir?

Sinto sua respiração bem próxima ao meu ouvido.

Consigo finalmente abrir os olhos.

Ainda enxergava tudo borrado e exageradamente claro. Ao lado direito da cama, estava Melli e Isaque. À esquerda somente um armário com uma placa grande com diversas coisas escritas que para mim, era impossível de entender.

Logo à frente uma porta branca ao lado de uma janela toda de vidro. Algumas pessoas olhavam através dela, como se aquela sala fosse um gigantesco aquário e eu a grande criatura marinha presa em uma cama. A porta se abre e no mesmo instante um forte zumbido penetra em minha cabeça. Minha visão se torna ainda mais turva, e a forte dor de cabeça se faz presente. Não pude ver quem havia atravessado a porta. Somente consegui decifrar uma calça jeans apertada com um par de sapatos pretos de bico fino. Um camisa azul clara, quase branca, dobrada na altura acima dos pulsos.

Outras Proporções de Dor - Ato 1Onde histórias criam vida. Descubra agora