Capítulo 15: Almoço de domingo. Parte 1

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 Tentei convencer os meus pais para eu não ir nesse almoço chato, mas eles pareciam não me ouvir.

 No caminho da casa, fiquei em silencio sentado no banco de trás do carro. Eu ainda estava chateado com o meu pai.

 -Noah. Quando chegar lá, não quero ver você com essa cara amarrada, faz o favor de se comportar. –Disse meu pai, me encarando pelo retrovisor.

 Apenas fiquei em silêncio e fiquei olhando para fora, vendo a paisagem passar.

 O caminho não foi muito longo, cerca de uns vinte minutos já estávamos lá. Era um condomínio fechado, localizado em Nob Hill. Meu pai deu o nome na entrada e então nos autorizaram a entrar.

 As casas tinham um estilo mais moderno, não aquela coisa padrão. Eram todas diferentes uma da outra. Umas mais modernas e outras mais antigas.

 Chegamos até a casa que seria o almoço. Ela era grande, mas grande mesmo. Ela fora feita em cima de um morro. Sendo assim, a garagem ficava na parte de baixo. Tendo uma escada ao lado para subir para o "térreo".

 A fachada era reta e revestida de cimento queimado e branco. Era toda cheia de janelas para melhor iluminação natural. A janela do térreo era sobressaltada e retangular.

 No andar de cima, era onde provavelmente ficavam os quartos. O quarto da frente dava para uma sacada, e totalmente coberta por vidros. Na frente da casa havia um pequeno gramado, sem nenhuma espécie de planta.

 Meu pai estacionou ao lado do carro do senhor que morava ali. Nem sei qual era a marca do carro, sou péssimo pra isso. Subimos as escadas que nos levava para cima até a porta.

 Tocamos a campainha e algum empregado veio nos atender. Entramos e logo vi um homem alto, de camisa polo clara, bermuda cinza, veio em nossa direção com os braços abertos.

 Seu cabelo era castanho e com alguns fios brancos, sua barba curta. Aparentava ter uns quarenta e tantos anos. Mas como ele fora amigo do colégio do meu pai, provavelmente deveriam ter quase a mesa idade.

 -Alfred. –Ele sorriu e abraçou o meu pai.

 -Samuel. –Respondeu meu pai.

 -Elisabeth.- Pegou na mão dela e a beijou.

 Ele olhou pra mim, sorriu, passou a mão no meu cabelo.

 -Esse deve ser o pequeno Noah, não é? –Ele sorria enquanto bagunçava meu cabelo.

 Olhei para o lado e vi a cara fechado do meu pai, meio que me obrigando a falar algo.

 -Sim senhor. Muito prazer senhor. –Estiquei a mão.

 Ele pegou na minha mão e sorriu.

 -Fiquem à vontade. Sintam-se em casa.

 Fiquei observando aquela enorme casa. Era muito linda. Paredes claras, teto com molduras de gesso, janelas grandes, piso de madeira nas áreas quentes, nas áreas molhadas acho que era porcelanato que parecia mármore.

 A sala de estar era grande, tinha um sofá grande e quatro poltronas Luís XV, uma de frente a outra. Mesa de centro de madeira e vidro escuro. Uma lareira branca, revestida com mármore aquecia o ambiente. Em uma das paredes havia um aparador branco com um espelho grande em sua parede.

 A iluminação era agradável, a iluminação natural era bastante valorizada naquela casa. Mesmo assim havia spots de luz espalhados pelo teto e no centro um lustre grande e redondo, cheio de cristais.

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