De uns anos pra cá, mais especificamente de três anos para cá, eu queria logo chegar aos quarenta! Sim, quarenta anos. Dos trinta e sete anos em diante é complicado falar a idade.
"Quantos anos voce tem mesmo? Trinta e sente? Ah! Quase quarenta, ?"
Quando se tem trinta e cinco anos a pessoa se espanta e, mesmo mentindo, diz "uau, nem parece, dava no máximo trinta.", mas quando se passa dos trinta e cinco, nada causa espanto, a não ser o fato de que ainda não é quarenta.
E isso por três anos me irritou muito.
Dessa forma eu quis muito comemorar meus quarenta anos. E fiz isso no Bar.
Comida de boteco, era o tema.
Em um domingo, convidei conhecidos e amigos e resolvi me divertir.
E vieram todos e foi tão bom. Rimos, brincamos, cantamos, comemos petiscos de boteco feitos por mim e por Ninoca e nos divertimos muito.
Mamãe logo após o bolo foi embora. Sim, teve bolo e de chocolate, e teve painel, da Betty Boop
Selena, dona de uma banca de peixe, chegou linda e esfuziante. Bispo também veio com a família. A mulata linda; meus queridos amigos policiais com sua Catarina ao lado; Marcão e Linda, amigos grandes em tamanho e em coração; Dr. André, advogado com sua noiva Andrea; Paula e Anita com seu filho Gabriel, orgulho danado de conhecer essas meninas; Rebeca, minha amiga sambista lá de Niterói; Ebe, ex-miss Acre; Rafael, meu afilhado amado e muitos outros amigos queridos, pessoas especiais!
Zeca tocava com a banda, eu arrisquei cantar uma música e do funk ao samba, dançamos muito!
Que aniversário divertido e animado.
Começando a anoitecer resolvemos ir embora e terminamos a festa no lado de fora, ao lado do carro de Selena, com o som ligado, sorrindo animados, quando ela resolveu abrir a mala. Cooler! Sim! Três! Repletos de latinhas geladas.
Ninoca dançava até o chão, Selena distribuía as latinhas, Bispo nos brindava com suas piadas e gritos de Inapaiê!
Se eu tivesse que fazer uma retrospectiva dos melhores momentos dos meus quarenta anos de vida, esta retrospectiva teria quarenta anos de duração! Todos meus momentos foram especiais.
E essa comemoração no bar seria, com certeza, repetida algumas vezes mais.


Max Fleischer, 1930.

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Tudo Aconteceu no Bar! Crônicas CariocasOnde histórias criam vida. Descubra agora