Ana Letícia
Ver o meu irmão todo machucado daquela maneira me rasgou a alma e me deixou completamente sem ação. Acho que se Heitor não estivesse comigo ainda estaria plantada naquela enfermaria o ouvindo gemer de dor.
Meu coração ainda está um pouco agitado mesmo agora que já sei que tudo está bem e o tenho diante de mim. Os hematomas ainda estão presentes e assustam um pouco. Mas Lorenzo garantiu que em um par de dias eles somem e tudo volta ao normal. Seguro sua mão com cuidado e a trago até meus lábios depositando um beijo suave.
Sorrio fraco enquanto toco o seu rosto com cuidado. Meu irmão é um lutador que não pensa duas vezes antes de defender alguém e não se importa em sair machucado se for preciso. Essa é mais uma razão que me faz o admirar ainda mais.
Aproveito que ele está dormindo para ligar para a minha mãe e contar o que houve. É uma pequena batalha convencê-la de que tenho tudo sob controle e que não existe necessidade de que ela venha para o hospital.
Todos são muito atenciosos com meu irmão. Lorenzo vem até o quarto para ver como ele estar e refazer alguns exames a cada uma hora. Quando finalmente somos liberados já começa a escurecer e estou exausta.
Chamo um táxi para nos levar para casa. Assim que ganhamos as ruas ligo para a minha mãe avisando que já estamos voltando e depois envio uma mensagem para Heitor como ele havia pedido. Mas assim que o faço me arrependo. O cara quer saber sobre todos os meus passos.
_ Por que está tão irritada, Aninha? – Gael pergunta virando um pouco a cabeça em minha direção.
_ Não estou irritada. – Digo atirando o celular dentro da bolsa. – Por que a pergunta?
_ Você está respirando forte como faz quando tenta controlar a raiva. – Comenta com um meio sorriso.
_ Não estou, não. Você está imaginando coisas. Só estou cansada. Foi um dia cheio.
_ Se você está dizendo. – Fala deixando claro que não acreditou em nada do que eu disse.
Fazemos o resto do caminho em silêncio. Quando chegamos em casa mamãe vem nos receber no portão. A assisto encher meu irmão de beijos e inspecionar seus machucados com seu olhar experiente.
Quando entramos ela prontamente ajuda meu irmão com o banho, mesmo ele protestando, e depois o obriga a comer sopa na cama como se ele estivesse doente do estômago ou com gripe. Arrisco dizer que se ele fosse um pouco menor e mais leve ela o colocaria no braço para fazê-lo dormir como costumava fazer quando ele era pequeno.
A deixo o mimando e trato de tomar um banho. Agora que todo o desespero e aflição passaram me sinto exausta e todo o meu corpo dói. Depois do banho tomo um pouco de sopa e vou para o quarto me deitar.
Estou quase dormindo quando ouço o meu celular tocar sobre o móvel ao lado da cama. Ainda os olhos fechados ateio o móvel até encontrar o aparelho e atendo a ligação sem nem mesmo ver quem está ligando.
_ Alô. – Falo sem ânimo.
_ Vocês estão bem? Chegaram em casa? Aconteceu alguma coisa? – Heitor pergunta afobado do outro lado da linha.
A angustia em sua voz me desperta por completo e me sento na cama para conseguir conversar melhor.
_ Calma, Heitor. – Peço arrumando o cabelo atrás da orelha. – Nós já estamos em casa e está tudo bem.
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Vidas Opostas
Любовные романыAna Letícia é uma jovem de 23 anos que batalha desde muito nova para ajudar com as despesas da casa depois que seu pai foi embora por não aceitar ter um filho deficiente visual. Mesmo passando por algumas dificuldades ela nunca se deixou abater. Mas...