20hs28min – Isabella.
– Depende. – Ele sorriu maliciosamente, como se matar dezenas ou centenas de pessoas fosse a coisa mais normal a se fazer.
– Do que? – Tentei agir tão naturalmente quanto ele, mas a indignação estava estampada em minha voz.
– Tem umas vadias que eu comi e foram parar embaixo dos seus pés. – quase caí da cadeira, fazendo-o rir enquanto eu tentava me equilibrar, jogando meus braços pela bancada. – É uma espécie de porão, mas com cinzas de putas mortas.
– Quantas? – minha respiração estava pesada.
– Um pouco mais de quarenta. – sua voz estava ficando um pouco mais grossa.
– Eu vou para lá? – abaixei mais uma vez minha cabeça, encarando os dedos dos meus pés.
– Chega de perguntas, porra! Para de encher o saco, Isabella! – Ele bateu na bancada, me deixando assustada e encolhida onde eu estava sentada. – Está na hora de subir.
Suspirei enquanto o medo diminuía, já estava sem forças até para sentir medo. Queria apenas que tudo aquilo acabasse, eu não iria embora. Renan era como meu pai foi e infelizmente nunca mais sairia daqui sem ele ou sem um caixão, talvez ele nem gastasse um caixão comigo e eu fosse logo para um saco de lixo qualquer. Levantei e esperei ele vir para meu lado; acompanhei-o pelos corredores daquela enorme casa, os seguranças e empregados desviavam o olhar, fingindo que nós não existíamos.
Olhei para um dos homens que entravam pela porta da frente, seu rosto era familiar. Abaixei a cabeça, tentando encontrá-lo em alguma memória.
Michel tentava segurar meu braço, mas virei a arma, que havia acabado de encontrar, em sua direção. Ele me soltou, assustado, pálido. Sabia o que eu queria fazer. Continuei andando em direção àquele enorme prédio envidraçado.
– Você não quer fazer isso, Arabella! Pare! – Michel tentava gritar, mas meu ódio era ainda maior, eu não podia aguentar ver minha mãe com cicatrizes e quase morta simplesmente por ter descoberto a amante de meu pai.
– Ela quem deveria se arrepender de tê-lo conhecido. – gritei de volta, já na entrada do prédio.
– Essa arma é dele, Bella! Você sabe quem ele é e ele irá te matar! – Sua voz começara a abaixar e falhar.
– Talvez seja isso que eu mereça. – Olhei mais uma vez para ele e subi correndo pelas escadas, ignorando as pessoas que trabalhavam ali e pareciam não se importar com a arma que estava em minhas mãos.
Cheguei ao andar de meu pai e fui direto até sua sala. A porta estava trancada e depois de alguns chutes, mesmo com meu pé doendo, consegui quebrar a tranca. Ele estava sentado em sua cadeira, como de costume, rindo de meu cansaço. Ágatha estava sentada no seu colo, com um vestido curto e colado em uma cor vibrante de vermelho, sorrindo de forma debochada. Apontei a arma para ela, mas ambos pareceram inatingíveis.
–É isso que você tem? Isso que você faz? Matar pessoas? – Gritei com ódio e indignação.
– Eu vou admitir que estou surpreso por ser você, logo a minha garotinha. – Ele falou debochadamente, a forma como ele me chamava fizeram as lágrimas começarem a molhar minhas bochechas.
– Por que fez isso, pai? As pessoas não fizeram nada você, a mamãe não fez nada para você! – Abaixei a arma, movimentando-a conforme minhas expressões corporais reagiam a tudo aquilo.
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Arabella - Autodestrutiva
AcciónGuerras de Máfias. Tortura. Diversão. Arabella muda deu nome para se proteger de um mundo que não era seu, mas por algum motivo seu caminho cruza com o caminho da pessoa errada. Morra antes que ele chegue, "Isabella", sim, morra. Seu papai não e...