Capítulo 9

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NOTINHAS INICIAIS:

Oi, gente!

Esses dias eu estou um pouco sentimental, então digamos que esse capítulo é um bônus para chorármos todos juntos com a Bella.

Boa leitura!

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04hs40min

A música parecia vir de alguém completamente diferente do real autor dela.

Que sejam cebolas

Para me fazer chorar

Já que sou uma pedra

Os olhos frios e sem qualquer emoção pareciam ainda mais assassinos e maliciosos com a luz da lua sendo sua única iluminação. Qualquer pessoa estaria babando e sonhando com a visão daquela silhueta perfeita combinando com os fios balançando no ritmo da brisa fria da madrugada.

Sei que te cobro

Bem mais do que eu deveria

Estar fazendo de graça

Eu sei...

Sua voz era calma e com um pouco de mágoa, melancolia ou algo assim, apesar de suas feições demonstrarem o contrário. Havia dor e solidão em sua presença e ainda assim, aquilo parecia chamar a atenção dela mulher. Renan olhava para as árvores escuras que dariam medo em qualquer um que não fosse um homem sem coração e feito de dores.

Não é possível

Não é possível

Rescucitar meu coração

Não é possível

Não é possível

Ele cantava bem mais devagar que o real ritmo da música, quase parando. Isabella, Arabella ou quem quer que ela fosse naquele momento, estava no quarto ao lado, podia ouvir sua voz, mesmo sem liberdade para ir até a varanda. Sentou-se no chão, ignorando a dor que sentia por todas as suas feridas que pareciam ter ido para seu interior naquele momento; e encostou sua cabeça na porta de vidro que levava à varanda, olhando aquelas mesmas árvores frias na qual ela teria medo se visse-as algumas semanas antes. Aos poucos ela se lembrava daquela música, parecia estar em ritmo diferente, de fato. Seu irmão cantava-a quando eram mais novos, mas ela era mais agressiva.

Quase num sussurro, sua voz se juntou à voz de Renan, numa harmonia que apenas ela poderia ouvir.

Escondo as cartas

Escondo de mim mesmo

Então não pergunte o que se passa...

Quando a dor já era mais forte que a própria doce Arabella, deitou-se ali mesmo, no chão frio, enquanto sua voz parecia ser a única companhia às suas lágrimas em seus últimos minutos antes de tornar a ser Isabella.

Que venha o tédio

Pra reclamar que eu

Sou monótono e chato

Flashback

O sol batia em sua janela, e logo de manhã, seu sorriso era uma obra de arte das mais perfeitas em seu rosto. Finalmente chegou seu grande aniversário de 17 anos e todos estariam juntos como ela queria que fosse todos os dias de todos os seus anos de vida.

Lucas podia ser ouvido de sua janela, e enquanto punha um vestido leve, após sua higiene matinal, Arabella foi o mais rápido que pôde, descalça e sem tomar seu café da manhã, apenas pra cantar com seu irmão naquele momento que já não era tão costumeiro como antes.

Seu corpo pequena sentia o peso do teclado, fazendo ela esbarrar em algumas coisas que estavam no caminho, rindo de si mesma pelas inúmeras vezes que quase caiu pela escada ou pela sala. Finalmente estava naquele enorme jardim, com os olhos fixos em seu irmão, que continuava cantando enquanto fingia que não tinha ouvido os objetos caindo no chão, anunciando a chegada de Bella.

- Posso? – ele olhou para trás e começou a rir com a imagem de sua irmã segurando o teclado e com suas pernas um pouco tortas por causa do peso.

- Você sempre pode, irmãnzinha. – deu um beijo em sua bocheca e, depois de parabenizá-la, sentou-se novamente, arrumando tudo para a pequena banda de dois.

A voz doce de Arabella falhava vez ou outra com suas risadas. Sua voz misturava-se com a de seu irmão e davam um brilho ao quintal esverdeado, um som divido se fazia com a ajuda do teclado e do violão perfeitamente afinado de Lucas.

- Você é a única pessoas que trás um teclado para um jardim. – ele ria no intervalo da música.

- Não é possível, não é possível, destruir meu coração, não é possível... – Arabella brincava com a letra.

- Bella, já falei que essa música é triste! – eles riam animadamente.

- Já vi que o dia está sendo agradável, não? – ao ouvir aquela voz, Arabella correu até os braços de seu pai, mesmo sendo velha demais para isso. – Feliz aniversário, minha princesinha.

Luke abraçou forte a garota que completava 17 anos naquela tarde.

- Vamos sair hoje, pai? Haverá uma corrida naquela estrada perto da divisa.

- Mas, Bella... – ela se afastou um pouco, desmanchando o sorriso. – Como poderia recusar esse pedido, filha? – ele riu.

- Opa! – Lucas se aproximou sorrindo. – Também irei correr com você hoje, irmãnzinha. Por você, apenas. – ela pulou nas costas de Lucas, sendo rodopiada como uma criança.

Flashback Off

- Espero que um dia eu seja capaz de te perdoar, Renan. – Isabella falou um pouco mais alto, mais ainda assim, ninguém pôde ouvir sua voz.

Arabella - Autodestrutiva Onde histórias criam vida. Descubra agora