Capítulo 11

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00h15min – Renan

A música alta parecia estar no mesmo ritmo da iluminação que piscava de uma forma meio alucinante, deixando o local num clima mais sensual.

Mulheres quase nuas dançavam pela boate, algumas pegando dinheiro enquanto engatinhavam em mesas grandes, outras puxando homens estanhos pela mão, outras sendo comidas ali mesmo por vários homens, tendo que suportar bêbados que batiam, puxavam seus cabelos de uma forma nenhum pouco prazerosa e outras formas de machucá-las.

Passei por todos de forma despreocupada, apesar de estar sentindo nojo desses homens ridículos, o que me deixava um pouco indignado, já que eu deveria estar pouco me fodendo, rindo dessas bonecas ou coisas afins que um monstro como costuma fazer.

Subi uma escada relativamente pequena depois de passar para alguns seguranças que sinalizavam que estava entrando em área vip. Continuei andando até o final do corredor, chegando numa porta de madeira nobre. Abri a mesma sem cerimônias e vi o homem do outro lado da sala apenas bebendo algum tipo de alcool, ignorando minha presença. Dei mais uns poucos passos e sentei na cadeira a sua frente.

- Fernandes... – ele me encarou enquanto ainda estava me sentando. Peguei um copo que estava ao meu alcance e coloquei o líquido que depois pude saber que era wisky.

- Luke.

- O que você está fazendo aqui?

- Quero saber sobre meus próximos trabalhos. Seu filhos já está morto. – Luke se arrumou na cadeira, talvez para esconder o incomodo de saber isso e abriu uma gaveta, pegando uma pasta incrivelmente organizada.

- Você quem deveria ser meu filho, aqueles três são inúteis. – Ri de forma satisfeita por saber disso, apesar de ainda sentir vontade de perguntar sobre o paradeiro de Arabella.

- Sabemos nosso próximo alvo, Renan, mas será algo muito mais dificil. Não que você se importe com isso.

- Lucas... – suspirei, lembrando que meu próximo alvo era nada mais nada menos que meu melhor amigo.

- Não existe família nem amigos, filho. Aqui só existe poder se não houver coração, entende? – assenti.

- O que tem de tão difícil em matar ele? – perguntei enquanto me arrumava na cadeira, completamente impaciente com tudo aquilo.

- Ele está indo para a cidade e sabemos para o que...

- Ele não desistiu da ideia de ser policial. – falei mais para mim do que para Luke, mas o mesmo ainda assim, ouviu.

- Quero que mate-o antes de chegar lá. Faça parecer um acidente porque vão procurá-lo, ainda mais por ele não estar sozinho.

- Com quem mais ele está? – Luke pegou algumas fotos dentro a pasta com algumas fotos da tela de um celular que mostravam uma conversa aparentemente de Lucas com algum amigo que faria a mesma prova.

- Escolta de três caros de polícia e provavelmente mais três amigos, caso eles acordem na hora. – Luke zombou do que o outro homem dizia na mensagem.

- Fácil. Faço sozinho ou preciso da Roial? – Luke soltou uma risada nasalada que por um momentos me deu vontade de socar a cara dele para ele aprender a parar de rir na hora errada.

- Você é bom, mas não imortal. – "Com certeza você também não, seu merda", pensei.

- Ok. Tenho outras coisas para resolver.

Peguei as pastas enquanto me levantava e fui em direção à saída, ignorando os seguranças no caminho. Já no primeiro andar, consegui ver uma mulher vestida decentemente e apenas assistindo o show, o que me chamou a atenção. Ela acenou, sorrindo sem mostrar os dentes para mim, mas era uma pessoa tão inútil que eu sequer conseguir lembrar quem era. Ignorei e continuei andando, saindo daquele inferno.

Fui direto para casa, cansando e puto por ter tido que ver aquele homem. Entrei no banheiro e tirei aquelas roupas com cheiro do puteiro, entrando na banheira logo em seguida.

Ainda tentando relaxar, fiz algumas ligações e em poucos minutos, todos os mafiosos estavam a minha espera na sala de reuniões.

03h05min – Narrador

- Bella... – Rafaella e Elisa estavam sentadas na cama há pelo menos cinco minutos, apesar da hora, tentando acordar a garota.

- O que aconteceu? – Isabella abriu os olhos assustada, também com ajuda do sonho ruim que estava tendo em poucos segundos.

- Nós duas teremos que fazer uma viagem, o que significa que você precisa ficar sozinha por alguns dias, talvez só essa semana. Não faça nenhuma besteira, por favor. – Elisa disse de uma forma meiga, mas preocupada e autoritária ao mesmo tempo, fazendo Isabella despertar um pouco mais rápido para prestar atenção.

- Nós percebemos que você fosta de música e trouxeos esse violão, mas evite deixá-lo amostra, não sabemos como o Renan irá reagir. – a garota corou no momento que percebeu o que havia feito anteriormente.

- Ele não irá com vocês? – Bella parecia ter visto um fantasma, ao pensar na possibilidade de ficar sozinha com aquele monstro.

Mesmo antes de qualquer resposta, Isabella tentava a qualquer custo segurar suas lágrimas.

- Ele voltará antes de nós, Bella. – Elisa respondeu com certa frieza.

- Alguém trará comida para você todos os dias com as mesmas coisas que nós trazemos. Tente não irritar ele quanto estiverem a sós, por mais que não seja sua culpa nem sua responsabilidade. Eu sei que é injusto. – Rafaella abraçou a menina, percebendo o quão trêmulas suas mãos estavam.

- Temos que ir. Aproveite essa semana para dormir um pouco mais.

Elisa e Rafaella se levantaram, indo em direção à porta logo depois de depositarem beijos no rosto de Bella. Antes da porta ser fechada, Rafaella voltou rapidamente, dando um abraço apertado em Isabella, tentando disfarçar sua dor em não saber se a veria novalmente quando voltassem da missão.

- Se cuide, sabemos que você consegue ficar bem e depois conseguiremos sair daqui juntas. – Bella ficou estática ao ouvir o que a mulher disse em seu ouvido. – Não aceite remédios de qualquer pessoa aqui, aguente suas dores com isso aqui.

Ela deu um remédio fraco para apenas aliviar as dores que com certeza ela sentia e se afastou novamente. E enfim saíram, deixando-a a sozinha naquele imenso e doloroso terror infindo.

Apesar da casa ser grande, não demorou muito para que as duas chegassem na sala que acomodava as armas. Enquanto cada uma escolhia o que usar e guardar em suas respectivas mochilas, os outros mafiosos iam para a garagem guardar o resto de seus mantimentos e munições.

- O que você falou para Isabella? – Elisa colocou suas armas no coldre escondido por seu casaco e em sua cintura.

- Pedi para ela não aceitar remédios de estranhos até chegarmos. Não sabemos o que Renan diz para os empregados.

- Não tente fazer nada com ela. Se você pensa que vai conquistá-la ou qualquer outra coisa, saiba que você não vai conseguir. E se tentar matar ela, saiba que eu te matarei também. – Rafaella riu.

- Parece que é você quem gosta dela. Seu irmão sabe disso?

- Acho que não preciso ter responder isso.

- Também acho que você sabe bem o que eu quero nessa casa. - Rafaella saiu do cômodo, deixando Elisa sozinha em seus próprios pensamentos. 

Oi, bebês! Então, mais uma vez eu demorei uma vida para postar, mas peço perdão. 

Para qualquer dúvida, esse cara aí em cima é o Luke, pai da Bella.

Espero que tenham amado essa treta toda <3

Ah, não esqueçam de deixar um voto aí, se gostarem :)

Arabella - Autodestrutiva Onde histórias criam vida. Descubra agora